domingo, 29 de dezembro de 2019
sábado, 28 de dezembro de 2019
sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
domingo, 22 de dezembro de 2019
Oxford
A menina estava sentada de frente da janela sem prestar atenção ao que a professora de matemática falava.
"Meu Deus", ela pensou. "Por que não passa um coelho correndo com um relógio na mão pra me tirar daqui?"
Enquanto estava imaginando essa cena, um enorme gigante de uns seis metros de altura passou do lado de fora.
—Com licença - disse o gigante para ela. - Você teria um lenço de papel para mim assoar o meu nariz?
— Me desculpe, senhor gigante - ela respondeu, um pouco envergonhada. - Eu não tenho nenhum lenço para te dar. Sinto muito...
_ Tudo bem - disse o gigante. - Vou ver se na Irlanda ou na Escócia eu encontro alguém com lenços. Acho que se eu pedisse guarda chuvas, vocês ingleses teriam de monte para me dar.
E ao terminar de dizer isso, o gigante se afastou, indo em direção da Irlanda.
"Que gigante mais rude", ela pensou. "Bem, meu pai já me disse que todo gigante é mau educado. Então, paciência..."
Ela deu um suspiro, e nesse suspiro foi como se a sua alma tivesse saído do seu corpo, assim como no dia em que sua tia, dona Júlia, ao estender roupas em um dia quente de verão em Londres, acabou sendo levada para o céu por vários anjos de fogo.
Não que ela considerasse Londres uma cidade sem graça. Claro que quando foi visitar o avô em Paris, ficou impressionada com a beleza da capital francesa.
Agora que estudava em Oxford tinha que passar o tempo ouvindo as explicações chatas dos professores.
Um certo dia na cidade de Londres, um vendedor de ovos provou que dentro de suas mercadorias pequenos kamis podiam ser encontrados.
Ela ficou fascinada com isso, e pediu ao pai para que comprasse um ovo para ela, já que ela gostaria muito de ver um deus sendo chocado bem na sua frente.
Infelizmente o seu pai não comprou o ovo. " Esses kamis dão muito trabalho", disse o seu pai. "É melhor evitarmos isso por enquanto".
Mas o seu melhor amigo, Harry, comprou um ovo escondido, e mostrou o kami que saiu de dentro para ela: era um kami em forma de coelho, que falava perfeitamente inglês e francês.
- Se você quer dar um nome para ele - disse Harry. - Fique a vontade para dar.
- Vamos chamá-lo de Coelho - ela disse.
E assim aquele kami em forma de coelho passou a ser chamado com o nome de Coelho.
Enquanto ela lembrava dessas coisas fazia esforço para não gargalhar dentro da classe.
"Realmente não é uma ideia muito boa", ela pensou. "Chamar um coelho de Coelho, causa muita confusão".
Quando o fim da aula chegou, uma luz forte e pulsante tomou conta de toda a sala, e na frente de todos os alunos da Universidade de Oxford, a professora de matemática se transmutou em um coelho.
Era um coelho branco, desses que se compram em lojas de estimação. Mas ao invés de usar apenas seu pelo fofinho, esse coelho usava um colete azul vermelho com vários bolsos.
E foi de lá que ele tirou um relógio de ouro muito bonito, que fazia um sim agudo e forte de tic-tac incessante.
—Vamos, Alice - disse o Coelho, apontando para a menina.
E ela se levantou, desaparecendo nos corredores junto com o coelho.
Fim.
Estrofes
Elfos e Fadas
A escuridão nada mais é
Que um bosque imenso.
Não se vê o sol na luz escura
Que as fadas e os elfos contemplam.
Dançam feliz com as estrelas
Essas criaturas tão estranhas.
Formosura brilhante das cores
Que a água do mar além banha.
As fadas carregam em seus mantos
Vermelhinhos gnomos e faróis.
Os elfos embalam seus sonhos
Com fortalezas antigas de anões.
sábado, 21 de dezembro de 2019
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Descrito
E o que vocês tem contra a minha barba judaica?
Digam, digam as pedras que nada falam,
Digam ao mar, que esbraveja espuma,
Digam aos ladrões daquela fazenda,
Digam, digam, e não digam, estou exortando com cansaço minhas aflições.
Esse mundo é uma miséria inconstante,
Esse sofrimento é um barril inútil.
Gosto da opolencia, detesto viver na
Opulência.
Oh mercantil sonhos da felicidade
Não tratam para mim as roupas
Cheias de cinzas que eu não sei
Estender?
Poema do Místico e seus Materiais Luminosos
Materiais Luminosos
Quando a chuva cai fora, gotas em gotas,
Deixando o ar esfriado,
Uma xícara de café sorvida
Ao vento nos deixa arrepiados.
O místico sentado em sua
Casa de areia, observa o deserto.
Seus Materiais Luminosos
São como vaga lumes pelo espaço
Em forma de estrelas.
sinais e símbolos
sinais e símbolos
Para Bel, com muito amor
Assim como as ninfas do bosque
Choraram por narciso atrás das árvores,
O rio também chorou e derramou
Suas lágrimas de água porque não
Podia mais se refletir nos olhos do
Amado morto.
Eu vi através do espelho aberto
Cenas que encantaram homens e mulheres:
Andando com as mãos cansadas
Vim vestido com trajes tão vis e ásperos
Apenas para suplantar a noite, com
A minha intenção lucrativa
De amar a serenidade.
Aos olhos dos mouros eu
Me transformei no vento e na areia.
A chuva me ensinou a quietude do
Amor profundo.
Foi por mim e por você que se
Dobrou o sino do amor Divino.
Para Bel, com muito amor
Assim como as ninfas do bosque
Choraram por narciso atrás das árvores,
O rio também chorou e derramou
Suas lágrimas de água porque não
Podia mais se refletir nos olhos do
Amado morto.
Eu vi através do espelho aberto
Cenas que encantaram homens e mulheres:
Andando com as mãos cansadas
Vim vestido com trajes tão vis e ásperos
Apenas para suplantar a noite, com
A minha intenção lucrativa
De amar a serenidade.
Aos olhos dos mouros eu
Me transformei no vento e na areia.
A chuva me ensinou a quietude do
Amor profundo.
Foi por mim e por você que se
Dobrou o sino do amor Divino.
Manuscritos
perdi muitos manuscritos pelas janelas pálidas. E esse foi o meu sinal:
livros e papéis molhados, e poucas lágrimas.
Campinas, 2019
Os sonhos de Harry
Quando Harry acordou de um sonho que estava tendo a noite ele percebeu que não havia sido transformado em um inseto gigante.
Ele ia completar trinta e cinco anos que iniciara seu curso intensivo de alquimia pela escola de bruxaria onde havia estado quando seu pai lá ministrava o curso de educação básica para bruxos mirins.
Harry sempre teve muitos sonhos proféticos. Sonhos que para ele eram considerados como uma espécie de maldição.
Sempre que despertava de algum sonho esquisito, ele ia até o espelho lavava o rosto, percebia que estava de novo na realidade. E então, sentava na frente da máquina de escrever de seu avô e começava a compor contos sobre esses sonhos fantásticos que tinha.
"Não é fácil sonhar com as coisas que sonho", pensou Harry. "Qualquer um que estivesse no meu lugar já teria ficado louco. Ainda bem que sou um bruxo experiente nessa área".
Quando terminava de transcrever seu conto na máquina de escrever, ele mostrava para Lya, sua companheira. Eles tinham se casado muito jovem. Lya tinha 17 anos quando subiu ao altar com Harry. Ele tinha acabado de completar 22.
_ O que você acha desses sonhos, amor? - perguntou Harry, depois de entregar um texto para Lya ler. - Ando sonhando muito. Será que são proféticos.
- Pode ser que sim amor. - disse Lya. - São sonhos que precisam de interpretação. E esse tipo de sonhos geralmente são proféticos.
- O que você acha que devo fazer? - perguntou Harry, um pouco duvidoso da realidade.
- Posso te dizer para fazer uma coisa, Harry - disse Lya. - E só você pode decidir se vai fazer ou não.
- O que amor? - disse Harry intrigado.
- Tente acordar - disse Lya.
E Harry percebeu que estava em um sonho dentro de um sonho e nesse labirintos de sonhos ele finalmente despertou.
Lya não estava ao seu lado na cama. Pelo menos ele não era um insecto gigante.
domingo, 15 de dezembro de 2019
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