segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Ninguém

 Ninguém 


Ninguém me publicou; ninguém me leu. Ninguém me ajudou, ninguém me entendeu. Ninguém abriu as portas, ninguém trouxe tintas para mim. Ninguém me levou a sério; ninguém riu das minhas piadas. Ninguém me deu remédios, ninguém me visitou doente. Ninguém acompanhou minha escala; ninguém viu meu sucesso. Ninguém viu minhas derrotas. Ninguém me apertou as mãos. Ninguém fez negócio comigo. Ninguém me ajudou a atravessar a ponte com aquela ventania terrível. Ninguém me protegeu da chuva. Ninguém me ofereceu um guarda-chuva. Ninguém ouviu meus conselhos. Ninguém escutou minhas histórias. Ninguém assistiu as minhas peças; ninguém quis comprar papel para mim. E, mesmo assim, gritei em alta  e branda voz para alguém.

Quem? Ninguém!

O CRAVO E A ROSA

 O CRAVO E A ROSA


O Cravo brigou com a Rosa,
A Rosa pôs-se a chorar.
O Cravo ficou doente,
A Rosa foi lhe visitar.

O Cravo teve um desmaio,
A Rosa lhe abraçou.
O Cravo ficou ferido,
A Rosa então chorou!


(baseado em cantiga infantil medieval)