sexta-feira, 29 de junho de 2012

A bronca da galinha porque viu o Galo com outr

Que coisa, que dilema 
ela que tanto rodava asa
agora não bicava.
Que coisa, ela foi pra outro
procurar algum milho 
mais assustada ela ficou sem palavras
quando o galo de longe ela avistava.
O galo e uma outra companheira
e ela ali sem eira e nem beira.
Ficou brava, ficou vermelha
e então afrontou. Mais o galo ela não chifrou?
Ela ficou brava (calma, calma, bate a asa que passa).
Ela ficou broncada, e o galo cantava!
Que coisa, que dilema,
ela viu o galo com outra
ela viu o idiota com outra
mais que pena pra ela
e ela ficou brava (ela foi trocada).
Mais que bronca... mais que bronca...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Na noite nos olhos dela

Na noite nos olhos dela
na noite na luz do lampião
na luz a beleza esbelta
na tristeza a ilusão.
No sol o brilho iluminado
na lua o brilho ladrão
na terra a planta cresce
na vida alguém reza então.
No dia o trabalho da vida
Na vida alguém se arrepende
a semente é plantada e colhida
mais sempre tem aquele que se arrepende.
Na noite nos braços dela
me colho me encolho alegria
na chuva a distância dela
sem a luz do dia que alumina.
No dia um barco vai indo sem rumo
no meio do mar um coração
no meio da vida um caminho
nesse caminho a grande razão
No dia algo ocorre de repente
o grito sedente de alguém que caiu
olhos a volta de seres ausêntes
e o torcedor grita: Vai, Brasil!

É longe que eu te vejo

É longe que eu te vejo
é longe que alguém vem
é além é alguém que não vem
é sem ninguém
é mais de cem esses alguém
não é e não é
então é não sendo.
É lá que está um lugar
é lá que se esconde o bonde
é lá por ventura que a loucura finalmente e realmente
some. É fome, é longe, é coisa sem fim
é um beijo danado de ruim.
É longe da bossa é o rock distante
é longe que eu te vejo
e é longe que eu não te quero
de mim.

SONETTO

Não está nublado
apenas sinto meu coração assim.
As razões são as imensas
talvez não gostem de mim?


Eu me pergunto em meus sonhos
se cada coisa depende do amor
porque sofro essa dor?
Apenas uma rima pra 


abafar o coração.
E assim me sinto vivo
assim me sinto mais móvel


do que morto, olhando para algum
lugar distante e alegre
onde eu poderia estar.


sonetto


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Um olhar -

Um olhar ,
Um sorriso,
Um perdão ...


Então comecei a observar aquela moça ,
Que delicadamente passava a mão em seus negros cabelos ,
Onde em seu rosto , refletiam toda a obsessão e a dor ..


E seus olhos sempre com uma lágrima prestes a cair ..


Mais cada a gota do meu amor por ela se fez presente 
numa dança de chuva, seus lábios distantes como continentes


tão separados do meu... E não escutei a voz dela, porque ela
refletia em meu amor a tristeza; 


E a tristeza era os olhos dela que em mim se perdiam
em um sorriso, em um olhar distante


envolto numa chama
de amor e de perdão
que ardia meu coração
(e eu chorava então).


domingo, 24 de junho de 2012

E nos perdemos

E foi tu que se perdeu
e eu me perdi
e nos perdemos
dentro da vida e do tempo.


É claro que o meu corpo
depende do teu
e a minha vida
depende da tua


então vamos andar e caminhar
sem um rumo certo e sem direção correta


que nos guie o fogo dos astros distantes
o frio do vento passante
e os beijos de paixão de dois amantes.


E nos perdemos
tu e eu
em um distante lugar chamado amor.


E tu tocou a rosa e eu toquei os espinhos.
Uma lágrima escorreu no sorriso e na alegria
e gritou a noite: Minha vida está perdida, que o sol raie nos olhos da lagosta.


E o telhado daquela casa se assemelha a uma lagosta tomando sol
e o sol queimou minha pele
e minha pele sobreviveu como escama de Dragão-de-komodo.


E toda a festa foi interrompida pelos capitalistas,
e os comunistas agregaram seus parentes
e os cachorros eram os poetas
e eu e tu, descansamos lado á lado dos detetives apaixonados


mortos em sua própria ansiá de amor.


Perdoem e perdoai a irá dos dragões
e eu e tu perdidos num mundo tão grande
(naquele tempo eu era o governador de Ilhas desérticas
e te fiz imperatriz de ilhas habitadas pelo nada).


E caminhamos mais e mais, e descansamos por sobre as ilhas do imenso e atormentado
Pacífico, que rugiu de fúria pelo fim do nosso amor.
Zombei e zombaste e rimos fortemente, porque tudo era engraçado
e na verdade a vida era engraçada, o morto deu uma risada
porque seu sapato estava sendo doado para um poeta recém-falecido 
e eu insisto em dizer que existo.


E nos perdemos, braços e pernas presas na métrica
e lá distante um gordo elefante discursava para a sua pátria.
E nos alegramos e nos reencontramos e um dia uma estrela caiu e nos viu


e rimos de tristeza (e ela riu de alegria).

sábado, 23 de junho de 2012

Afogada traidora (surrealista)

E olhei teus olhos treze vezes
e nenhuma delas ele me consumiu.
O fogo me consumiu, a vida me consome, o fogão consome
a comida no fogo, mais teus olhos já se perderam.

O vento frio passou abrupto em rocha. E teu peito de cisne negra
esse peito triste que não saúda e nem sequer prende
esse peito assassino, consumidor, egoísta 
esse peito foi atravessado por sonhos 
e esses sonhos se consumiram no vento (e não nos teus olhos).

E pobre deles que se foram na noite, porque o dia era tristeza.
E não me restaria pedir perdão pra ninguém a não ser a meu ego.
E eu não te abraçaria e nem te abraço.

Recordações frias merecem o esquecimento.

E olhei treze vezes e nas trezes que infelicidade no peito
que tristeza em mim mesmo. E que saudade dos olhos de tantas
e tantas mulheres puras, nuas, inteiras. E eu estou triste.

Tristeza porque teus olhos não refletiram a ancia da felicidade.
E a tarde chega como uma fênix e a noite adentrará e na escuridão
estaremos mais uma vez.

Ai de você que eu chamo de "cadela sarnenta" e você me chama
de "filho da puta". E o teu riso abafa as ondas do Ceilão e o meu grito ecoa nas marges do Atlântico Brasileiro.

És estrangeira e sou de pátria distante, e meu nome é
"O NAVEGANTE", e naveguei por teus olhos que quase me assasinaram

e anceio um abraço

e o fogo é uma espada que desce do espaço se consumindo
em água e em gelo (pra que fogo se a floresta dorme em silêncio?).

E é triste e é tudo triste e a vida é triste. Mais nos resta uma coisa:
a alegria que nem tu e nem eu teremos.
Amante, eu não te direi nada que possas me matar
e eu já escondi o ouro que roubaste de sua própria mãe.

E você me chamou de cão, e eu escutei o seu grito de rancor ecoar
por entre as nuvens de pássaros carniceiros.
E tu um dia me comparou com a terra
e eu te respondi: sou o mar!

E poseidon me puniu por isso me trancafiando a teu lado
e eu não te amo. E treze vezes eu consumi o vinho e treze vezes
tentei consumi-la.

E ai de mim que me perdi na escuridão.
E sumi. Não me escreva, porque não te escreverei, não me chame
porque não lhe responderei; vais e se afogas maldita do gelo
em teu próprio sangue beba a sua irá, porque já não és minha
Ó afogada do céu.

E não sou seu e nem te devo nada. Andarei no deserto e não te
avistarei. E se tu me tocar algum dia, no meio de Santiago, de Bogotá, nas favelas do Rio de Janeiro ou na chuvosa Londres

me mate e me abata porque você morreu e eu morri e nós morremos.
Mas você vive no fogo do haxixe
procurando vida e eu já lhe gritei por entre os navios do oceano:

estás morta, Ó afogada traídora.

Ouviria tua voz nas sombras, no escuro (SONETO)

Ouviria tua voz nas sombras, no escuro
e recordaria seu peito, sua face diurna me beijando
e a irá dos teus olhos me queimando
e ardente amaríamos em chama de espadas.

E tu me consumiria em seu corpo, e eu acalmaria a sua
tempestade. Não restaria nada a não ser a vida
e em tu sobraria a palavra tristeza
mais um sorriso de erva permaneceria em tua boca.

E nada me faria ir adiante sem tu me abraçando
e eu não iria olhar o lado obscuro da lua
sem ter o seu corpo brilhoso pra me iluminar.

E me restaria tudo, ó amor, que tudo eu já teria
porque não espero nada sem você
mais é com você que eu consigo achar tudo!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Você é linda


Dos teus olhos azuis
o mar me apareceu
e eu te dou um abraço.
Nosso amor ainda não morreu.
Você é a beleza do oceano
a cordilheira iluminada e
você se parece o sol.
A sua beleza é a mais deserta
você me quer e eu te quero sim.
E alguém me diz: tão lindo esse olhar
choque de vento e mar
espelho, reflêxo do ar.
Não é a beleza que te faz
mais você é linda de mais.
Você é o tesouro do mar
da sua pele desliza o amar.
E te amar eu não consigo deixar.
Você é a pureza mais certa
é a luz mais eterna, você já sabe
que o amor é o que te trás.
Você só é a mais bela
tigresa misturada com sereia.
E te amo assim: só quero você pra mim!

Pequeno fado

A luz
o sol
talvez.
A  alma branca
a mão
a vida a razão
a ilusão.
O coração
o ponto de navegação.
A vida: a ilusão outra vez.
Não.
A luz do sol
ilumina os dias
e quem sabe sorrir que sorria
nos seus dias
de Vida
O caro pão
A vida então
A luz o sol 
Outra vez
talvez.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Novo soneto vago

Sou um vago nada na mistura do peito e do céu.
Não vago tanto sem antes sentir a fúria do amor.
E no entanto não me cabe entristecer a noite furiosa
e em sua pele de limão eu vago solitário.

Sou uma chave que não acha fechadura;
Um poente triste que não achou seu caminho,
não te digo que é você a fúria que eu mais queria
e no entanto as fotografias dos teus olhos estão mortas.

E vago por entre você, o oceano e a tristeza.
Quem sou? Posso me perguntar não escutando resposta
e no novo entardecer eu me verei em novos rostos de tigres.

Sou um vago ponto sem luminosidade, distante de sua boca
mais você ainda continua sendo a fechadura
que não adentro e tanto quero adentrar.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Poema triste


Me dói
mas aprendo.
Me carrega
mais não é o vento.
Quem sou?
eis o meu tormento.
Perdoa-me
estou triste e te amo.
Me dói
não tê-la.
Me dói
perdê-la.
Que faço
se esquecê-la?
E vou 
sem saber pra onde
mais pra onde vou 
sem saber o onde?
Que quero fazer
tão longe?
Talvez morrer ao horizonte
talvez a morte para outro mundo 
mais feliz seja minha salvação.
O que acha coração?

Residência na Terra


Preciso de humanidade. Por aqui não há.
Rochas, pedras, mar e vida. Por aqui vida não há.
Não trovoa os relâmpagos da eternidade
o navio ruma sem direção, partindo das entranhas negras
não do vale profundo, mais da própria perdição.


Preciso de vida segura. Por aqui não há.
Preciso de ar honesto. Por aqui talvez ainda haja um bom descanso
diante da lareia de sonhos que se apagou, da frota de fantasmas negros que se afogaram, do rico colhendo rosas para deixar ao pobre os espinhos para se sangrar. Preciso de humanidade.


Por aqui não há.
Aqui o que resta é vento, é sombra e são cabeças de santos.
E acima das cabeças dos santos o ninho do pardal.
Pardal ainda há, mesmo trovoando tanto, mesmo a chuva colhendo
os restos de liberdade, mesmo a vida se desesperando por um
toque de suor contra a inevitável solidão.


E o céu esta parado como sempre. E como sempre lá longe,
distânte de tudo e todos, dança o mar sobre seu ritmo marinho.
E não se pode deixar de sonhar. Por aqui não há mar,


Mais eu necessito de mar, de vida, restos de navios encalhados,
de baleias vivas, de olhares tristes, de vinhos chilenos, de poesia sem esperança, de esperança. E nada disso por aqui se encontra.


E me falha a navalha no peito e me falha tudo no peito. E o marinheiro tenebroso anda por entre o chão do navio cuspindo
(estaria também rindo).


E fere a vida na terra, e eu preciso residir diante do mar.
Mar... porque aqui não há mar. Eu tenho que me acostumar
mais vou me embebedar, e cantar e chorar e descansar.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Você que deita no cravo e na canela

Você que deita
no cravo e na 
canela,

da sua pele brota
rosas de amor
e o sal da tua pele
é uma plantação.

Eu me lavo no mel
de tua boca
e sobre a lua eu
te comparo aos
astros solitários

e te abraço
(PARA QUÊ TE LARGO?).

Você dorme no cravo
deitada na canela
é a mais linda
és a mais bela!

domingo, 17 de junho de 2012

Não quero passar o dia em vão - para Paul Éluard


Não quero
passar o dia
em vão.


Por isso
quero seu
braço me abraçando.


Quero sua boca
boquinha 
me beijando.


Quero ir contigo
na rua 
andando.


E quero ir contigo
o dia passando
(amando).

Os sonhos sim, são os sonhos sedutores


Os sonhos
sim, são os
sonhos 
sedutores
em teu rosto,
rosto de prata vivo
rosto de viva nativa
ilha ativa de sorrisos
vivos.
As espadas
das batalhas
vencidas
em teus lábios
de cor vermelha
não de tímizes
mais de forte paixão.
Os sonhos
os vivos sonhos
a força adentrada no dente
a maça viva 
a força temente.
E tudo isso perto 
e tudo isso longe,
perde-se quando se esquece
e se lembra quando o vento
trás os abraços de um dia
triste mais maravilhoso.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Eu não me canso de ir e não ir

Eu não me canso de ir e não ir
de não ser e de sofrer
de estar para não estar
de me mover e de ti querer.
Eu não me canso de martelar as estrelas
de andar descanso sobre o asfalto
de escutar os trovões tristes das lágrimas
de sentir o pavor da fumaça dos vulcões enciumados
ou de sentir a tristeza de teus olhos.
Por ser o mineral prata da poesia
não quero jorrar tristeza, nem mesmo jorrar alegria
quero a canção do momento
com tristeza, pureza e contentamento.
Não irei e não me canso de não me ir
não estarei sem poder não estar
e não estando vou adentrando em bocas,
em rostos (que esquecerei alegremente, ou lembrarei
tristemente).
Adentrando ruas, noites, estrelas, buscando sempre o novo
da arte e da verdade (quem dirão que na verdade não há verdade?).
Por isso sou chuva, sou sol, sou o peito que escreve
sou a lua que se afasta
sou o mar que fica tenebroso e orgulhoso
sou lírico e manhoso
Sou o triste capitão por entre terra
e não quero outra coisa além de conchas, beijos, gente,
vida, mares e
novos
Ares.
A sim
eu sou o ferreiro
que se move por entre o não e o sim e o talvez e o claro
E é tudo escuro e tudo é luz, quando no peito o amor reluz.
E nada se deduz.
Eu não me canso de ir sem ir mais mesmo assim estando
e adentrando (e vou cantando, cantando!).

Por um beijo eu deslizo por entre dias

Por um beijo eu deslizo entre dias
e por ti eu deslizo por entre noites.
O que é sombra perto de ti é iluminação
e você é o acorde mais belo da canção.

Perdoe se não sentes o que sinto,
porque me movo pra te amar por entre os rios da boca.
Talvez você não revele o meu amor como eu
talvez você não queira o meu "eu".

Mais te quero e basto por ti atravessar luas,
sonhos e batalhas para um beijo
esquentar a noite.

No ser do não ser, eu sei que assim seremos
e contigo irei, e seremos. Nossas almas uma, 
nossa boca una, e o nosso amor eterno!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O fogo que brota surrealista


1
Ao menos ao fogo que brota
por entre a terra dos teus olhos obscuros
como a noite.
Já estás morta. Já estás acordada. Voas
como uma pequena gaivota bêbada
Perdida em si mesma, perdida ao vento
E some teu sorriso no horizonte.

De tuas garras de tatu mapas se abrem:
vejo terras secas, miragens eternas, relâmpagos,
lâmpadas, super-mercados, dentes, sorrisos,
jovens roqueiros e mulheres dormentes.

Já madrugava em beira e não havia eira nenhuma.
Fogos de artifícios repartiam a coca e o seus lábios de mim.
Nada fugia por entre a noite (quantas noites
atravessamos sem sorrir, sem chorar, sem se abraçar?).
E eu não vi nada. O fogo se abriu em arpão e um caixão de

tristeza e pureza. A erva se abriu: meu peito estava lá.
Mais você, você que era o essencial e o natural
sumiu de vista, relampeando por entre flores e cheiros de amores

(e rimavam com dores os amores).
E brotava tão obscuro por entre a madrugada celestial
e o seu sorriso estava cheio de bombril.

Papel de fogo: eras uma víbora que me encantava 
com sua dança entre neblinas e dentes. 
E eu não estava sequer sorridente (totalmente transparente).

2

E então me abriu o barco do fundo da alma
Mais infelizmente naufraguei por entre conchas e mares baixas
E o caramujo gigante me acolheu junto a lama e algas
e em seu casco eu estive sobretudo lendo e rindo de piadas
Sobre mim mesmo. Era brilhante a luz (era mui briluz)
e revoalvam as gaifanhotas

e em mim o sorriso desperdiçado. Balbuciei por entre as estrelas:
cores em relâmpagos
O bá lá lá 
eu chegarei lá
Quem sabe por um dia entre outro
Era muito escuro dentro do mar (e eu respirava sem tua boca).

Tenebrosa noite se formou por entre o arco-íris braco de cores
E todos os amores se perderam e o capitão riu de mim.
Por favor leia mais histórias em quadrinhos
aconselhou-me o gordo do outro lado do portal.

Eu rio dele (ele sabe). Não sabe nada. Não. Talvez não saiba.
Talvez Pound saiba: mais ele morreu há tempos.
E seus olhos se perdem nos meus inteiros
E eu não desejo a faca que me corta nem a colher que me fere

E tudo segue na estrada
Entre luzes de relâmpagos
e trovoadas. E tudo foi desperdiçado. E nunca mais foi encontrado
(sempre no sempre, foi sepultado).

(foto: ilustrativa)

De uma poesia sem lirismo


De uma poesia sem lirismo


Aos que dizem necessário, entregar a poesia
a rima, ao mel, ao açucar e ao descomedido,
que pena dizer que esses não sabem nada da poesia viva.
O lirismo não é necessário para que o poema nasça;
A prosa na poesia são primas-irmãs se abraçando (e 
estão reclamando?).
Aos que dizem necessário rimar amor com dor,
não sabem o quando se enganam: é necessário trazer
trovoadas, rajadas, chuvaradas
força bruta ao poema. Tirar o açucar
com o melhor cuidado (não o deixando refinado
mais deixando-o vivo, inteiro e salgado).
Aos que dizem que o poema tem que ser lirico
para se entregar poéticamente a poesia
há uma saídade: pular com o poema de para-quedas
sobre o espaço aberto e desalinhado
com o fogo a rodar sobre o corpo.
E aos que acham que o lirismo verdadeiro
é o que tem açucar e não tem sal
precisam visitar mais o mar para se entregar
ao sabor salgado
do versos alinhado (não rimado)
feito com total cuidado (para que não seja desperdiçado).

domingo, 10 de junho de 2012

Com todos os Ossos presos - para Patricia Luciana

Com todos os Ossos presos; Te Ver
Ar revoando nas Noites. E te diria: amo.
Não sei quem aguenta isso. Só palavras
lavram a alma que Passeiam. Tudo se foi....

Já não voltará a ser. Serão outros braços
Não faço o que faço. É tudo aço! E direi: 
a primavera, te esquecerei e não te terei
E irei (mais para onde irei se as coisas

já são tão triste e tenebrosas sem a lua.
E me perco a que me cerco ás vezes é tudo
tão extraordinariamente vazio). Mais vejo o

barquinho; A luz guia e me guiava
Mais já não te encontro nos sonhos da Noite
E já são outras noites (e meus ossos doem).


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Canção de galos


Soa primeiro um.
Despreocupado 
sobre o frio ou o calor da madrugada.
Depois vem a resposta
rápida que nem rajada.


Um galo responde o segundo
como se estivesse em outra dimensão.
O eco busca um refúgio
e já encontra resposta: 
um outro galo comprimenta.


Se abre mais um canto
de um outro muito distante
e já uma resposta chega
de outro já preparado.


Ecoa formando a manhã
Como grande oração
Cada galo espera a sua vez
Alguns agudos, outros desafinados. E
Vão construíndo juntos tal canção de galos.


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ponto do ponto


D
e


onde
for you
is my letter
você
que
ira


vir me vÊr olhar 
o                              p

onto do ponto


que dirá: amoamoamoamoamo.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Ainda


Ainda
nas noites profundas
tua voz, teus olhos, teu ser
e eu navego a seu encontro pelo ar.
As noites frias que abraçam o coração
irão se relampiar na canção
como mel escorrendo da boca
ao seio.

Ainda
nessas noites
eu te ví perdida (sim,
eu te encontrei), e não consigo deduzir toda a sua desolação.
O coração queria contar tudo a minha alma
Mais minha amada, você se perdeu nas nuvens entre o mar
e eu ví seu sorriso se separando de mim
como a panjeia os continentes.

Ainda
nessa minha vida inteira
adormeço em meu sonho pra te ver relampiando em
meus braços.

Tua boca sobre a minha
ainda distante como um navio partindo,
eu sinto a terra e o ar em tua boca... Mais tua boca
está distante e você está adormecida
e eu estou chorando
e sofrendo sem você.

Ainda
que o choque do mar entre meu peito
seja a sua mão sobre o meu cabelo
Eu te amo muito e acima de qualquer amor.

Não é tão tarde
Não é tão noite
A aurora se perdeu em teus olhos
E minha boca se perdeu em teus seios.

Sim, ainda te amo
não sei como
mais sei porque: porque amar é se conter
E eu me contenho em teus lábios e em teu sorriso.

Ainda vivo
para que sejas minha e eu seja seu.
Não me diga novamente adeus... Sou seu, apenas seu.

domingo, 3 de junho de 2012

Galopando pelo espaço se arrasta

Galopando pelo espaço se arrasta
a tua boca e o teu amor 
adentram as nuvens tenebrosas do temporal
e galopam os ruídos de uma paixão recomeçada
Gritam que o amor vale a pena
as trovoadas são tambores do coração
Galopando adentram pela imensidão do campo
entre o sal e a rocha, entre o suspiro da boca e o 
encarar dos olhos. E galopando adentram pelo espaço
a tua boca e o teu amor se unem
Uma só rima, em uma só navalha, em um só peito
Em uma só alma.
Galopando as trovoadas, e teu coração torna-se a chave pura
do amor (esse amor, entre o teu sabor).
Galopando pelo espaço se levanta
e o beijo cobre as nuvens em um amor imenso
e intenso (levado ao vento... ao vento).

sábado, 2 de junho de 2012

Pouliam las abelhetas


Pouliam las abelhetas
que riavam no ciel azublado
de noitrelinhas.
Um dia
homeviam
do luarado
sorriuvas lin-indas
de dentro por fora.
As tartarinhas
Poumbábam
y batiam paupas 
las abelhetas .
E diasceu, e
das
nubolentas 
o sono 
y pouliam las agrelhetas
os polvanfantes.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Verso sofrido ^^

Quantas pessoas as voltas
e as vezes tão sozinho.
Mais me bastaria estar sozinho
a seu lado, do que desconsolado
sem ninguém pra fazer sorrir.

Mais de milhões de pessoas no
mundo... só queria você.
Já me bastaria suportar o
peso do mundo.

Quantas pessoas as voltar
menos você pra me abraçar.
Não vou chorar, o verso
é a cachaça que me consola.

E só me bastaria você
é só você perceber...