sexta-feira, 30 de junho de 2017

Retrato abstrato de spinoza


As mãos do judeu tecem
o cristal como tecem a filosofia.
A noite imensa arde sem tarde
triste, pequena, imensa, infinita.
Na voz dos que conversam
a lembrança de uma excomunhão.
Deus e a natureza se tornam um.
Essa é a mais franca opinião.
Os olhos do judeu agora são invernais
porque não escrevem mais nem respiram.
Lavrador de palavras e cristais.
Imenso o dia e é imensa a morte.
E enquanto a porta lenta se abre
O livro na estante brilha sua sorte.

Esquecimento


As horas que se foram 
retornam em meus sonhos
enquanto leio mallarmé
e maiakóvski na noite fria


que vira as páginas dos livros.

As estrelas leem no cosmo
minha vida como palavra.
Estou frio, enérgico, triste
como a trova dos poetas de outrora.
A melancolia selvagem é uma folha
que morre lenta e alegre no jardim
cheio de flores e formigas.
O outono da noite é um livro de
poesia. Os poetas de outrora choram.
Ou somos nós que choramos de saudade?

terça-feira, 27 de junho de 2017

A anja



O brilho dos olhos do rosto da cintura
as mãos queimando de lírios e suor
no corpo dorso uma fêmea tão linda
a completa magnitude da terra em seus
olhos e bocas e mãos e cintura e horizonte.

Óh lábios de uvas cintura das américas
olhos de água fogo terra em meio a luz
branca que arde de seu perfume de folha
com as raízes líricas de uma harpa pura 

e doce com o amor dentro do amor
no fundo do amor completado pelo amor
ardendo de amor suando de amor 
no início no meio e no fim do amor 
eterno entre nós dois.

domingo, 25 de junho de 2017

Baladinha alegre


O rio não tem fonte
é alegre
o rio que corre
é alegre
o rio sem papel
é alegre
o rio que dorme
é alegre
o rio sem nuvens
é alegre
o rio seco
é alegre
o rio cheio de gravetos
é allegre
como o ínfinitto
é alegre.

Baladinha triste


É triste o mar
é triste
e azul é o vento
é triste
e cinzento
é o dia sem
nuvens
é triste
o mar é triste
sem mariposinhas
para beijá-lo
é triste.

Baladinha do amor sincero


A lua não tem gravetos
nem dorme
no coração.
Sem relógios pulsa as
horas da imaginação.
O amor é feito trigo,
vira massa, vira pão.
Nem só de pão vive o homem.
E segue o amor então.

Baladinha do amor profundo


E te amo
mariposinha
e te amo
vespinha linda
e te amo
borboletinha
e te amo
pequena doninha
te amo e te amo
minha amada sardinha
te amo
minha macaquinha
te amo
pequena vaquinha
te amo pra sempre
e profundamente
minha mulher estrelinha.

Cançãozinha de saudade



(ainda gostando dela) 

Meu amor é un lírio
pequenina, pequenina

que cariño máis fermoso
son os ollos da amada.

Cancción



Ay, a noit' ard'
Ay, a noit' ard

Amo'r q' no me tard'

Ay, q' cant' en cielo
Ay, q' cant' en cielo

Amo'r q' no me tard'

Ay, q' en diá en diá
Ay, q' en diá en diá

Amo'r q' no me tard'

Y am' ar lá 
Y am' ar lá

Qué Deus provê, Qué Deus provê



Y Dios dio a David victorias en el desierto contra Saúl.
Livro dos Hebreus de Sefarad.

Qué Deus provê, Que Deus provê 
eu sei, que Deus provê,
eu sei que Ele me vê
eu sei que Ele nos vê

Qué DEUS provê, Qué Deus provê
eu sei que Ele nos vê
Qué Deus provê, Qué Deus provê
ama Ele eu e você

Qué Deus provê, Qué Deus provê
pois david Ele fez vencer
Qué Deus provê, Qué Deus provê
eu sei que Ele nos vê

Qué Deus provê, Qué Deus provê
ama Ele eu  e você
Qué Deus provê, Qué Deus provê
no mar na terra no céu Ele provê

Balada do amor metálico



Amor feito de aço
era de vidro e se quebrou
a janela do seu quarto
o meu coração quebrado


tristemente remendou.

O sol pousou calmo
do outro lado do rio.
Um urubu no mês de
agosto nos fez sorrir.

A estrela que cortou 
as mãos e os olhos
esqueceu o sangue
dentro do mar sem dor.

Por isso riram tanto
os poetas diante de
todos os sofrimentos
do que chamaram de amor,

escrevendo, escrevendo tanto.

E o amor surgiu enferrujado,
oxigenaram o coração,
iluminaram o candelabro,
celebraram o hanukkah.

Soltou-se então o amor
na forma de um beijo, mariposa.
Maça, pão, corte tão certeiro.
E o amor metálico cantou:

metálico, frio, mais verdadeiro!

Balada da tristeza imensa


Escorre pelos lábios
a tristeza da canção
a enorme canção como
uma oração que segue
o infinito pelo céu sem luz.
As lágrimas se convertem
em lobos estraçalhando o lixo,
formam buracos nos dentes,
transformam-se em chuvas,
labaredas de oceanos sem
trevas, sem lar, sem esperança.
A veia partida acelera o coração,
igual uma rocha a vela que motoriza
o próprio ser eletrifica as palavras
e tudo se transforma em matéria:
o sal, o açúcar, a manhã incandescente,
o ritual, o pequeno costume, os vícios capitalistas.
A,B,C,D,E, e F e G costumam saltar
para fora no momento da imensa dor.
Uma cachoeira lenta semelhante a pluma
de várias aves invadem o sonho e o faminto
coração cheio de mágoas vai chorando lágrimas
em forma de outono, perdidas entre buracos,
ruas tão esburacadas quanto os olhos de
uma beleza de maça manchada pela cinzenta
existência que tudo devora, tudo dilacera.

Baladinha das três águas

Frio frio
é a água do rio.
Corrente corrente
é a água da nascente.
Sem par sem par
é a água triste do mar.

Meu amor é o seu amor


Meu amor é o seu amor,
por isso suspiro versos
estrelas caem no meu colo
dos teus olhos lágrimas
como ferro e melancia.

Meu amor é o seu amor,
por isso arde tanto no
escuro como o frio claro
que é um beijo lento.

Meu amor é o seu amor.
Por existo, por ter você
amor meu, amada minha.

sábado, 24 de junho de 2017

Estrofe de amor


Bate-Seba na cachoeira 
Se banhando ao luar, 
Quando a viu o rei David
Dela se enamorou, 
Assim como eu me 
Enamorei por ti ! 

foto: ilustrativa 

O mar



O mar
frio
e galopante,
o mar
cinzento,
triste,
frio,
amargo,
sem plumas,
sem conchas,
sem nada.
O mar,
repetido 
mar,
sempre o
mesmo enjoativo
mar.
O mar que se
canta e recanta,
o mar que se volta a cantar.
O mar do ocidente,
frio e frio,
o mar do oriente,
frio e frio,
salgado mar,
sem pátria,
sem nome.
Chamo-o de
mar por pura
preguiça.
Não te nomeio em
nada, porque não
tens raízes, nem mãos,
nem pés.
Mar, mar amargo,
mar sem olhos,
sem primavera,
mar cheio
de seres
inomináveis.
Mar de plantas
sem perfume,
de amores
afundados.
Mar de guerra,
sangue,
mar arrogante,
mar sem ensino,
mar camponês
e simples.
Mar que ama
as praias sem
seios desnudos.
Mar que odeia
os navios carregados
de petróleo.
Mar sem cabeça,
sem orelha,
mar dos sinos
enferrujados,
dos motores,
das tristezas.
Mar sem sereias,
mar sem realismo-mágico,
mar sem amor.
Mar infinito que se gasta
em cada dia,
cada roupa,
em cada relógio,
em cada aurora.
Mar e mar.
Bastante mar salgado
que não significa
nada para as
horas.

foto: ilustrativa

A terra



Terra,
sulco do infinito,
bacia de
plantas,
raízes,
pedras,
insetos,
em tua doçura
minhas mãos
colhem frutas,
pó,
pequenos
gravetos
secos.
Desperdicei
o meu amor
por ti em
outras coisas:
no mar cinzento,
no céu enegrecido,
no poente dos olhos,
nas tristezas passageiras.
Terra,
bruta terra,
verde como a oliveira,
saudosa e triste,
terra morta, morta
de mortos, mortos sem olhos,
terra cigana e fria,
terra cheia de solidão.
És a terra peregrina,
a terra sem volta,
onde os meus passos
se vão como brisas entenebrecidas. 
Terra, amarga como o vinho,
como todas as bebidas gazeificadas.
Em ti posso mirar os balões,
posso mirar o fogo que se alastra,
os animais peçonhentos que te
chamam de um novo desconhecido
por mim, que só Deus pode revelar 
e não o revê-la.
Terra fria e quente.
Terra sem fim, terra de poente.Terra
onde os homens não são nada.
Terra, sulco do infinito transparente.

foto: ilustrativa 

Por amor

Vejo suas mãos me abraçando
na colina errante, profundas estrelas
que balançam como o comércio falido.
Sua voz é tão doce e pura como a voz
de uma pequena sereia cantando para
atrair os marinheiros para a morte no
fundo do oceano seco e cheio de gelo.

Seu perfume é puro e doce como
o canto da cigarra cigana que canta
no meio das árvores sem se preocupar
com pátrias, bandeiras, ouvindo o som
atordoante, o som puro e veloz, a marca
sutil da esperança que sai dos seus lábios,
amada minha coroada de brisas, mel e lírios.

Quando me pediram para descrever os 
seus cabelos (quem me pediu? os amigos
mortos no campo de concentração?
os anjos sem nome? as pessoas sem casas?
os pobres mendigos? os cristãos perseguidos?
os muçulmanos inocentes? os judeus enriquecidos?
os negros nos guetos? os camelos? os sóis? as estrelas?
toda humanidade feita de línguas diferentes? quem me pediu?)
eu descrevi seus cabelos de areia,
porque o mar dançava em teus cabelos com
lentas ondas, indo e voltando, trazendo nas mechas
puras e alvas como o leite e como café
a espuma sagrada no ritmo da tristeza, semelhante a uma
pérola recém descoberta pela humanidade sonífera.

Foi muito pouco porque quiseram mais e mais
descrições de sua beleza de espelho.
Descreva-nos o teu amor, gritavam os
aberrantes, os sem vozes, as palomas rosas,
os papagaios, as tartarugas, os peixes profundos,
as baleias gigantes, as pedras, as rochas,
a casca da árvore, o baobá, tudo que pudesse
cheirar a cor da sua beleza que é linda exótica.

Por que és negra? Como a noite feita de
estrelas, nuvens, galáxias, imensas e infinitas.
E Deus te fez para refletir os olhos dele
em meus olhos para que eu visse o próprio Eterno
dentro dos seus seios, nádegas, cabelos, olhos.

Amada, amor, querida: quanto ardor de amor...!

Eu canto para a cidade



(zombando do capitalismo horrendo)

O que é aquilo?
Um lírio despencando no mar.
Um sol cheio de luz, raízes fundas.
Pequenos problemas...

E aquela voz?
O ruído de algum perfume.
O alfabeto hebraico sem consoantes.
As rimas dos números.
Dores.

No outono um sol.
Na chuva uma primavera.
No inverno um pequeno caminho
levando as estrofes de walt whitman e garcia lorca
pablo neruda carlos drummond joão cabral elizabeth bishop
manuel bandeira gabriela mistral cecília meireles fernando pessoa
etc...etc...etc...etc...
No verão um toureiro morto por uma punhalada de unicornio.
Dentro do meu coração

só existem cinzas morenas e japonesas,
existe o negror puro do amor insondavel, inconcluído,
do ammor esnóbil, sofrido, na carcaça do meu coração
depois que escrevi um livro chamado FOGO & METAL
odeio o fogo que queima e pode machucar meus olhos de água
odeio o metal que é feito de almas e seres machucados mortos
destituídos de posse por um capitalismo desumano feio horrendo
um capitalismo destrutivo uma sociedade de merda feita de gente
suja de carácter ladrões comerciantes que só roubam pessoas
que não pagam que me fazem trabalhar como escravos para
receber míseros one hundred and fifty em papel de dinheiro brasileiro
e ainda tem o direito (malditos, desgraçados, filhos de uma puta, que vão para o inferno) de me chamarem de malandro.

Pois eu escrevo: a bandeira é única.

O que é aquilo?
Uma lágrima de agulha.
O fundo de uma poça negra.
Uma erva venenosa coroada de beleza.

O perfume da noite.
A alegria do dia.
  

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Um não-haicai contemporâneo



Era o ouro, brilhando por cima dos telhados,
uma chuva cheia de pequenos gafanhotos, rochas,
umas migalhas qualquer, um vento assoviando baixinho
nos teus ouvidos os versos perdidos do poeta,
eu te amo, dizia a água do mar lentamente, com garrafas e garfos,
eu te amo, respondia a nuvem branca e sem brilho,
eu te amo, dizia a vespa para a mariposa sem casa.
E tudo ardia com pontos infinitos escritos debaixo
da árvore, em cima do muro, perto da areia,
nem o ar parecia congelar as mãos que faziam poemas como candelabros,
morcegos, cegos aventais, dilemas esquecidos,
problemas políticos, estrofes apodrecidas de algas,
chuva, gotas de torneira, enxofre.
E abria a janela como se a televisão ligada fosse a 
única porta da esperança, como se o elefante não tivesse pátria,
compondo o café, comprando o açúcar,
derramando o leite, a lágrima, fazendo poemas
de amor
para flores sem nomes, luas sem pratas,
mares sem peixes, nomes sem horizontes,
nada significando vida 
a não ser a dor insuportável sentida na gengiva,
a dor do dente quebrado,
o mal cheiro que vem das odes das nuvens marinhas,
o pequeno aperto da mão,
a fruta que caiu espatifada
no chão.

E se vê estrelas brilhando negras em cima no céu,
coroadas de cores, luzes, brilhos que vão se apagando
porque não são nada além de ódios, rancores,
feridas abertas como
migalhas, pelos, portas,
a fumaça que se gera do
fogo ardido e finito contra
a rocha oceânica.

E chora
e chora
e canta.

E tudo se consome nesse século
de facebooks, myspaces, redes sociais
que interagem e tornam as máquinas humanas
e os humanos (?) em máquinas,
máquinas de não-dormir,
máquinas de trabalhar,
máquinas de ódio, máquinas de corrupção,
máquinas, máquinas, máquinas,
e tudo é rápido, tudo se acelera,
tudo vai e não volta,
tudo se desprende e gira
como a terra, como a terra
que é imóvel e fixa
e gira, e gira, e gira,
valsando contra o sol,
jubilando o espaço negro,
miragens de mariposas
sem asas no meio do
espaço cosmos.

É impossível escrever poesia
nesse século frio, nesse século de cinema,
nesse século vazio, vazio como o buraco,
vazio como o rio que se vai infinito,

A grama verde é a esperança,
a chuva azul molhando o amor de olhos de gotas,
o negro sol queimando as margaridas,
o outono vermelho pegando o verão cinzento
e beijando o licor e a prata e o café com leite.

E nós choramos porque entendemos.
Por que entendemos?
Entendemos que morremos
nessas calçadas
esburacadas.

E tudo é ausência e frio.
Tudo é ladrilho, casas, pessoas.
Os muros sem animais, o teto
que pinga, os lírios, as pequenas
margaridas, os pequenos insetos.

E nós passeamos nosso olhos de letras e números cheios de
bactérias e coisas assim como o redemunho desenhos abstratos
a ilógica lógica do surrealismo as pinturas de miró os desejos contidos
os desejos incontidos os versos de pessoa o vinagre escovando
os dentes com sal açúcar mel serpentinas vendo e amando as
moças orientais as moças morenas a amada que me trocou
pelo corpo e pela água morna pela luz sem fim do muro e
o rosto da morte cantando versos atuando com o luar uma
canção branca uma ode lenta um pequeno sol brilhando
escurecendo o vento passando pela entrada do portão que
tem o perfume da árvore sem nome que chamam de dama da noite
e outrora
as horas
serão.

Valsa do sonho

Alguém sonhou,

duvido que foi o outono embelezado de horizontes,
cores, pequenas folhas caídas pelo corpo,
nos ombros uma montanha elevadíssima,
em baixo, nas mãos, segurando uma aurora
uma lua feita de lixo, um sol cheio de poentas enegrecidos.
Ninguém falou no momento intenso da música,
quando a brisa valsava contra a rosa ludibriada
de canções extintas, vasos, sementes, 
uma beleza inconfundível de marinheira,
a beleza destratada, arremessada no chão,
aberta, ferida, cheia de cascos, lunetas,
muros que se perdem no meio dos mapas.

E a noite se confundia dentro de mim como
um arpão, peixe-espada, foscos, flocos.
O enfeite do coração era meio semelhante a
uma adaga, uma meia cheia de chulé, uma casa
abotoada de botões, nadadeiras, patos.
Rabiscando em cima do muro outra canção,
desenhando outros desenhos, outras taças,
uma garrafa de guaraná, um desejo obscuro.

Disseram e não disseram
e a melodia se perdeu como um arranha-céu
no centro da cidade, uma mosca dentro da sopa,
uma roupa rasgada, uma tabuada, 
um lírio jogado, destratado no chão.

Mesmo se pudesse ser dor
alguém iria contestar as asneiras poéticas:
sereias engarrafadas dentro do coração,
morenas voando como águias,
brisas em forma de folhas de papel,
palavras chamuscadas de pelos e ventanias.
Tudo é passageiro, dirá o bilhete escrito do outro lado
da janela com desenhinhos e votos, juras de amor eternos.

E sangra o coração.
Sangra? Canta! Na verdade as baladas
antigas são muito boas, e mesmo que
o corpo não se move, uma lua aparece
pelo céu coroada de folhas verdes,
jogadas no meio dos números.

Sonhos como areias, sonhos como
pequenas peneiras, sonhos iguais
tijolos, livros, fogos-de-artificio, 
cajados, ovelhas, óculos, a bíblia,
o lírio, os jardins, as raízes estremecidas,
os cheiros de tulipa, o murmurar do mar,
as ondas sem escritos,
as palavras sem sentido,
os papéis queimados e os livros
jogados na lata de lixo.

E somos dois
se amando no céu,
encurvados dentro do amor,
no ar severo da paixão.
Cantamos por entre as nuvens, entre o mar sem luvas,
perto do trovão, em cima da rocha,
dentro da manhã, coroados de plumas.

assim desperta
entre os lírios e o perfume.

domingo, 18 de junho de 2017

Quando


Quando o seu
rosto toca a água
e se reflete o amor
no espelho do coração
nuvens brancas
te perfumam a paixão
elevando o sublime
em teu rosto adormecido
árvore cigana que canta
doce vento de mulher
amada que tanto amor.