quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O teu sorriso


O teu sorriso
é um lilás aberto.
        Mariposas 
e abelhas,
que nome belo é
o teu 
que carregas
     pelas  luas 
 vermelhas.

Não posso deixar
    de        beijá-la 
no escuro
ou na luz. 
És mais
belas do que os
anjos que
        rodeiam
os meus sonhos.

O teu sorriso
é um  vento 
      azulado
que toca o meu 
poema por todos
os lados. Seu 
passar de 
amada
é um rio que me
     enxágua. 
És mais
bela do que as
musas dos poetas
antigos.

Agora é o 
teu sorriso
   que me 
envolve em
  suspiros, 
sonhos,
lembranças.

Ai, 
da-me as 
mãos suaves
de esperança. 
Darei de
volta a ti 
  o meu coração
envolto em
   chamas de
açucenas plenas.

pequena canção

Gotas de suor do amor 
me envolvem. 

As neblinas dessas
canções antigas eu já esqueci.

Vou  olhando com cuidado

os campos, imaginando os
sonhos perdidos que eu também já esqueci.

Gotas de suor do pó do amor

escorrem em meu papel como
tintas que me inundam de algo

que não se explica.

Agora, mariposinha, escuta
essa canção que te faço,

antes de esquecê-la!

Adeus...

Quero ouvir a tua voz uma última vez
e te esquecer para todo o sempre de
minha vida fantasmagórica e simples.
Quero deixar a tua lembrança esquecida.

Quero ir pelas ruas sinistras como um
mero esquecimento. Quero ser uma
estrela brilhando por fora e por dentro.
Quero ir tranquilo até o mar e olhar

as águas marinhas com calma. 
E vê-las esverdeadas dentro de
minhas rimas serenas de nada.

Tua voz sera o martírio que terei
que ouvir por mais uma vez. Agora
vou para nunca mais retornar. Adeus...

Canção antes da meia-noite



Mirei o céu escuro.
Estava escuro! Escuro!

Olhei as trevas e pensei:
que céu escuro!

Mirei o céu escuro.

Lembrei dos teus cabelos
de vento obscuro.

Mirei o céu escuro.
Estava escuro! Escuro!

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Tuas mãos


Nasceu o dia
dentro dos teus olhos
e de mim saltou a
melodia
avermelhada
como o sol
que a luz da noite
enterrou.
Vi em prantos
tuas lágrimas
dentro do meu
acalanto.
Não sorri
para a noite
nem sorri para
o dia:
faltou-me outra
melodia: mais tuas
mãos as escondia
na pálida manhã do dia
.

Acalanto


Dentro dos teus
olhos eu vi
um por-do-sol
uma criança:
tua face
iluminava
a cinzenta
tarde do porto.
O mar ia o
mar voltava.
E era eu quem

te amava...

Chove a chuva verde


________________

Chove a chuva verde
de todos os dias que choveram.

A canção da chuva se repete
como sempre. Mesmo assim
Emociona ouvi-la na companhia
Da luz terrestre (suave como a luz
Marinha).

Ode sobre a chuva obscura e branca da manhã

Ode sobre a chuva obscura e branca da manhã

Se podes ouvir com os olhos
ouça as gotas da chuva
cáindo sobre o meu coração
de telhado amarelado.

Se podes ver com os ouvidos
veja as cores do vento
balançando os meus lábios
vermelhos de tigre
sobre os campos azulados
onde hábito.

A chuva vai caindo sobre
nós dois, amores meus.
O dia nos contempla,
mesmo não existindo
mais dia algum.

Tudo se findou em
sangue e em sal.
Os anjos tocaram
as trombetas do
juízo final.

A chuva vai caindo
sobre minh' alma
amarelada de judeu.
Estou contemplando
o universo inteiro,
o amor que foi a lua
que dourou eternamente
e simplesmente desapareceu
em uma colina azulada da
Andaluzia.

Adeus, adeus, a chuva
me ardeu, me ardeu.
Está caindo sobre
mim alguns relâmpagos,
alguns sonhos, alguns noturnos
suspiros de sofrimento.

Sou aqueles guerreiros
que morreram sem tocar
nos corações gélidos dos
amores das amadas santificas.

Adeus, adeus, a chuva obscura
e branca da manhã me
acendeu.

Estou contemplando todos
os símbolos santos
do ocidente e do oriente.
A chuva cai sobre minh' alma
sorridente.

Estou vendo o infinito,
estou sorrindo, estou alegre.
Adeus, adeus, a chuva 
sobre mim caiu...

Os ventos

...
Os ventos vão, os ventos
lá estão tão longe dentro
das tempestades que inspiram
os olhos azuis como o frio do
coração.

Lá se vão, todos os ventos,
os ventos vão, se vão como
plumas nas asas do meu
coração.

Lá estão, todos os ventos,
os ventos que se vão, os
ventos da tarde do meu
coração.

Os ventos vão, os ventos
lá estão tão longe dentro
das rajadas internas da
inspiração! 
...

domingo, 27 de dezembro de 2015

Balada da manhã em névoa

Então amanheceu os teus olhos
brancos como o dia branco.
E cheio de poesia iluminando
o ar da maça e das verdes ervas
o teu rosto percorreu o imenso
céu enegrecido.
Não houve luar que
pudesse estampar o te sorriso.
Não houve chama que pudesse
iluminar toda a luz que saltou
dos teus seios de mariposa.
Anotei correndo, apressado
como um fantasma em desespero
o teu nome diate das rochas
marinhas.
Amanheceu mesmo que a 
noite não suspeitasse disso.
Amanheceu mesmo que o
vento passasse tão rápido
pelas taças dos pássaros
e dos suspiros. Simplesmente
amanheceu os teus olhos
brancos como o dia branco.


Lua, cretina lua


Sólo los poetas tontos cantan la blancura de la luna
provérbio espanhol antigo

Lua, cretina lua
que desliza
nua sobre
as folhas
vermelhas
que caem
na terra do
luar sonolento.
Lua, cretina lua
que aparece
além do mar
que subjuga
os olhos
dos lobos
domésticos.
Lua, cretina lua
que poeta não
te viu, espelho
cru e branco
cintilando aos
anjos?
Lua, cretina lua
que eu possa ver
as estrelas sem
delirar diante
de tua luz
de profundo
luar...

lo?ve



vou amá-la
porque não sei (?)
eu queria ? saber

mesmo porque
de amá-la?
como um
pássaro azul?
ou uma palavra (?)
não sei não entendo
nada do que escrevo
mais mesmo assim
faço e martelo os
meus versos
e daí? quem
descobriu o amor?
e se quero falar
de flor? de flor
que se abre que
se desabrocha
solitária no
campo como
alguns poetas
fazem antes
de cantarem
em prantos
amei
amor o tempo todo
te amei

two poems in English



I
let's you and me
my love,
see the sunset
is ending
in the dark
From the eyes
heavenly
from the day...

ii
wanted to be
as a moonlight
hidden
besides the
stellar dunes
and ending bitter
like a song
Latin

Venho do sul

Venho      do sul
ao      lado de árvores
cinzentas

percorri rios
rios      sonolentos
perto      de árvores
vermelhas

Venho      do sul
do frio       escapei
mais    dormi perto
     de árvores
negras

Venho do sul
             fugido da luz do luar
alguém        me esqueceu
tentei          me encontrar

Venho do sul
       perto do deserto
sou da luz verde
      dos campos
                  abertos

Venho do sul
         para nunca mais voltar
quero sumir no vapor
           e eternamente
                          sonhar

Venho do sul
            sem dizer adeus
     vivendo perto dos
             bosques que alguém
   (eu mesmo)

                           [esqueceu 

Um soneto surrealista

Óh olhos de sombras que voam
E me cercam, e me olham no
Meio da escuridão do dia 
Luminoso se encerrando da janela.
Assim são os beijos que te dei
Nas varandas do oceano. E assim 
Encerrei o arco-íris de uma só
Cor dentro da palavra amor.
Vou ir para nunca mais retornar.
Vou ficar apenas por alguns instantes
Infinitos. Serei o marinheiro
Que deixou as estrelas esperando.
Mais quero retornar chorando, só para
Ver de novo os teus olhos que tanto amo...

mariposa vermelha


o instante me passa
como as
asas de uma mariposa
vermelha
que voa sem rumo
refletida no espelho
azulado da vida
e pousa sem querer
no oceano lilás
das emoções
passageiras:
adeus, mariposa
minha linda bandeira

que se vai como uma
gota se findando no
instante
que me passa
como as
asas de uma mariposa
vermelha


ouro


Ouro
mais ouro
dos teus olhos
Ouro
menos prata
Ouro
não dos teus
olhos 
Ouro
ou qualquer
rima que termine
com touro
Ouro
não outro
Ouro
quem sabe
pouco
Ouro
não dou
Ouro
quem
sou?


Eu amo. Eu amo e eu amo


______________________
Eu amo. Eu amo e eu amo. Só consigo viver
repetindo isso, como se eu fosse um pombo.
Eu amo. Eu amo e eu amo. Eu amo e amo e
amo e amo e amo. Sem luz ou lua, sem sol
ou noite. Ponto. Eu amo. Eu amo e eu amo.
Ai, dá pra cantar eternamente esse amor,
dá pra escrever duzentos versos sem fim,
dá pra parir inúmeros oceanos dentro do
verde luar que salta da tinta ao papel...
Isso só por que eu amo. Eu amo e eu amo.
Uns duvidam, outros sonham. Outros fingem
entender esse amor. Eu amo. Eu amo e eu amo.
Amo tanto que chega a enjoar as árvores
com o meu passar. O vento vai levando os
meus passos junto dos rios. Vou dizendo
como um eterno capiau marinho: eu amo.
Eu amo e eu amo. Ai, infinito. Ai, destino.
Eu amo. Eu amo e eu amo. Só consigo
viver amando e amando. Viver amando
como um capricórnio esquecido...
Por isso eu vou amando e amando.
Amando como sem destino, como sem
lugar, como sem furacão, como sem luar.
Eu amo. Eu amo e eu amo. Só consigo
viver rimando e cantando e andando e
sentando vou compondo os ossos do
meu canto. E eu vou amando e amando

enquanto o dia vai se encerrando, 
enquanto o dia vai surgindo, cavando
a aurora do amor em mim. Ai, eu amo.
Eu amo e eu amo. Só posso existir amando...

Amor


"Amei os olhos de sol que pousaram em meu quarto no silêncio da paixão..."
Amor, amor em brisa
que envolve, que passa.
Amor, breve amor defronte
aos astros noturnos, amor
marinho que se deleite
em sal, açúcar, vinho...
Amor, profundo amor
que se abre escuro, que
se encerra claro ao som
de um ruído místico...
Amor, amor que se sente
azul como a canela verde.
Amor que brota e nasce
e chora azulado e sorridente.
Amor contente, amor saudade,
amor que colhe o chão
que salta os ares; amor que
arremessa alegrias, amor que
é metáfora triste em forma
de vale.
Amor, profundo amor
em versos de amor
que colhem a dor
de te ter
de não te ter
meu santo amor!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

rasgante-haikay


Esse é o meu
caminho: uma mariposa
e um belo pergaminho!

Felina


Feminina
palavra
que me
ganhou o
coração de
vinho.
...

Esbocei a
tí uma
mariposa
verde, ganhei
...

em troca
um sorriso.
...

Não sei o
nome, não 
sei o dia,
não sei se
foi ou se é;
...

Sei que eras
a palavra que
rimava:
bela, doçura: felina!
*

Plumas


Tuas plumas
calaram
o meu coração.
Plumas negras
brilhantes
como a noite
na savana africana.
Eu não me 
esqueci da 
pluma do teu
corpo ou do
teu silêncio
de luar ou do
teu sorriso de
madrugada estrelada.
Posso me esquecer
de muitas
coisas (me esquecer
da vida ou do
destino)
mais não posso
me esquecer 
de tuas plumas
nem de teu sorriso...
*

Outra toada de amor



Águas puras
que se 
acalmam
em um beijo

 suave de luar
 azulado.

 Óh noite verde,
deixa-me

agitar a guitarra
do meu canto,
anunciando
calmamente:

-eu te amo!
-eu te amo!
-eu te amo!
*
(foto: ilustrativa)


!Toada do amor!


Seus passos são guiados
pela sombra.
Pelas sombras do
amor...

Seus passos são guiados
pelas nuvens.
Pelas nuvens do
amor...

Seus passos são guiados
pelos sonhos.
Pelos sonhos do
amor...

Seus passos são guiados
pelos cânticos.
Pelos cânticos do
amor...
*
(FOTO: ILUSTRATIVA)