domingo, 24 de agosto de 2025

Einstein


Do crânio febril, matéria pensante,

Saltou um raio — equação de agonia!

Curvou-se o tempo em carne que se esfria,

E a luz gemeu no vácuo delirante.


O espaço é víscera! É ventre cambiante!

Relógios sangram na órbita vazia,

E a massa enferma em fórmula se guia,

Na geometria do abismo incessante.


Ó cérebro! Engendrador de universos!

Que transformaste em números perversos

A própria essência do existir mortal!


És profeta de átomos e poeira,

Mas tua glória em riso se esfacela:

— Deus joga dados na podridão final!



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