Do crânio febril, matéria pensante,
Saltou um raio — equação de agonia!
Curvou-se o tempo em carne que se esfria,
E a luz gemeu no vácuo delirante.
O espaço é víscera! É ventre cambiante!
Relógios sangram na órbita vazia,
E a massa enferma em fórmula se guia,
Na geometria do abismo incessante.
Ó cérebro! Engendrador de universos!
Que transformaste em números perversos
A própria essência do existir mortal!
És profeta de átomos e poeira,
Mas tua glória em riso se esfacela:
— Deus joga dados na podridão final!
Nenhum comentário:
Postar um comentário