não podia sair atrás das borboletas.
Sentado hermeticamente mudo
ouvindo, tentando aprender o falar
ligeiro de idiomas misteriosos.
Que saudade da angustiosa noite
em que meus braços suspiravam
por pastéis e por poesia e pintura.
E tudo se confundiu dentro de
um arroto filosófico, e tudo se perdeu.
As mesmas palavras ditas em silêncio
passaram a ser repetidas e repetidas
como o riso insuportável de uma hiena tagarela.
E no livro de Lin Yutang poderíamos
alcançar a China, e pelo google-maps
conhecíamos inesperadamente todo
o rio Yang-Tsé.
Que beleza de montes, que visão
panoramicamente virtual dá-nos
a internet com suas coisas e coisas
que se perdem de vista e se esquecem.
Aprendemos e não aprendemos
quase nada e quase tudo.
E de repente eu me vi no espelho
ficando mais careca do que um cachorro.
(foto:ilustrativa)