sábado, 29 de setembro de 2012

Uma laranja

Uma laranja

Fora dos temporais
Em que o céu se torna
uma
Pintura divina
a laranja sobre a mesa
a faca
as sobras de sua casca
(divina forma
em que
poesia e vida
se encontram
como o amor
e o sonho).
E por sobre a cabeça
A laranja é a única coisa
Que é divinamente formada
Sem ter
Por fora
e sem negar
Por dentro.
Suco divino
como cachoeira,
Mais em sua cor
(Filha nobre da laranjeira)
resta-me vibrar
Por sobre uma estrela
com minhas mãos
na carne de sua beleza
e nobreza.

Oh fruta misteriosa
Do ventre da terra, do
Mineral do ser formado:
És apenas início antes
De devorado.
Sobra-te tudo
Mais é seu suco
Sobre o copo
Que resta num canto
Desolado: uma laranja
Um objeto: uma fruta
O lírio mais bem formado!


Resultado de imagem para laranja

Quintilha


Vamos olhar a noite negra
Com os olhos de quem passa
Pela estrada, nunca acessa,
De  Luz e Trevas se encontra,
Para que possamos pousar no

Nobre descanso de uma vida
De uma vida que sem amarguras
Toca-te sem grandura
Para amargar os lábios
De quem amou sem amar.

Mais fora isso o corpo sobra,
Todo o corpo de quem
Um dia desabou em sonhos
Para triste acordar, diante
De uma estrada sem luz.

E quando a luz acender
Involuntária arde as vísceras
Para quem já descansa na
Lembrança imortal:
Apenas esperando o fim.

Vamos celebrar o que nos falta


Vamos celebrar o que nos falta
Ou será que é o que não nos falta?
Celebremos pois então a tesoura
Os objetos mais variados, os seres
Mais cotados para um programa
de televisão: o telespectador.
Pena que não há geleia para se
devorar por aqui miga (o objeto
Mais extraordinário do mundo
É coisa de burros (?) como
Os pobres de literatura dizem: o livro!
Pena é passar por ai sem um cumprimento.
Não será a maior felicidade, a busca por
Encontrar o que não encontraremos jamais?
Vamos então celebrar o que nos falta
Ou será que é o que não nos falta? -O AMOR, A TRISTEZA,
OU A IMENSIDÃO DE UM ABRAÇO AMIGO?

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Eu sou o homem com a cabeça de repolho

Eu sou o homem com a cabeça de repolho... Não são
Bonitos meus olhos. passei a fumar mais depois que 
perdi tudo... eu tinha um nervo, eu aprendi a me distanciar bastante.
Minhas folhas foram amaçadas no meu momento de solidão.
O nome que eu mais gosto é vingança... Eu assinei um cheque
com a morte, dizendo que eu estava louco. Tudo bem:
eu sou o homem com a cabeça de repolho...
Não gosto disso, estamos morrendo de tédio...
O amor de novo? Seus palhaços idiotas. Onde estou?
No inferno mais perfeito da vida. Eu só não posso estar
Ainda em Malibu.

Eu

A lua sobre o céu adormecido
Busca em algum rosto novo
Um lamento poético para ins-
Pirar o Profundo poema
Que o poeta faz sentado
Sobre a mesa, se lembrando
de sua doce e bela amada.
Os olhos do amor já são outros,
Apagados pelo brilho da lua e
Pela falha da memória.
Os amigos já distantes estão,
Felizes cantam suas canções ternas,
Enquanto o sonho sufoca as alegrias
Da alma sentida...
O sentimento está preso ao espelho,
Estou preso ao espelho: aquela imagem
Sou eu.

E me falta você agora.

Mais os deuses do homem cretino
Não destrói minha alma iluminada.
Sigo como um cavalo, galopando
Diante das árvores, furioso como
Um vento, terno como uma brisa.
Minha ternura gera minha loucura,
Mais as vozes da vida percorrem
Minha tristeza e melancolia, e pela
Luta vou, para te ter amor.

Tê-la, mesmo que por instantes
Tão insignificantes quantos os que
Tive que passar para te ter... E
depois de tudo não a tenho.

Não culpo o destino: é você a culpada.

Ingrata de tudo, de versos e juras
Ou de feitos e ousadias que esquecestes
Fria sobre a noite escura.
Perdoas-te outro, e esqueceste-me
Como não te esqueço, peço a m' nha alma
Que sofra forte, porque Meus ossos
De guerreiros lutam por vossa boca
E minhas mãos lutam por vosso corpo.

É que mesmo sendo quem sou, luto
Apaixonado por entre bosques, carvalhos.
Lugares escuros e tenebrosos onde posso
Imaginar você correndo sobre o vento (E
Por um simples momento esqueço quem sou
E lembro quem fui).

Que um dia fui teu: Oh Amor meu!


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eu me encontrava longe


Após breve certeza de
que me encontrava longe:

Longe eu me encontrava!

Distante, talvez entre árvores
(o mais belo jardim semi-livre,
sem ninguém para senti-lo e aprecia-lo).

Mais entre mim e o céu azul
As nuvens dos olhos da poesia
Se escrevia por entre o sol e as borboletas

que vagavam vivas em suas almas.

Eu me encontrava longe:
Hoje me sinto mais longe ainda.

Eu amava (conto)

 Talvez Ane não notara que a voz dele naquele exato momento, estava de um jeito diferente para com ela; por isso, abaixei os olhos e suspirei pra mim mesmo: "Coitada". Ane não dissera nada, apenas ouvia as explicações dele, as perguntas sobre o que eu fazia lá e porque ela não o avisará que eu estaria lá.
 Ane tinha olhos azuis, lindos, e parecia uma menina russa de uns dezessete anos de idade. Sorria a qualquer instante, era muito tímida (tão tímida quanto eu), gostava de usar o cabelo solto, embora o marido preferisse seus cabelos presos. E escrevia poesia... quero dizer: não uma poesia pequena, sem graça, quase sem vida, Ane era uma poeta, uma das maiores que já li e pude presenciar vezes inúmeras o seu faro poético de escrita. Sentava-se, os cabelos soltos escorrendo pela costa bem endireitada, a caneta na mão (pôs escrever poesia com lápis é um negócio danado de ruim para mim", dizia-me). Quando eu estava lá, pedia-me que fosse comprar coca-cola, um lanche com mussarela e presunto e todo o resto, e uma água. Achei estranho tudo isso, embora eu confiasse no faro de Ane para escrever poesia (porque suas poesias se comparariam as do universo).
 O marido dela, o homem de beleza insuportável (para mim, que o invejava-o por ter se casado com ela), era bonito para os padrões físico dos anos 90, os anos nos quais os feios hippies sem dinheiro ou cabelos já não eram mais comparados a semi-deuses do mundo ou coisa assim. Eramos amigos íntimos, inter-ligados como ventilador e tomada. Ele escrevia prosa, e eu odiava prosa. Eu era um poeta triste e solitário quando o conheci. Mesmo assim ele me apresentou pra todo o grupo poético que fazia parte (Deus do céu, ele escrevia prosa com uma rapidez invejável, jamais escrevia a mão, muito menos usava os diabólicos computadores). Ane me foi apresentada com muito cuidado por ele: "ESSA É ANE, MINHA AMADA, 'MINHA VIDA, MEU MUNDO". "You World is Anne", ironizei em meu inglês de boticário, e ele sorriu: "Ja!", completou em alemão para me destroçar. Fiz amizades por ali com muito afinco e me deu muito bem com Anne e com ele.
 Jamais chegamos a brigar, nunca me deixou de considerar como um amigo dos mais íntimos e confiável, e de minha parte era a mesma (garanto com ironia, já que ele era meu migo mais intimo) coisa.
Eu escrevia coisas horríveis no grupo de poesia que me apresentaram. Mesmo assim consegui botar medo, mais medo sentia com cada estalo que fazia a caneta de Ane ao escrever cada um dos seus mais doces e líricos versos. Nunca gostei do lirismo derramado, e no entanto algo brotava das mãos de Ane, da face dela, do rosto, do seu modo de sorrir, de me pedir para ir comprar sua coca-cola (um vicio assumidíssimo por ela), ou quando me ligava para esperar com ela a chegada dele, e me fazia perguntar controladoras e horríveis de se responder.
 Juro por mim mesmo que não sei onde ele está; ela me cercava, se você souber você precisa me contar, eu tenho que saber o que ele faz, a onde faz, e se ele está com... com... Engasgava e se punha a chorar nos meus braços... O A... mor que eu sentia pro ela também se engasgava em minha garganta, e eu não podia desabafa-lo e soletra-lo para ela com todas as letras do alfabeto latino que aprendi na escola.
 Eu não poderia chama-lo de cretino, embora eu o chamava por detrás de inúmeras coisas que ele nem se quer imagina que eu o chamava. Talvez Roberto tivesse contando algo pra ele, e pro isso ele começou a me evitar e a virar a cara de vez em quando, talvez babando raiva, inveja, ou algo que seu exterior não lhe deixava mostrar. Mais na frente dele eu o amava, eu a amava, eu os amava, e por isso as dúvidas me consumiam cruelmente como traças... e me roíam como ratos, por dentro, ossos, vísceras e quada parte
de meu corpo.
 Eu não podia nunca terminar isso: foi ele que me mostrou o caminho das oficinas de poesia, me apresentando para editores, críticos e fora ele que elogiará meu primeiro livro (medíocre, mal-escrito e super-surreal) que foi despedaçado por todos os críticos invejosos de minha geração. Mais ele insistiu e conseguiu que me dessem um prémio literário e minha fama aumentou. E meu Deus, eu a amava, e por isso dizia essas coisas, eu o idolatrava, era meu amigo o mais próximo, o meu herói e salvador. Meu pai morrerá em um acidente de avião, e ele era um caminhoneiro que gostava muito de fumar cigarros a meia-noite em ponto; estava indo lutar na guerra, e nunca mais o revi. Mamãe me levará para viver com meus avós e sumirá três anos depois, em um misterioso sumiço que até hoje me consome. Fui abandonado pelo destino, e quando a memória me fazia roer por lembranças selvagens desses fatos, eu chorava e lá estava ele, me consolando, colocando em seu aparelho de rádio The beatles, me animando com Bach, me dizendo de cor versos de Camões, sugerindo viagens para Holanda ou Espanha, ditando-me seus sofrimentos pessoas: A morte de seu avó que presenciará com os assassinos,  a morte da galinha Josilda, sua galinha de estimação, que criará com todo afinco e que acabará no fim de sua vida sendo devorada por ele que talvez era a pessoa que mais a amava e também a trágica morte de sua primeira namorada, envenenada por pura inveja na cidade do Cabo, por uma socialite rica. A vida não é um sofrimento apenas para nós, e nem sequer a suportamos vive-la de verdade: fugimos dela. Mais dela eu não fugia, eu a amava!
 Talvez Ane não notara que a voz dele naquele exato momento estava de um jeito diferente, embora eu tivesse plena consciência de ter reparado isso (eu sempre fui muito observador, desde criança, quando andava pelado por entre as bananeiros do quintal de casa, junto de minha avó, que me batia levemente com a mão na bunda, e ria de mim "Sabe-se-lá por que de rir de mim"). Fique um pouco  conosco, eu estava ali conversando com um amigo e por isso demorei. Ane não notara que a voz dele naquele exato momento estava de um jeito diferente. Me levantei e me despedi: eu amava, mais por um triz da chegada dele não confessei isso a ela.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

É só frio


"Calma, é só o frio", disse-lhe em uma voz calma,
como se o mar e as nuvens fossem uma só
e o vinho se misturasse a espuma da cerveja
e o universo estava cantando diante do tempo e do espaço.

"É só frio", me respondeu suavemente, como s esperasse
em troca, folhas de outono, neves de inverno,
brisas de verão e flores de primavera.
Mais nem viva e nem morta ela era.
Apenas riu e dormiu sobre todas as eras.

"Calma amor, minha voz te alcança,
e se lança para perto de tua boca e de teus olhos
e se és anja serei teu protegido
para que cuides de mim com as asas de tua boca
e me faça dormir sobre o frio com que entre
A nossa primavera gélida de paixões..."

Sua voz passa de repente, como se encantasse o sol.
Com teus olhos serias (serás!)
a mais bela pluma, a mais suave nota da cantiga
a concha mais brilhosa sobre a areia...

A areia seria a pele que te cobre
e é nela que estou vestido como seu:

"É só frio, ó amor meu!"

Saudades...


As nossas angústias
(e quantas serão?)
Devoram-nos
na margem
De nossos sonhos não
Vividos por fraqueza,
já que imaginamos ser
(mesmo quando não somos).
Essas angústias nos afastam
De nossa tão intensa vivência
que viver é tão estranho quanto
Se angústiar.

E para que se angústiar
Se os sonhos vividos em seus braços
são os mais perfeitos que posso ter?

Não esqueço da tartaruga
que você me apresentou
ou da noite em que
deitei com você (é uma eternidade tão boa,
pura e inesquecível).

Não me angústiou como antes
e o frio dessa primavera me cobre
de suspiros poéticos
e imensas saudades...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Carta para uma professora


Ela já foi casada com um fazendeiro
e é realmente uma pena
Que as coisas não deram
Certo para você.

Mais por favor, tentar nos
Despertar para a vida: obrigado
Pela explicação lógica do universo
Que saiu de sua boca de mulher Formosa:

O governo quer o Enem, e tudo o mais...
Por favor, depois da faculdade
É preciso pagar o preço de se
Fazer um vestibular governamental

(Me perdoe, minhas origens são populares:
Que dinheiro não dá em árvore quem não sabe?).

E agora nos meus sonhos e tormentos de sobrevivência
Está ligado o governo, em uma reputação enorme!

Pobre de mim: vagabundo, latino-americano, sem rumo
Perdedor... obrigado por exprimir a miséria de
Nossa grandiosa nação. Vou brincar com a lua
É brinquedo mais amoroso do que as provas do estado.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

amante


diante amante
navegante distante
diante andante
chegaste de um lado
Amante distinto
Visto de longe o navio
Voltou do porto distante
a amante
Sacudiu a bandeira
Brilhante
Brilhante pôs-se o sol
A lua surgiu: brilhante.

És feita de areia


Não sou quem imagino ser
Mais não sou imune a nenhum pecado.

_Vibro nos sonhos morto
Mais vibro vivo: acordado.

Por mais que doa a ferida no peito
Mais me eleva a emoção (verdadeira):
sou feito de brisa
E tu
és feita de areia.

Nesse momento

Nada me valeria mais nesse momento
Que sentir as luas de vossos dentes
E vossa boca alimentando a minha...

Que tolice imaginar fantasias tão fortes...
Mais eu não seria esnobe em estar te amando
E não cantar esse amor?

Minha alma dolorida já estão cegos de te ver...
Não posso mais no mundo passar sem te ter:

Espero que a fragilidade do destino nos una
E em difíceis momentos passaremos a seguir
Unidos em carne, alma e ossos da plena paixão.

domingo, 23 de setembro de 2012

descansar na terra

descansar na terra sobre
O brilho da lágrima
que escorre lenta
E assim chamar a
canção: e amar sem nenhuma razão

sábado, 22 de setembro de 2012

poema de um gringo


Oh my god
That is the Brazil?
Help-me,
I Love the Samba
why my dog is
One latin-men
dancing La "bossa-nova".
_essie é o brasil?
I one gringo... yo hablo bien el português?
Help-me.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

PINGpong


SONETO


Se é o engano do amor que nos une
Que nos una mais e mais esse engano.
Não deixe que construam em nossa volta
Nenhum caminho pra lhe afastar.

Se esse amargo olhar que construíram a nossa volta
Meu amor, não ligue: és rosa, és vento
Eu tenho que lhe carregar para outros
Caminhos além desse caminho comum.

Dá-me seu coração, e saltará dele Lírios,
Papoulas, e diamantes cravejados
Com corações pulsantes:

A veia do amor me deixa pulsando
E por dentro te amando vou
Até acabar minha alma, e sucumbir de alegria por vós.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A vida é a mesma coisa/ soneto

A vida é para todos a mesma coisa:
Enlouquecidos, passamos a vivê-la.
Não resta nada além de intrigas e vindas
A moldura da pintura é a palavra morte.

Mais que olhemos o tempo que nos cerca
Só passam no mundo quem sabe viver...
A vida é a mesma coisa: é falha, um dia
Acaba.

Mais o que sobre por sobre nossos olhos
É a ignorância que nos cerca
Para chegarmos a ofender o início do fim.

E quantas coisas ficam esquecidas, magoadas,
É o amor uma palavra: e mais nada.
Que nos resta viver, para nos querer!
G.A.L 20/09/2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Essa memória luta para não te esquecer


Essa memória luta para não te esquecer,
E como uma onda, arrebenta-se a saudade
Em uma ilusória brisa que carrega o sentimento...
Sentimento... que pena... sentimento...
Mais tudo isso fica preso em um cadeado
de ferro... em uma gaiola de aço... em um muro
De sonhos... de lembranças.
E como uma espécie de ressentimento
Um vento por sobre os olhos
Deixa a dúvida do amor... Amor... que pena... sentimento...
É preciso carregar isso, como se fosse
Apenas uma faca: nos cortamos. Gostamos.
Luto pra não  te esquecer... E esse corte
Me dói... que pensa... sentimento...

Lembrança

Talvez sua memória tombe
Por sobre o lamentoso rio da lembrança
E você veja fantasmas atravessando
A rua como se fossem subalternos
Simples empregadinhos d' as favelas.

Mais a lembrança não é um morro,
não é nem sequer uma alegria venturosa:
a lembrança é um coração em forma de

Maça, desnudo e carnal, acelerado
E em ritmo igual ao vento.

Talvez tombe... Quem sabe Assim
Lhe reste um brilho, como uma aurora
E de saudade você me veja como um antigo
Apaixonado: vêm, deixa esse poema adentrar
Seus cabelos negros e sua tímidez de menina:

É você me ama!

Não esconda seu rosto

 Para C.T. 
Não esconda seu rosto cor
Maquiagem
A lua é linda
e você mais ainda.
Você e seu sorriso
Formaria um novo
Mar
Vêm diante do vento
Vem e refresque sua boca
Com a minha.

Vem descansar como
Um navio
Deslize sobre o amor
A lua é linda
e você é mais ainda.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

a mordida do cachorro

 A mordida do cachorro entrou fundo... quer dizer: senti-la fui até a profundidade do osso. Que dor insuportável... que tolice relembra-la agora, nesse momento. Porque relembro? Sorte seria não pensar nem sequer nisso... Nessas bobagens passadas há tempos antigos... Outrora nem lembrarei disso: porque me lembro? Porque me dói trancafiar na mente uma coisas dessas, uma coisa que aconteceu comigo e pode acontecer (aconteceu?) com outro... O outro... o outro é o significado, é a questão, é o baralhamento.
 Engano-me com tolices sem importâncias... com assuntos triviais, sem sentido... Para que deixo essas palavras lançadas ao vazio do branco, se nem sequer me cabe ou me devo a desfrutar a escrita de tais? E eu penso como uma bola: uma bolá que para lá vai e de lá para cá vêm. Vem sem deixar marcas, apenas vem como quem entra numa casa dizendo: "Bom... Cheguei e aqui estou. Os interessados que me sigam, contarei a minha estórias após o jantar. Sirvam-me batatas, por favor!"
 Alivio-me com tudo isso, e que falta me faz um sonho, um momento, uma integridade, uma boca para se unir a minha... Degustando o gosto dos lábios, unido o que é amor... Não o amor amor... Mais sim, o amor amor amor amor... Pobre de quem não entende o que é isso.. Se entendo não sei. Esqueci-me de tudo após sangrarem meu coração, com injúrias, palavras ofensivas, xingamentos, ladramentos, berramentos, ossamentos  casamentos, ilusionando o que tenho de mim e para mim. Que... para que... sofri... poupe-me dessas coisas, das idiotices sem sentido algum... Escrevo apenas para consolar-me(nos), de algum modo, para me preparar antes de dizer-lhe: Que vida boa. A mordida do cachorro entrou fundo... Sentia até a cavidade de meus ossos... Foi nas mãos... Para que me esquecer disso? Não sei... É tão bom relembrar tais coisas...

O que restará?


Então se dá tanto
Para tão pouco.
Não falta justiça e nem
Reconhecimento: falta
Aparecimento.

Falta sentido e paixão
Nos corações maldosos.
Falta vida a alma de mortos
Que andam, falam, e não pensam.

Pobre deles... pobre de tão
Inúteis que são por sobre a terra.

E que marcas deixarão na canção?

... ou restará a eles o silêncio da morte?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Não caminhamos mais unidos


Não caminhamos mais unidos
Juntos como outrora
meu amor...

Já não somos nem ramos
nem ervas unidas. Por me
esquecer eu aprendi a não te ter.
E como eu queria estar com você.

Mais tudo na vida se aprende,
O tempo muda sem mais nem menos
E nossos caminhos se cruzaram-ão
Algum dia (quem saberá?). 

domingo, 16 de setembro de 2012

Não existo


Não existo...
E no entanto quero saber as horas.
E no entanto quero ser amado.
Quero olhar nos olhos fundos de quem amo
suspirar, sentir uma chuva, o frio.
Não existo...
Mais ando, passo por passo
Ilha por ilha eu sinto o vento
a vida... e no entanto:
Não existo...

extremo limitado


Só pra lhe encontrar

Num sonho um sonho acordavam sonhando num sonho um sonhar
Um viver maravilhoso revivendo sentindo existindo sem se encontrar
Pra quem vive não viva a viva vaias das vivas das ilhas dos mares ares 
Que olhem voltem e digam: não pode. não podia. não deixam deixam
Que a vida é isso isso não é a vida isso vida não é é isso a vida não.
O nervo: nervoso, tenso, 
Só pra lhe encontrar!

Soneto completo.

Sonho com um soneto completo
o maior que eu puder criar.
Um soneto do tamanho do
Mistério
Um que se assemelhe a imensidão do
Mar.
O mar mergulhado em um soneto
Um soneto mergulhado no mar
Uma rima sem perfeição (Inútil
Incompleta).
Mais se esse soneto é completo
de incompleta incompreensão ele será
Será feito de pedras, granizos, rachaduras,
Não elevará
Mais tirará.
Será construído com rodas e metais
Cortara com facas, com peixeiras,
Será completo (Mas não restará em seu interior
O incompleto do complexo?).
Não rimará nada,
a rima rimará com sigo mesmo
E a vida não será rimada no soneto
(Que
Será preparado, enfaixado, emoldurado,
Colocado, ajustado, como um peixe no
Anzol.
Ficará açoitado como escravo,
E moerá cana.
Será um soneto incompleto, mais nesse in-completar
Ele será completo.
Será sem rimas, será sem alma
Não restará nem nada: será inútil.
E como será inútil restara o soneto
Inteiro, vivo, como água de mar:
Não existirá, mais se sentirá.

sábado, 15 de setembro de 2012

Minha Querida Ana,


 Não entendo bem algumas coisas... Uma é o meu nacionalismo, e meu modo crítico de ver os norte-americanos, e de um lado admirar a arte norte-americana... A música deles são como a nossa: soa bem a qualquer momento. David Byrne é uma fusão, uma espécie de anti-músico/músic. Gosto muito de ouvi-lo. Tentar ouvi-lo. A música fluí mais intensa do que a mais profunda literatura.
 A leitura sobre a vida do bom Machado de Assis é um desdobramento para nossa tristeza... Minha na verdade... os que entenderem bem, sabem que Machado foi ótimo contista, poeta, romancista e etc... Mais ele relaxou em algumas partes... E ele é muito superior a qualquer um daquela época.
 Acabei de ver uns filmes ótimos do Bergman... ele é um gênio não genioso. Por favor, entenda que a literatura brasileira é muito rica.

 Com amor e carinhos de seu

Gabriel de Ataide.

ABSTRATO 2


Não é um destino.

Não é um destino.
Penso e imagino,
Tranquilo o mar sabe
Que arrastará alguém
Em seu momento de morte
e cantarão hinos e louvores
em nome de um amor
perdido e esquecido.
Imensidão de esquecimento...
Almas tristes... almas pequenas...
Mas em cima disso tudo a felicidade
Se encontrará mergulhada em um momento (ou será
Isso a imaginação mais profunda de quem
Não vive, apenas sonha?).
Só penso e imagino...
É duro... existo!

Que o vento me leve em paz


E por acaso
Há alguma coisa
Me impedindo
de se aproximar 
De quem tanto amo?

E o que seria
Esse me impedir
De atravessar a
Lâmina e o golpe
Amoroso da paixão?

Por acaso... Tudo
É um grande acaso.
As flores do jardim
serão podadas pelo vento.

E que o vento me leve em paz!

SONETO

Não me falem de amores eternos
Nem de vinganças compridas: me
Mergulhem no sonho da amizade,
Me deixem vivo para compreender esse dom

De eternidade que é ter ela. E ter
ela, complicadíssima e amorosa,
Desperta como uma rosa lagrimosa
ou como uma nuvem contente.

Só ela me falará de amores, vinganças
Ela me ensinará o ódio e o perdão
O prazer de um beijo molhado

e talvez até o prazer de uma discussão.
Mais só ela, restando tempo imensos para
Dizer em prantos: Só o amor basta ao coração.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Gostar de se ser

Das coisas, dos olhos, das bocas, do chão
O alívio, o respiro, a roda, a mão; a lírica
A pedra, o machado, o não; a faca e a arma
que ferem o coração, confirmo, pereço em rima
Então, sobre as coisas, o modo, o viver do irmão
Quem sabe, descubra-se amigo no Não
Afirmo, infirmo, que rosa e sabão
São uma coisa separada, corda em
Violão.

Talvez não entenda, tenta, quem sabe, razão!
Não firma, afirma, constante ou não
Amizade, tristeza, carinho, patrão
Cachorro que ladra, na lua são
é o mesmo que pede comida e ração.

Afirmo, desfiro, infirmo, em não
Que aja, que tenha, que venha a emoção
Do nada, do tudo, do pouco, do pão
Que coma, devora, que brote a emoção
Compondo o verso, sem rima, a carvão
Do lado do sabre, do lado do não.

Afirmo, infirmo, respiro, pingado
Quem entende miado tem que ser gato.
Quem entende formosura, tem que ser belezura.
Quem entende paixão, tem que ser amado.

Tá certo, tá firme, tá bem revelado
Que o mundo, absurdo, é bem revelado
Sem lado, sem calos, sem trabalho, até
Em palavras, em rimas, meu bom Josué
Que diga, confirma, com tão emoção
Que a vida é isso e não basta viver: tem que saber a gostar de se ser

Devoro o centro


Devoro o centro dessa minha cidade
Com a mais incompleta observação.
São carros que galopam rápidos
Para todas direções.

Não vejo as pessoas... Não,
elas não tem alma por aqui: andam,
formigas mortas, como se soubessem
Sabe-se lá o que da vida, das pinturas e literaturas

ou do mundo...

Devoro o centro dessa minha cidade...
Que pena... É um gosto tão amargo
Mais ela me parece feliz... Feliz é uma definição

Incompleta pra todos nós... mais será que
é só isso? Espero que sim!
Espero que não haja fantasmas percorrendo esse mercado aqui...

É horrível esperar um sinal vermelho de 30 segundos meus bons motoristas?
E que transito bonachão... O céu é azul, nem reparei em sua cor hoje
Pois devorava essa minha cidade... Tão rápido, quanto o corte do meu cabelo.

Fale pouco

Fale pouco
fale baixo...
mais pelo menos fale...
Fale com o seu coração
Fale com tudo o que quer falar
com faca, metal, ou sabre
mais pelo menos fale...
Fique com os olhos molhados
Para acreditarem em um sentimento
E tenham uma sorte tropical
Esse país é o ideal: metal por metal
Não é a capital? Nada mau.

O mundo é escuro sem luz!


Você pensa em tanta coisa
e esquece o puro o essencial...
Ri de alguém porque ele é anormal...
Tudo bem, isso é o que aprendemos na escola: é normal.
Então vamos até o espaço sideral,
aberto como o espirro
de um pequeno filho da puta...
Um amigo diz que assiste seriado de zumbi...
Não é fácil ser tão normal...
É fácil ir paras as montanhas
e pular de cabeça sem ninguém saber...
O mundo é escuro sem luz!

O amor se perdeu


O amor se perdeu..
Que pena não...
O amor se perdeu...
Que pena, por favor
Não perda o seu por mim
Não por mim...
O amor se perdeu...
Escureceu... e o dia
amanheceu como sempre
e o amor se perdeu.... Oh meu Deus!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Não se vive o quando que se quer

Não se vive o quanto que se quer...
Não se mede a vida com régua,
Não se subtrai a morte (mais
O que nos importa isso? Ora: 
"fumaremos, beberemos, cataremos
As putas morenas e loiras que
Ainda temos que catar".

Mas a faca do destino é inventar
frases tão boas e idiotas como essa? 
O que fazer para não se sufocar diante
de tão pequena inspiração, poesia?
Andar por ai, solitário, sem rumo
Nas ilhas mentais, admirando os Nativos
índios canibais, perigosíssimos, canibais
Que falam português: I speak english
I speak english. São canibais camaradas,
Aproveitem, porque nosso espanhol
É tão estranho, que nem somos latinos-americanos. 

Não se vive o quanto se quer...
Não é que eu queira viver intensamente arrodeado
De cabeças que pensam, fumam, vibram:
Oh, meu mundo é tão estranho que as vezes
respirar é uma condição avassaladora (e
Anti-Iluminadora).

Mais isso tudo fica gravado... são palavras
Tolas, 
E resta seguir o conselho do gordo que lê vários livros de uma vez:

"Não despreze sua cidade". 
Tudo bem... Era uma vez...

Pensar: isso já me basta

Não tenho alma... não
Preciso de amor...
Tenho uma víscera que bate.
Pensar: isso já me basta.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Poetas irmãos


-Eu quero ter um milhão de amigos
E assim mais forte poder cantar - música popular brasileira!-

Irmãos vagos que distantes
estão
em meu coração,
Simplesmente não escutarão
talvez
o canto suave
desse poeta, sul-americano insuave,
Sem distinções 
políticas etc... etc... etc...
espero, espero bem que me queiram
Que me queiram bem... poetas que vós
Lhe peço, irmão grandiosos
sou tão pequeno, tão submerso
em meu canto latino. 
Irmãos vagos que distantes
estão
de meu coração,
Simplesmente não escutarão
talvez
o canto suave
desse poeta, sul-americano
Sem distinções 
políticas etc... etc... etc...
espero, espero bem que me queiram
Que me queiram bem... poetas que vós
Lhe peço, irmão grandiosos
sou tão pequeno, tão submerso
em meu canto latino.
Cantem... cantem... eu canto... porque canto?
Não sei... Só canto para engrandecer a minha volta,
a pequena roda que gira, o ventilador que vibra, o vento que me toca.
Eu não gosto de carinho... é tão abstrato quanto o abstrato de um quadro...
Eu odeio... detesto... eu te amo irmãos poetas,
Profundamente quero que me abracem
Que cantem junto a mim
Sem ritmo, pois meu ritmo é sem vida
Sem vida somos nós, poetas de cantos verdadeiros.
óh IRMÃO, não sou o único nem o primeiro ...
Mais canto: eis o meu único desejo!

soneta em sonho

Eu não sou poeta... sou um misto de mim mesmo
Um único exemplar de um livro fechado e enfadonho.
As memórias da dor se perderão no sertão...
e meu coração reluzirá em qualquer canção.

Cantar o mais alto possível, e do mais baixo
Ouvir com amor, clamor, e evidência.
Porque Deus fala aos que escutam
E responde aos que necessitam...

Eu não sou poeta.... sou isso o que sou:
Um sonho em vida, um cruel abstrato
no mundo da vida: sou curto e sou largo.

Largo de tantos sonhos, de amores profundos
De dores imensas: eu sou um poeta
Não só de esperança... mais de imensas tormentas.

verbo

um sorriso
um verbo.
um olhar
um amar
um te quero.
Um te quero
um renego
um te espero.
Corpo lindo
de desejo em vida
vira rotina.
Posso escrever amor?
Pra essa princesa?
Tudo não é mais...
Já se foi... eu não toco seu coração com música
e nem palavras... e só se pode sofrer:
Estrelas, brilhos, o sol seu corpo nu sal de corpo em fúria
como bobos idiotas se amando diante do sol!
isso tudo é um verbo
em geração: é o que há de bom.

de um poeta menor, de um país latino-americano

Pior que ter uma alma
é tê-la que guarda-la
para aprofundá-la.
A alma não é tigre,
não contem o complexo 
que o osso tem: a alma está além.
Não de tudo, mais eleva o tudo
Chegando a nos revelar o nulo do tudo.
Pior que ter uma alma
é tê-la que guarda-la
(melhor, não estará mais bem
Salvada quando não Utilizada?).

Cabeça de repolho

Eu sou o idiota acabado de cabelos grandes...
Eu vago por ai, não tão contente e não tão sorridente...
Eu sou o humano com cabeça de repolho...
O meu sorriso é um cigarro na minha boca queimando a sua pele
enquanto a sua boca se encosta na minha.
Eu peço a Deus pra que ele acredite em mim
E eu ainda preciso aprender a gostar de mim.
Não sabemos nem o começo da vida... quem entrega lista
merece entrar no céu?
Eu sou o vagabundo com cabeça de repolho...
Eu sou o cara mau que não tem amigos de verdade...
Eu não preciso conversar... eu babo veneno da minha boca gigante
de dragão solitário.... Eu sou o homem com cabeça de repolho...
Pobre... porque? Eu sou um americano... I portuguese ....
Sim... que pena... é viver com tudo isso em volta...
Espuma branca de malibu... uma puta rica já conheceu Paris
e eu ainda preciso conhecer a Argentina...
Eu sou o menino que vaga por ai... com uma cabeça de repolho!


Futebol e tourada


Futebol e tourada são
uma arte interligada: O
toureiro ofende o touro,
no futebol o outro ofende
o outro.

Futebol é víscera de arte:
chuta-se a bola, o vento.
Não se pode brincar no futebol:
Futebol é sangue, igual tourada.

Assim interligados como alma
Tourada e futebol se interligam em corpo:
O toureiro mata
o touro
sem dó ou piedade,
No futebol outro
Ofende o outro:

Isso se chama: jogar futebol.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

De sangue e de Pátria

Irmãos de Sangue e de Pátria...
Somos todos Comandados pelo Luto
e pela tirania... mais quem vai se erguer
contra todos esses lugares precisam sorrir:
Com armas e etc...
com armas e etc...
com armas e etc...
Não há lugar mais seguro do que a escuridão
As pessoas se matam por amor...
É melhor ajudá-las a morrerem mais depressa:
Com armas e etc...
com armas e etc.;.
com armas e etc...
Amor é um segredo... e a liberdade de combater?
Com armas e etc...
com armas e etc...
com armas e etc...
Mais mesmo assim, vamos caminhar
O sorriso não vela uma criança morta no Senegal:
As armas e etc...
as armas e etc...
as armas e etc...
as armas e etc...
as armas...