sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Homens de Luz (para Giacometti)



Corpos finos, fios de vento

peles feitas de cimento

sombras altas, pés no chão

mãos tocando a solidão.

Giacometti, teu olhar

faz a forma caminhar

homens magros, quase nada

mas no nada — tudo está.

São varas de fogo,

são rios de ar,

esculturas que andam

no espaço do olhar.


Homens de luz,

mulheres também,

alongam o tempo,

não pesam ninguém.

Na rua do mundo

o bronze é canção,

Giacometti soprou

poesia ao chão.

E eu canto esse canto

que o vento traduz,

homens de sombra,

homens de luz.



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