A AMADA
Não dormes, minha
amada.
A noite fria
sem teus olhos
para mim, não
me aquece.
Só tua boca
de pétala sincera,
que eu amo, somente
a suavidade do seu
rosto de pêssego
amoroso
consegue
transbordar de estrelas
azuladas
o meu coração.
Por isso, minha
amada,
esses versos de neve
derretem em teus
olhos de primavera.
Só o amor, só a palavra
que nos une,
pode explicar, amada,
o que sinto por ti!
FRIO
O seu sorriso é um
suspiro belo.
Não vou compará-la
as estrelas, pois o teu
brilho, amada minha,
é mais sério...
Ah, se eu pudesse
beijá-la agora, sentir a ardência
do sabor de laranja
da tua boca vermelha;
o universo contemplaria
tais atos; e eu, te amaria.
Simplesmente te amaria, assim
como o sol se põe,
como a neve cai,
como a chuva pinga,
como o artista pinta:
te amaria, amada minha.
Esse é o meu segredo
que conto apenas ao
teu coração amarelo
que arde como um sol
de amor dentro de ti.
Amada: o seu sorriso é um suspiro belo.
HISTÓRIA
Essa é a história
do meu amor (ah,
Deus sabe o que
carrego em minha alma),
e essa história
não tem fim:
amanhã, tu e eu
amada, amaremos
como tochas ardentes
no lilás intranquilo
das rochas
sem mel...
Não vou deixar o
teu nome
na poesia,
a vida já o ditou
em tua certidão:
teu nome de rosa
salgada, arde
em minhas mãos.
Por isso, encerro na estepe
do verso a história de nossa paixão.
E ergo o teu retrato dentro de meu coração...
NOITE
As estrelas noturnas, sem
sorrisos, ardem se consumindo
sozinhas no infinito.
Mais não posso me conter
quando canto que t amo,
pois a aurora do amor arde em mim,
buscando a melodia
necessária para
conquistá-la, amada.
Não se esqueça do
meu nome, minha amada,
e eu não esquecerei do teu sorriso...
Prometo guardar na
eternidade das estrelas finitas
sua voz feminina e bela,
que entoa hinos
na primavera.
Amada, o teu nome
se mistura ao amar e percorre
as rochas distantes do espaço sideral.
Desculpe-me, mais eu te amo infinitamente!
TEMPO
Esqueci o tempo dentro
de uma blusa congelada;
não faz mal:
o vento também passa...
Penso nela, penso
nas coisas belas que
escrevi para ela:
outros vão ler, para depois
esquecer minhas palavras...
Não faz mal, eu me apagar no
anonimato também é legal...
O que não pode ser
apagado (pelo tempo?)
é esse amor declarado.
Já o declarei, feliz,
na leveza do dia, na tristeza
da noite; agora, foi-se...
Deixar ir, escorrer,
vagar; o que me importa?
É claro que o amor
tudo suporta; vou abrir
a janela do quarto e suspirar:
como é bom amar!
eu te amo!
Com licença: eu te amo!
Isso ainda significa algo
dentro da alegria dos teus
olhos de outono?
Não vagues se queixando
de nunca ter-me ouvido dizer
que amo você.
Ó, olhos de outono,
amo-a, é isso o que me
importa: o resto
é apenas um belo sonho...
Musicista
Gosto de cantar
no ritmo das papoulas
pois me escutam
as gaivotas surdas do
oceano atlântico...
Ai de mim, só posso
cantar a mesma coisa,
sempre a mesma nota
repetitiva, sempre o
mesmo amor infinito: