quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Quando cheguei...


Quando eu cheguei
já não estavas
aqui. Sua pele
Molhada de morena
já não tinha o cheiro
que tanto me encantou.
Foste embora,
como uma tempestade
tímida. Tímida também
eras, e eu também.
Dois tímidos, tontos
Um desconhecido completo.
Não fui o melhor, mais de
você o oceano só contou
Elogios. Abaixo de mim a terra,
e você me trouxe o orvalho.
Tudo acabado. Tudo deixado.
Que bom que isso aconteceu
Amor meu,
Essa separação é como uma
Estação: de quente fica fria.
Já não estavas aqui
E já não estarás mais.
Que pena... Agora isso tanto faz...

Dois sonetos


1
Eu juro que sinto saudade
Daqueles que eu tanto amo e
Esqueço. Pois sou cruel e não
Mereço nenhum abraço. Simples

- Desapareço! Pois nem sei se
Atravesso a rua corretamente,
Ou se meus pés se direcionam como
Quer o universo. Simples: esqueço.

Esquecer é não querer lembrar...
Isso é lógica, já me disseram.
Mais esqueci quem eu nunca quis esquecer...

E por ser eu só me desabei em lamúrias. O  que é a
vida sem uma lágrima a escorrer? Mereço coisas sem
brancuras. Eu sinto saudade, pois ouso esquecer.

2
A vida é uma dor tão simples
Que nem é preciso questioná-la.
Rasguemos firme com o que quer
Acabar com nossas vidas desconsoladas.

Me desconsolo por não tê-la, ela se desconsola
por não tê-lo. Assim se move o mundo: um
Querer a mais ou um querer a menos.
Tudo isso é a alma do mundo. Esquecemos...

Por que o que resta de dor
É um simples suspiro. Ouça: Suspiremos.
Pois quem ama sofre, é assim que já disseram.

Por isso eu sou isso
Por isso ela é aquilo. E por isso vivo assim:
vivendo sem entender o entender do amor.

Lynm Bril Táiye



Poema de Lynm Bril Táiye


Sou um completo incompleto.
Nisso resta-me em sobra o viver...
Sobrará a vida depois da morte....
Só me restar incompleto ser.
Se sinto-me incompleto, alguém me completa...
Tão triste seria se só viver
Mais porém se sabe que a vida é uma só
É preciso saber a só ser.
Sou um completo incompleto.
Vago, ando, não mereço nada ser.
Por isso seu nome (esse nome é horrível)
Eu já fiz muito por ele, e é bom o esquecer.
Não me esqueça, já que não existo
Por que incompletação é completo não ser.
Por isso medito na solidão: é isso o que me renova o ser.

Para el Rey


o calor está alterando
o ritmo da canção, O
abstratismo toma
conta de uma
emoção falhada...

É tão falhada
Que acho que é preciso
Me transbordar de ira
E conquistar o eterno gozo.

Prefiro o céu e os trovões
Porque as éguas estão no
Pasto (ou em jaulas, ou em
Escolas...)... Prefiro as trovoadas
do amor, do sentimento culto

e lá em cima das nuvens
estrelas brilham, giram,
Como bêbados em uma festa
de despedida... Pobre de nós.

Pobre de nós ou de mim?

Meu ego deseja a égua.
Mais deseja cantar como
Camões, o vitorioso de um
Olho só...

Resta as flores de Florbela Espanca

España y Portugal
Latinos de mi América Castellana
Latinos de mi América Portuguesa
Somos unidos até os ossos frios
Até os vendavais de sangre que
Borbulha no fundo de nossa terra.

Resta Nicanor sobre os ventos do Chile
Resta Neruda em sua tumba de caracóis.
Resta Drummond enfiado em sua timidez...

E nos resta, resta pássaros altíssimos
Para vossa excelência: O amor.
Mas por favor, não deixe América
Que o sonho nosso, o seu, o nosso, o meu.
Ah... esse sonho é um sonho... e quando
Acordaremos desse berço esplêndido?

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

morrendo de dor

Que eu sou eu
Nem sendo eu mesmo
Posso ser eu mesmo
Quando te tenho inteiro...
Tigre leão leopardo
No fim do mundo desapareço
Despedaçado e atropelado
Com uma carne no chão.
Meu rosto é um berro e sua
Boca um caixão de mentiras.
Só olhando o mato...
Que pena é o vento...
As canções sangram de sentimento...
Eu vou morrer de dor... amor.

Navegar no abismo


Já não sou quem fui
Já não fui quem era.
Diante disso me confundo.
Deus: tragá-me novas eras.

Minha alma se morde
Triste no vazio de mim mesmo.
No espelho não sou eu
Quem sou se não quem fui?
Mais quem fui, se quem sou não sabe
De nada e para nada se rasteja qual
Um inseto à procura de uma toca?

Seus braços de mulher seriam ideal toca.
Eu sou cruel, eu sou triste, eu sou louco
Eu: desumano.

Joguem-me por favor ao mar de Ulisses...
Que as gaivotas me devorem o corpo
Pois minha alma basta, para minha amada.

Calma!

Calma essa que já não tenho.
Suspiro de juventude
Mais o que brota em mim
É uma esplendia miséria de
Sentimentos mortos.

Estou morto.

Calma!

É muita alegria e tormenta.

Que o sol ilumine meu rosto
Vosso rosto. Sou tão triste e cruel
Que nem dormir posso mais...

E meu coração? Nem aguenta...

Pequeno sonho.

        Em algum lugar do mundo, em suas errantes caminhadas, talvez encontrasse algum descanso na triste e desolada paisagem que lhe proporcionava uma visão do esplêndido anoitecer: imensas montanhas, montes quebrados, rios distantes, alguns abutres sobrevoando altitudes imensas e, nuvens coroando o sol no fim do dia. Ali ficou observando a natureza, a paisagem, respirando com tranquilidade o ar que aquele ambiente vivo de insetos, lhe dava. Imaginou-se com ela ali, diante da imensa beleza natural.
Sem dúvida nenhuma, ela gostaria muito daquele lugar. Correria atrás de algumas borboletas (ele observava com cuidado as imensas borboletas que rodeavam várias flores que sua memória fez questão de registrar por puro prazer e acaso).
 Depois, cansada disso, ela sentaria ao seu lado, comeria alguma fruta que ele trazia na mochila em suas costas, naturalmente ela comeria uma maça, pois não gostava de banana.
 E depois de comer, sorriria aquele sorriso doce e triste de menina que só ela tinha, beberia um pouco de água no rio que cortava entre uma montanha e uma floresta pequena de carvalhos, e naturalmente beijaria sua boca, com imensa paixão.
 Deus do céu, que alguém entenda esses sentimentos que me ocorreram ali, naquele lugar. Desolado, desértico, mais tão vivo, humano, sem a ira ou a maldade do ser-humano consumindo tão pequena parte do universo.  Talvez ali eu pudesse ser feliz com ela, mesmo não estando com ela. Ao anoitecer dormi, e ao acordar de manhã, percebi, que tudo passara de um sonho. Nunca estive em um lugar tão belo quanto aquele, e nunca a terei novamente em meus braços.

domingo, 28 de outubro de 2012

Um poema lirico


O seu cu tão
quentinho,
parece um
Passarinho.
Passo minha
Língua e molho
o seu buraquinho
Lindo e limpo. É esse
o momento intenso
e propício
de lhe enfiar o dedo
e fazê-la gemer
Com o maior
amor e carinho.

Sonhei uma noite


Sonhei uma noite
E nesta noite o
Sonho me consumia.
Lutei! na bravura da manhã
O sonho findou-se
Ao fim da noite
(começava o dia).

Novo Soneto


Não resta nada, além de um corpo
Cansado e dolorido. Das batalhas
da vida, minha alma se tornou sua.
E fui feito seu pelo desejo do destino.

Cruel seria eu negar meu amor
Por puro ódio, vingança e delírio.
Delirar é o meu amor por ti
Ó, eu vivo prezo no meu exílio.

Quero-te tanto quando posso desejar
Um amor puro e delicado. Posso
Seu me tornar?

Diga-me no alivio do meu terno poema
Já que resta apenas meu corpo cansado
Posso ao menos descansar a vosso lado?

sábado, 27 de outubro de 2012

Te encontrar...


Meus olhos querem te encontrar
Onde você está? Em que direção você está?
Para onde eu tenho que andar?
Onde você está?  Onde você está?  Onde você está?
O seu nome está escrito no céu
Mais eu quero o seus lábios de mel...
Preciso te encontrar... eu cansei de cho...
Onde você está? O lírio do meu canto
Cansa de tanto pranto... Eu sou o seu
Namorado... Não posso te abandonar...
Onde você está?  Onde você está?  Onde você está?
O tempo não pode me afastar... Onde você está?
Esse aroma não é o seu. Você não é o amor meu?
A lua é o meu caminho... Eu sou o seu passarinho...
Me dá carinho? Onde você está?  Onde você está?

Gustave Eiffel


Gustave Eiffel havia escrito um livro minucioso e detalhado sobre as teorias existenciais da mente. O livro em si, fora escrito entre os anos de 1945 ao 1948. Eiffel era judeu. Seus pais haviam fugido da Itália, por oposição ao fascismo, se mudaram para a Alemanha. Seu pai era o teórico italiano Jácomo Marchiori, ancestral de judeus da antiga russa czárista. Sua mãe vinha provavelmente ou da Polônia ou da Holanda. Seu nome era tipicamente holandês: Yani Marchiori.  Eiffel havia nascido na Itália, e com a mudança dos pais para uma rápida passagem pela Alemanha, sofreu as perseguições aos judeus que lá havia. Naquele período, Jácomo conseguiu fazer amizade com um soldado alemão, e conseguiu cruzar a fronteira da Alemanha com a França, mesmo correndo o risco de serem fuzilados pelos soldados fiéis aos nazistas do lado leste. Mais ao oeste, Jácomo decidiu trocar seu nome para um típico nome francês: Eiffel. Jácomo Eiffel, casado com Yani Eiffel, com um filho de nome Gustave Eiffel, que havia escrito um livro minucioso e detalhado sobre as teorias existenciais da mente.
 Viveram por um tempo determinantemente bom na França. Gustave frequentou universidade, Jácomo Eiffel virou editor de uma imensa editora francesa e Yani Eiffel consegiu ser uma professora de uma escola popular de Paris. Mais foi ai que se abateu a grande guerra européia, que crucialmente se estagnou por todo o resto do mundo. E Gustave foi pego e preso pelos nazistas alemães que invadiram Paris na maior rapidez possível que as armas de fogo lhe proporcionavam. Tinha sido pego na rua, quando alemães disfarçados saíram de um bar, e como seu nariz típico dos judeus lhe delatava, sofreu um golpe de arma na cabeça e caiu desmaiado. Por piedade talvez, não foi morto, porém foi levado para uma espécie de quartel nazista, onde ficou aos cuidados de um professor alemão de literatura. Sorte, pensava, pois o professor não deixou que nenhum fio de cabeça do pequeno francês fosse arrancado pelos soldados. Escutava os piores dos piores insultos que da língua alemã (que aprendera fluentemente no curto período em que passou por aquele país) pudessem ser ditos. Seu ouvido estava concentrado no professor, que lhe confessava não ser nazista, e que estava lhe querendo ajudar apenas a fugir. Preso com outros franceses, percebia-se naturalmente que era o único judeu presente. Por isso ficava debaixo das capas dos livros grandessíssimos que o professor Albert Albert lhe dava. E ficou impressionado com um tal de Sartre, do qual nunca havia ouvido falar. Um dos pequenos detalhes que escreveu naquela infernal prisão nazista em Paris, lhe serviu de base para o seu livro sobre as teorias existenciais da mente.
O capítulo dezoito está completamente em latim, mais o que sobrou em francês, italiano e inglês (ele não usou nada em alemão), se traduziu no que foi possível para as línguas latinas, castellana e portuguesa:
 "A mente é um bloco infinito de possibilidades. Um jogo mede a atenção do jogador, porque a mente foi basicamente criada para o eu-ganhador. O ganhar é o desejo da mente. A mente deseja ganhar. Os alemães desejam ganhar uma guerra, os ingleses desejam vencê-la, os americanos ainda não entraram no jogo. Entrarão. A mente é uma base infinita de possibilidades. Uma equação é simples. Uma soma é simples. Se deseja ganhar, se deseja possuir, e é essa a base da mente. A mente é um bloco infinito de possibilidades".
 Gustave Eiffel sobreviveu e foi liberto do horror nazista com o fim da guerra, e publicou seu livro em 1950 (talvez em um auge da guerra fria). Casou-se com uma pequena russa que conheceu em uma viagem para a Alemanha oriental. Dizem que não recebeu o nobel por seu apoio político aos Estados Unidos. Passou tranquilo os restos de sua vida na Suíça. O resto é apenas uma lenda má-contada.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O mundo me martela


 O mundo me martela. Talvez seja por isso que eu sofro dessa imensa depressão. Agora que fui notar, que comecei escrevendo como uma frase sem nexo, sem complexo... Totalmente estranha para qualquer moral burguesa que ler (se atrever a ler, é melhor) essas estranhas opiniões argumentativas. O argumento é uma masturbação muito péssima, muito má acabada. Isso acaba com a gente. É bom nem argumentar. Mesmo assim, argumentamos sobre o mundo que nos cerca: esse caos humanoide que nos ronda, o americanismo triste e sem vida, que está, dia após dia, controlados nossas almas latinas, já em franca decadência desde os tempos do descobrimento.
 Nem eu mesmo estou entendo isso... Francamente isso é uma imoral, e tem que ser combatido imediatamente. Aposto que qualquer direitista gostou dessa frase. Vejamos se ele goste um pouco do fácil, do popularesco: a buceta quentinha sobe levada pelo pau aos extremos dos limites do gozo humano. É melhor martelar. Óh my God, o mundo me martela. Não posso martela-lo, por que sofro de artrite, e minhas pernas estão cansadas. É um cansaço estranho, pleno. Estou tremendo nas mãos, nos pés, e estou com a cabeça do pau completamente murcho. Isso é uma pena, não uma auto-revelação cristã. Há tempos que não brinco de escrever... esqueço o quanto é tão maravilhoso e gostoso. Gostoso como os peitos de uma puta, com sua bucetinha aberta, e seus pelos púbicos prontos para serem devorados por minha cobra víril, forte e masculina. Padres, que me perdoem por essas asneiras, bobeiras, e coceiras no cu, mais prometo que irei me queimar já na próxima Inquisição, que a igreja católica produzir. Isso é promessa de poeta. E nós poetas não voltamos com nossas palavras. Nunca.
 Deve ser por isso que o mundo me martela. Eu sou um terno patriota, anti-patriotismo. Não sou nem de esquerda e nem de direita. Stálin, Reagaen, e os outros marechais de cabelo engomadinho, me dão é nojo, e não admiração. Admiremos pois, os vagabundos, os desesperados, os insones, os vagabundos, os solitários, os sofredores, os malditos... Sim, celebremos os malditos que vagam pela Terra. O rumo que nem eles sabem que jamais terão. Nem eu terei. E quem sabe seja isso a consciência plena da iluminação humana? Coragem... viver é necessário, criar é mais ainda... Coragem... Queria poder vê-la nua, uma única, última, maravilhosa vez. As pernas dela eram incrivelmente grossas, seus pelinhos loiros ainda me valem suspiros de lamento. Perdi-a. Perdi-me. Perdeu-me. Perdoai-me. Não sei o que faço. Mas me desmascaro a cada letra, que soco no branco, na margem, no espaço infinito do "meu" universo. Paralelamente, o seu universo talvez poderia fazer parte do meu, e assim viveríamos em um único universo paralelo. Mais os pelos loirinhos daquela pernona imensa e grossa dela me lembram até a perna gigantesca da Gabyzinha.
 Gabyzinha, nada minha, te faço minha. É só uma recordação surreal daqueles lábios maravilhosos e grossos que ela (porque ela, em?!) ainda tem. Ainda tem. Ainda. Essa palavra me parece um estranho tigre, preso em uma grade de ferro... Ferro dos mais enferrujados. Talvez a boca dela esteja enferrujada agora (não falo da Gabhi, nem dá Lily, nem da Jeh, nem da Livy nem da Gah), mais me recordo de sua bela chupeta. Chupeta... eu acho essa palavra uma coisa de bebê (perdoem-me por essa irônica tosca, estou rindo e espero que também esteja rindo). Já escrevi tantas bobagens que estou ficando mais complexo. Logo poderei publicar meus haikays. Ai sim serei conhecido no Japão. Um belo boquete agora é desejável. Eu desejo sumir da minha realidade. Mais me lembro que preciso escrever... escrever até que meus ossos saiam de minha carne. Escrever até ver os fantasmas de meu corpo vagando livres em minhas poesias. E depois dormir infinimente sem pressa ou ansiedade.
 O mundo me martela. Eu gosto de ser martelado...    

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Soneto de estranha comoção


A minha ansiosa alma se inquieta
quando gestos seus ferem meus olhos.
Não me pretendo esquecer-te ou sequer
apagar a memória que carrego e, (penso), carregas.

Verás que não é luto. De morte a vida já é feita.
Se é ao pó que me vou um dia, que ao
menos sua alma minha seja feita. Para
que me ame eternamente na onde talvez

reste apenas uma saudade... Um beijo, uma vida...
Isso é eternidade. Mesmo ela tão bela
já não é a solução de minha vida.

A minha ansiosa alma se aquieta
quanto gestos seus ferem meus olhos.
Te amo e te carrego. Penso: também me carregas.

Breve palavra Esparsa


Breve
palavra
Esparsa
Sobre a breve
Brancura
Da folha
Com linhas
O branco da folha
A tinta da caneta
A caneta sem tinta
Breve palavra
Esparsa sobre a tela
A tela do cinema
écran o brilho écran
Breve palavra
Estúpida, triste, desamparada.
Tristúpida.
Alegres, contentes, inconsequentes.
Aletentes.
Breve
palavra
Esparsa
Na brancura
Da loucura.

Que sono vÊM


Que sono vêm
Vai em forma. Ponteiros
Girando em torno do relógio  o ódio os tempos as facas inimigas.
As palavras gritam por socorro enquanto alguns uns
se negam a abrigá-las com seus guardas-chuvas invisíveis.
Que sono vêm
E na porta alguns homens não querem nada nadie né' nh um pingo
de literatura semi-vanguardista ou micro-tonal.
Por isso basta o
Sono. Que sono vêm
Vai em forma. Ponteiros
Girando em torno do relógio.

O que se reflete na memória dos sonhos vazios?


O que se reflete
na memória dos
sonhos vazios?

Uma
lágrima lenta
que desliza tímida
para o lago de patos
e gansos? Ou

Um beijo dado
num dia de chuva
sem glórias e
sem livros?

E agora palidamente
atormenta como uma
espessa teia de Aranha.

Aracni'amor.

Sim
é isso o que reflete a memória:
rostos, lábios, olhos e vozes
que não se terá mais. Será
O mais breve e silencioso esquecimento.

Quem sabe
Não seja
Assim tão ruim...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Escrevendo à noite

Escrevendo à noite
Mesmo sem um pingo de inspiração correndo pelas veias.
Transbordando palavras (atoa?)
Palavras que se dissolvem no
Ar, sem levantar questões ou suspeitas de
terem cometido crimes de roubo ou assassinato.
Acima de tudo, ainda palavras. Palavras relinchando.
Galopando como terríveis furacões, repartindo
a alma aventurosa por mais animo.
Coragem: por que escrever é sofrer nas mãos dos que
Já se esqueceram do belo, ou do feio, ou do horrível ou do nefasto.
Antes de mais nada mergulhar fundo no eco da cabeça, e assim
deixar para sempre, na noite escuta o eco de uma palavra.
Apenas escrevendo na escuridão da noite.

Lil


1- Tarde da noite (as horas exatas não é preciso escrevê-las). Não lembro como pulei na cela viva da poesia. Comecei com Bandeira e seus versos brincalhão (me senti o comediante da poesia). Virei um Drummond e um João Cabral e comecei a conversar com pedras e facas. Concisão  exata na palavra. Diós mio, que hago de los versos con cariño y amor?

2- Sentindo o vento, não posso explicá-lo. Apenas senti-lo, assim como ler. Ler. Ler é necessário assim como respirar. Escrever não é tão importante assim. As palavras podem ser bufas cheirosas de um cu muito, mais muito fedegoso. Ou melhor dizendo, fedido. Preciso de suco de uva (que curiosamente está no copo ao meu lado).

3-  Jogando futebol na quadra. Cidade natal: Adamantina. Intrigas, raivas, brigas, ódio, risos. Tudo isso me cobre como se eu estivesse no teatro. Sou um ator nada importante. Irei aos campos infinitos de flores mortas. Literariamente Lolita é uma nabokovskiana intriga sexual-predatória mui lirica. Creio que 20 poemas de amor e uma canção desesperada é mais legível para os excomungados pelas bibliotecas vivas da leitura.

3- A biblioteca das palavras aceita a todos: os perdedores, os grandiosos, os medíocres, os lindos, os feios, os narigudos, as bundudas, as prostitutas, as tetudas, as sanhudas  as malucas, os ladrões, os assassinos, os presidentes, os poetas, os religiosos, a inquisição, Borges, a moeda, Franco, a guerrilha, Guevara, As guerras nacionais da Europa ditas Mundiais, as conquistas da Polônia, os japoneses, os coreanos, os austríacos  os brasileiros, os chilenos de Bío-Bío, os admiradores de Parra, os masturbadores de Bolaño, os iletrados, os letras, os recém formados/casados/separados, as professoras, as malucas bibliotecárias, as velhinhas do bordel, as velhas tias de alguma mulher, os touros, os gays, os tolos, os malungos, os gaúchos... Em resumo, ela continua sendo uma democracia involuntária, sem se desculpar por isso!

4- Não conseguindo escrever poesia. Momento depressivo. Mais ao ir ao banheiro e ao soltar um belo cagote no vaso sanitário, o universo inteiro entrou em equilíbrio (Haikainismo hispânico português sem méritos nenhum... Merecia o Nobel).

5- Escrever o que vem a cabeça, por que se for escutar apenas as bolas do saco, iremos apenas querer visitar o cabeleireiro.

6- Uma carta escrita a muito, muito tempo de atraso. Dizia que alguns escritores brasileiros e chilenos deveriam se suicidar no grande vale da morte, e sumirem da literatura.

7- Moral aprendida depois de quinze anos: Não existe país, não existe governo, não existe conquistas e não existe derrotas. Apenas existe você.

8- Cair sem se machucar. Ou: lutar contra a lei de Newton.

9-  Sonhando com as crateras lunares da Groenlândia  Nelas me sento e tomo café com leite com o bom e velho Cortazár. Um conselho bom dele: você não escreve nada, suma como eu, e escreva com a tinta magnífica do invisível. E seja feliz.

10- Sonhei que a América Latina foi conquistada por espanhóis e portugueses. E que nasci em um país chamado Brasil, e que sou um poeta sem emprego. Sonhei que o meu país fosse apenas o amante do futebol. Maldita televisão: percebi com ela que não era um sonho, mais a pura e bruta realidade.

11- Não evite o amor, enfrente-o. Dizia um cara que se suicidou pela namorada.

12- Sonhei que estava no Grande Canyon e vinha conversando com Bishop sobre as terríveis línguas latinas. Faulkner me viu na distância e desapareceu na sombra, evitando assim de falar francês com um brasileiro.

13- Sonhei que vivia e me assustei: pura realidade.

14- Sonhei que estava no México, enfrentando os terríveis crimes e políticos corruptos que há por toda a América Latina. Senti um ódio, porque no final, eu estava sendo subornado (e aceitando o suborno ainda por cima).

15- Ser de direita ou esquerda não importa. Importante mesmo é ter um pinto grande para socar em qualquer xaninha que arda em brasa, pelos puteiros do interior.

16- Escrever... se masturbar. Descansar. Se masturbar... escrever. Descansar. Descansar... escrever: se masturbar. Que vício vicioso.

17- Gosto de leopardos, tigres, onças, e gatos. Sou um felino que teve o azar de nascer humano.

18- Fumar sem tragar pode ser uma metáfora boa. Mais é preferível não tentá-la discuti-la agora.

19- Sonhei que eu me encontrava com John Lennon e ele me dava um aviso: Não leia o Apanhador no Campo de Centeio. E eu lhe agradeci, e fui ler Cien Años de Solidad.

20- Ser louco nunca é o problema, me disse o fantasma que me acompanhava na escola, o problema é conviver com tantos normais à volta.

21- Assistindo o "Godzilla" e como me sinto superior aos japoneses graças a Hollywood americana.

22- Entre elfos, trolls, anões, dragões, criei meu reino, criei meu mundo e criei meu ser. Hoje eu durmo e aconselho a fuga de tudo, menos a fuga de sí mesmo.

23- Dias de grandes angústias no coração. A primeira trombeta toca, e diante do castelo de madeira, vejo Ibsen conversar com Suassuna sobre os problemas da Angola. Meu sorriso se desfaz. A segunda trombeta toca, voltarei para o sono da imortalidade!......

24- Escrever é um ato solitário, que gosto, mais me dói. Ler é mais preferível segundo as ordens democráticas da mente.

25- Apostando alto no universo. Cruzando a fronteira, direto para a Bolívia. Viva aos vendedores livres e decentes do Paraguay que querem apenas sobreviverem. Viva a Argentina e sua arrogância latinal. Viva ao cérebro. Viva ao rim. Viva ao coração, viva a razão, viva a emoção. Depois desses viva, que morram tudo. Já não importa mesmo. Não acha Paulinha......................................................?

Por causa de você


Por causa de você, escrevo
as coisas mais bonitas, as mais sentidas
Acho que as palavras brotam do coração
Como se abraçassem o ar e a sua boca.
Eu não posso ficar tão longe desse seu sorriso
Ou o seu abraço. Pode parecer patético ter
Desejos tão estranhos... é muito tempo sem ficar
Ao seu lado...
Eu preciso sentir a sua boca
Alisá-la com os meus lábios
Brutos. Acolhe-la como uma deusa
Vênus em minha casa.
Por causa de você... é por isso
que escrevo as coisas mais belas e sentidas
Do meu ser. Do meu coração.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

SONETO

Perto de ti eu me cubro de silêncio
Longe de ti eu me cubro de saudade.
Perto de ti eu mato o sentimento
Longe de ti eu escrevo para ti.

Perto de ti eu sou um outono de amor
Longe de ti sou a primavera apaixonada.
Perto de ti sou o cinema escuro 
Longe eu sou o tempo contra o espaço.

E é assim que somos: solidão em carne
És o osso de minhas vértebras e sou o compasso
Do seu ritmo. Deus que nos una mesmo sendo ateu

Mais me envolve o seu amor amor meu, como se fugindo
Do nada, fumando os lábios da doçura. Eu não te devo nada:
mais te pago porque mais me dou, te amo, então te devo!

sábado, 20 de outubro de 2012

Tu

Tu
Meu inferno
Minha lua
Somente seu brilho
Contenta meu ser
Que triste percorre
Rios, ruas, saudades
E lembranças de seus beijos.
Creio-me incompleto. Completa-me
De uma vez, víbora que amo.
Toca-me com seus lábios de doce mel.
Adocica com sua pureza o meu ser.
Tu
Meu céu
Meu sol
Só resta tu entre olhos
Na memória te vejo apagada
E seu rosto cabe em mim
Inteiramente.
Tu
Única forma de metrificação
Único astro que reluz da Terra.
Tu e eu.
Mais sempre tu
E nunca eu.
Que seja assim
Ó amor meu.

Tanto tempo que te aguardo


Tanto tempo que te aguardo
que meu suspiro fiel
de felicidade
percorre
no tempo
para sentir
os teus olhos,
a sua ternura.
Meu sorriso
é o pranto,
e seus olhos
são o mar
e o infinito.
Tanto tempo que te aguardo
na sombra do meu coração
E o que me
sobra é um
sorriso
e seus olhos
são o mar
e o infinito.

Meros touros


Somos meros touros
Levando em conta que não nos chifram.
Pegamos fogo sem álcool.
Somos pássaros desesperados
Por favor, meu bico sangra
Sou um objeto inutilizado. Peço
Uma bic emprestada mais a respoAta
É negativa. Por favor, perdón mr. president
Eu não sou o assassino de pessoas que
Vossa excelência procura!
Somos meros touros. Mas
Prefiro ser um mero pardalzinho
Perdido no orvalho do campo.
Vou sorrir porque chorar está
Acompanhando o preço da gasolina
E esta custando muito ultimamente.
Tenho na mente sete poemas para lhe
Entregar. Um de amor: fala sobre
suicidas apaixonados sobre as cidades industriais.
O segundo de esperança: os Estados Unidos
Apenas querem brasileiros e latinos que
Possam gastar em suas terras.
O terceiro é esse: uma ruína construída
Entre soluços de metrificação ruim.
O resto é Shekespeare... e eu sofro sem
Saber dançar música de baile funk.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Não é um sorriso nem uma nuvem (soneto)


Não é um sorriso nem uma nuvem
Aquilo é uma lembrança esquecida...
Que pena que é viver nessa vida
Sem teu abraço de consolo infinito.

Esqueço que você perdeu meu nome
Sua memória fracassa em me amar.
Apaixonado na tristeza plena que me
Nego enfrentar. Enfrentar... enfrentar

Esses seus lábios de maça. Puros
E tão meigos como o sorriso de uma
Ninfeta nos campos dos Deuses.

Te perdi na lembrança, isso se tornou
Um sorriso ou uma nuvem. Escrevi
Sem entender nada: Isso é que é amor.

Não mancharei as Palavras com sangue.


Não mancharei as
Palavras com sangue.
Não as cantarei desesperado.
Não trarei para elas ódio.
Serei amado... amado... amado...
Cantarei a sombra da luz, o sol
E seu reflexo no mar
Não mancharei as
Palavras com o sangue
Da tristeza (embora
Ela seja tão minha
Quanto sua). Deixe-me
Cantar as borboletas que
Passeiam pelas flores,
os amores perdidos, os
uivos do vento sobre a casa.
Não mancharei as
Palavras com sangue.
Não sangrarei nenhuma ferida
Em palavras. Embora seja
Isso o meus destino e talvez
o seu. Calem os dominadores,
Os ditadores, que caiam governos,
Religiosos extremos, que caia
A própria desesperança no viver...
Viver nas palavras é se deliciar
E não fazê-las chorar!

Estou com pressa de te amar


Estou com pressa de te amar
Deslizar os meus sentidos
Até a sua boca com batom.
Alisar com carinho seu corpo,
Apenas te abraçar antes de dormir.
Acordar bem cedinho e tocar seus dedos.
Amar os seus cabelos e seus seios.
Tocar seus lábios na hora incerta
Te amar com fúria, ternura e brandura.
Confesso que serei um pássaro a seu lado
E cantarei com o som mais melódico
Do nosso amor. Estou com pressa te de amar.
Com o amor interno que posso te dar mesmo.
Amor, te amarei até que as estrelas caiam
E a tarde gritarei seu nome as gaivotas
Que tu, mulher perfeita, devore com a paixão
O meu coração!

Búfalo literário


   Não era a primeira vez que eu ficava depressivo. Tinha me acontecido isso desde os tempos de criança, nos desesperos de solidão, quando eu pensava que ninguém (nem meus pais, nem nada) me amava ou se importava comigo. Sou um búfalo literário. Acho que você que lê essas palavras deve esta se perguntando: mais que merda, porra, caralho, desgraça, é um búfalo literário? Um homem quem lê constantemente, sem adquirir conhecimento nenhum? Ou um cara que escreve compulsivamente à noite, sem ninguém a sua volta, talvez apenas observado por Deus e as estrelas noturnas do céu? Um búfalo literário é um homem que faz as duas coisas, e vive apenas, com a ganância de receber...... Prêmios literários!
 Há uma diferença constante entre um búfalo literário, e, um escritor, e por favor, não me colham como um medíocre constante ou semi-analfabeto que ganância dinheiro. Meu complexo está além. Nós búfalos literários, somos homens divididos entre a tortura e a solidão, e por isso escrevemos arriscando tudo, como se fossemos senhores controladores do beatnik literários de nossa região. Escrever é um ato de loucura e medo. Ganhei inúmeros concursos, embora nos dividamos entre seis, já que o o sétimo, Rodrigo Azevedo, debandou do grupo, aceitando um emprego de escrever para uma grande editora. Não consta em minha mente ou alma, que tenhamos perdido nossa amizade, apenas por ele ter se desligado do grupo. Uma vez búfalo literário, será sempre um búfalo literário. Mais eu fui uma coisa antes de ser um búfalo literário. Não... não fui nenhum escritor de porte de grande editora, nem um selvagem atacador da literatura do bom e velho Philip Roth (Deus do céu, quando lhe darão o Nobel literário?). Apenas fui um membro detetive de uma co-ligação secreta contra a ditadura militar do meu país (no caso, a República Bananal Brasileira). É estranho... nunca escrevi nada desse tipo, ou seja, assassinato, talvez por que o assunto me deixa um pouco desequilibrado e ansioso. Por isso o meu ser depressivo, embora eu seja depressivo desde os tempos em que eu olhava para a chuva, na minha pequena casinha, na minha cidadezinha natal. O fato é que, lembrar dos tempos em que eu tinha que cooperar com os assassinos (policiais é claro), aquilo me torturava terrivelmente, e eu buscava me aliviar, entrando em transe, como um bom búfalo literário.
 Escrevia sobre esses assuntos, colocando personagens assassinos vitoriosos em minhas páginas (será que algum outro escritor seria tão louco como eu, também a fazer isso?). E após a escrita, citava os meus escritores favoritos, adivinhem o que fazendo? Colocando-os como os assassinos ou descobridores do assassinato. Usei o cego Borges, escrevendo um poema em louvor do capitalista Juan Notion, morto a tiros, em frente da rua Maiúpu, o número nem me lembro. Perdi o conto, o que é louvável, não queria atormentar Borges em sua tumba, já que o respeito profundamente. E outros tantos literatos, que só citá-los, me levaria a um boom de processo que me mataria de certo do coração.
 Ser um búfalo literário é não se levar apenas pela consagração, mais massacrar a todos os outros imbecis que não receberam o prêmio. Riamos, ironizavam-nos, e nos discursos botávamos coisas tormentosas sobre seus contos repugnantes, na mais pura crueldade literal e visceral!
 Por que escrever é de certo modo atacar constantemente os gênios petrificados de nossas frentes, e juro para todos que querem saber, e até aos que nem querem: sempre fui um menino de rua, jogado e perdido no transe da realidade, e nunca me preocupei com isso.
 Antes de escrever ou ser detetive pago pelos militares, fui um menino tímido, fechado, que só andava pela rua quando ia para a quadra de futebol que existia perto de minha casa (acho que nem existe mais). Meus desejos literatos, só se afloraram após uma certa idade, talvez depois da minha primeira masturbação (meus amigos diziam, que eu me masturbava apenas lendo os livros de Jorge Luis Borges, o que é irônico, já que eu me masturbava simplesmente ao ver as delirantes imagens dos livros da boa e esquecida Cassandra Rios). Meu jeito desengonçado, apenas eliminava as meninas bonitas do meu caminho, e é claro que as feias também. Eu tinha óculos, roupas grandes e um cabelo muito mais muito enorme, chegando até minha nuca. Minhas conquistas amorosas não duravam algumas semanas, e eu, depressivo em tenra idade, sofria.
 E é claro que por isso eu lia. Lia compulsivamente todos os dias. Cheguei ao cumulo de ler Dostoiévski e Tolstói ao mesmo tempo, e depois escrevia (a mão) contos que guardava trancafiados para não caírem nas mãos ásperas de meus pais, que de certo me condenariam de insano, maluco, ou tarado. Como cabia a mim ser o filho mais velho, meu irmão tinha certas ousadias que só pude ter mais tarde. Certa ironia Freudiana, creio eu. Ele se dava bem, mesmo sendo uma porta, sem conteúdos, com todas as menininhas que aventuravam seu caminho. Longe dele, eu escrevia sobre isso, com certa inveja. Invejava-o, e isso me libertava, pois depois de escrito os contos, eu lhe mostrava, dizia que lhe baseei o personagem, e o que ele achava. Elogiava e dizia que eu era muito bom para escritor, e que seria "interessante", ter um irmão que escreve. Não nos vemos a muito tempo. Ele se mudou pro México, para estudar a cultura Maia, e me mandou uma carta, me saudando por meu conto, o Corvo Negro, que publiquei em uma revista e acabei encontra os búfalos literários.
 As regras para ser um búfalo literários é apenas ser um selvagem no meio de tantos civilizados. Jamais abaixar a guarda para os medíocres que escrevem mais por dinheiro do que por prêmios e honras. Escrevemos por que caçamos os nossos alvos. Somos britânicos em plena África selvagem, queremos os leões sobre nossas mãos e seus sangues escorrendo sobre nossas peles. Me desculpem por tão imensa bobagem, apenas penso que sou ainda detetive e preciso escrever essas frases de efeitos que todos escritorzinho de merda uma vez na vida precisa criar.
 Ser um búfalo literário acaba comigo... É bom... mais continua a acabar comigo...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O verso é o resumo


Com a palavra cortina
Desábito e hábito
A palavra poesia.
Mesmo com pouca rima
O toar da cortina
Esquenta o poema.
O poema esquentado
Se levanta normalmente
Como se fosse algo normal
Inocente.
E na inocência do verso
Não cabe a moral imoral:
O verso é o resumo
O limite do sonho,
O canto
Ideal!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

O Dia


O Dia,
que não será infinito
Transcorre na alma em lento viver
Assim como a desesperança
De uma música.
Se cala com força as aves na noite
E se respira o silêncio, o fumo do vento.
O céu canaliza as esperanças: Deus nos observa!
E o dia
Com ou sem alegria
Se movem como os próprios horários:
Finda, e se reinicia.
Regra da vida
Natural sobre
O Dia.

O sorriso é livre... E o amor também...


O
sorriso
Se
Move livre
Num lento

crepuscular
Amor.
A paixão
Se
Move livre
Em um encantado jardim
Entre lábios e carinhos.
O sorriso e 
A paixão
Juntos se 
Movem
Num lento
E crepuscular
Amor. 

O sorriso é livre... E o amor também...


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Só se pode tentar para ganhar.


Não chore desaprove tudo que nada da Estrela Alva
D' alva. Eu vou gritar! Só posso te olhar sem te alhar.
Ralar os olhos sem ver que o vento tino é antigo digo isso
Não se pode sonhar. A música é a música o som que
Tocando na alma a física do físico que é a vida. O atómo
Simplesmente aberto como a Nuvem passa como o sol.
Trajando o repente do de repente. Poesia é pra se sonhar.
Só se pode morrer quem já morreu, ainda quero beijar.
Não peça não peço, não dengo não denga, não diga só
diga rediga siga ilíada no momento tenso da tensão da
R.A.Z. Ã.O Só se pode tentar para ganhar.

Irei comparar o sol ao seu sorriso


Irei comparar
o sol
com o  seu sorriso.

De certo dirão:
_ Está louco - Perdeu o sentido, não
faz mais poesia.

Mais ora, responderei: o que é amar
Se não comparar?

Te comparo as laranjeiras. As ondas
Do mar são seus olhos ou talvez o céu azul!
E seus cabelos são uvas. Pronto.

De certo dirão:
_ Está louco - Perdeu o sentido, não
faz mais poesia.

Amargo é quem deseja
A beleza e a pureza
Mais eu desejo é ser
O que falta em sua natureza.

Posso te amar?
É claro que posso.
E você me amar?
É claro que você também pode.

Irei comparar
o sol
ao seu sorriso

E de certo dirão:

_ Está louco - Perdeu o sentido, não
faz mais poesia.

Talvez seja outro que te ama

Talvez seja outro que te ama
Além de mim Apenas o espaço.
O amor de qualquer um pode 
Fazer bem. Mais talvez seja outro
Que te queira como eu te quero.
E se é amor eu deixo o vento soprar
Sem pressa ele me trará algumas dúvidas
De mim mesmo (ou de Nós
Quem sabe?!). Só duvido que
Seja tão difícil Me amar já que te amo!

sábado, 13 de outubro de 2012

Ricardo Rodecía escreve a noite (conto)


 Ricardo Rodecía vivia sobre a beleza da plenitude da rica burguesia de Buenos Aires. Sabia que era um privilegiado, mais nem por isso deixava de rir de suas próprias mazelas (ou as mazelas da sociedade rica e culta que o cercava). Ricardo Rodecía escrevia poesia, embora fosse um poeta desapegado a tudo o que fosse sentimental. Ora, o que se resume um poeta sem sentimentos?, perguntava-lhe Cíntia Doniñelas, uma rica filha de um venerado gaúcho que se tornou um caudilho capaz de crueldade maiores que a de Perón.
Mais Ricardo Rodecía sabia que a poesia não poderia ser apenas sensações. Ele achava que a poesia deveria ser uma mistura de dor, embora uma dor completamente matura. Ora, é impossível uma dor ser imatura!, desafiava-lhe novamente Cíntia Doniñelas. Uma dor é uma dor em qualquer circunstâncias, mesmo nas mais Imaturas.
Ricardo Rodecía servia como um trampolim para os senhores e senhoras ricos de Buenos Aires ou qualquer outra parte da Argentina (até mesmo do Uruguay, pois segundo Rodecía, o que diferenciava os dois países era a beleza do bife argentino e a depressão alegre dos urugaios). Apenas escrevia a noite, diante do céu medonho e das luzes horripilantes dos piores guetos da Argentina. O que é até algo ou coisa curiosa: ele não pertencia a zona sul e sim vinha da riqueza porteña dos grandiosos bairros de Recoleta, Palermo, Belgrano... Sua mãe era Augusta Elína Valdiór. Embora o nome pareça ser uma copla de españolismos ou coisas assim, Augusta era nascia no Brasil, na parte mais rica do Rio Grande do Sul, e mudara-se com o seus pais com dois anos para Buenos Aires. Ali, entre a riqueza e a pobreza, conheceu Manuel Rodecía, militar e poeta nas horas vagas, apoiador do lema da GOU, que dizia: “uma vez caído o Brasil, o continente sul-americano será nosso”. O que talvez seja até irônico: filho da nobreza por um lado, e por outro, herdeiro dos grandes militares da Nação Gaúcha.
 Ricardo Rodecía poderia se dizer apenas, um grandioso burguês de características bandidisticas. Pois era um criminoso nas horas vagas. Por puro prazer talvez, pois jamais passara por fome (nunca involuntariamente  pelo o que se sabe). Escrevia sobre os temas horrorosos e medíocres  que o cercava... E aliás, era um grande admirador de Borges. Dizia que babava sempre por qualquer linha escrita por Borges. Era um Borgeólogo convicto de plenitude incríveis. Não que fosse argentino como todos os outros: arrogante de si. Segundo ele, Borges era talvez o superior aos escritores latinos/americanos/europeus/russos, mais sem jamais deixar de ser um bom poeta pastoril  Talvez as latitudes geográficas de Ricardo Rodecía apenas esbarra-se na mirrada e ignorante geografia do Cone Sul. Mais antes de completar 12 anos, já havia conhecido os poetas mirrados e ignorantes do Peru, até as praias desertas de Valparaíso no Chile.
 Mantinha sempre a elegância ao escrever suas linhas mau-traçadas em sua letra culta e bela.
Ó que quem me espera
Morre sem vela nua
Crua como a carne
Morra quem me espera.
E sobre as luzes dos bairros ricos em direção aos pobres, Ricardo Rodecía escrevia comovido, no alarde da noite, mais nem se preocupava em ligar para a polícia para constar do assassinato que ocorrera diante dos seus olhos (o que aliás resultou em um ótimo poema):
Sobre a carga das Luzes
Que me cercam diante do nada
Nada e eu entre eu e nada
A morte dela dele de quem for
Não me afasta os fantasmas da
Vida que tive tenho e terei!
Fim.

dentro das horas frias (soneto0


Dentro das horas frias do destino
A vida se move em um relógio.
Seu rosto se perdeu de mim
Mas a sua imagem ainda me habita.

Me habita como se fosse um fogo
Que de minha alma se sente entranhada
E gloriosa me ama... Mais na verdade
Isso é o que move o frio do meu querer...

E te querer é tão doloroso.
Interrogo o vento: porque a amo
Tanto? Se é amor, o que me nega de dizer-lhe isso?

Que tudo isso vá embora
Como se fosse um eterno adeus
E o frio das horas acabe em um sorriso de eterna alegria.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O que a poesia quer?


A poesia não quer
Inspiração: talvez queira
Assassinatos, palavrões
Fantasias, sonhos.
A poesia é uma simples
Palavra: amor. Isso
PARA OS IDIOTAS
que acham que entendem
Dela. Mais ela quer!
Ela quer uma volta grátis
Na montanha-russa: quer
Nadar entre cobras e saltar
De abismos obscuros. O que
A poesia quer não é
AMOR
nem carinho.
A poesia não quer nem sentimento.
Vai se saber o que essa porra de
Poesia quer...

SONETO

Se eu pudesse te abraçar agora
Lançar em seus ouvidos tudo o que guardei
Tirar o peso que minha alma carrega
Eu poderia me esquentar com o seu carinho...

Mais o que posso é apenas sonhar: sonho.
Pois sonho. Enquanto não te tenho
Não te mereço, e pesa-me sofrer... Pois
Sofro porque quando te merecer amar-ei

Até os limites dos meus ossos...
E seremos um, em dois, e quando
Sonhar poderá ser o outro o seu...

Mais enquanto eu te amar... A amor...
Perdoa tudo isso: palavras não provam nada...
Mais um simples eu te amo, alegra tanto...!

O oceano martela


O oceano a distância martela
Enquanto o sofrimento, o sofrimento
A beira do coração arrasta
Em seu enjôo o coração.
São sete lanças, cada uma
Mistura-se ao sinal do tigre:
as patas
os olhos
os pelos
As listras
as unhas
os dentes
e as orelhas.
E distante, tão distante
O oceano martela na distância
Dezenas de sonetos, e centenas de odes
Em louvores a poetas sacríficados pela solidão.
O coração acompanha cada martelar solene.
Lenta, porém alegre
A esperança galopa veloz
Nas cinzas furiosas do mundo
E você, sua boca, seus olhos
Não são miragem
E eu te amo!

Os ventos sopram


Os ventos sopram nas direções
Impostas pela alma do universo.
Nessa alma, tu e eu somos um
Somos um amor de amantes.
Unimo-nos em um em um par.
Somos a direção. Isso é amor...

ISABELLE e Sua Vida por completo! (romance


_ Você tem uma ideia muito diferente de si mesmo, sabe? Eu gosto disso.

_ Hum... Você parece gostar de qualquer diferença que aparece, não é? Qualquer um que se mostre diferente!

_ E o que é que tem demais nisso? Eu lembro quando eu te vi pela primeira vez: você estava caminhando sobre a praia, sem blusa, com óculos de sol no rosto.

_ Você se lembra com cautela dessas coisas... Puxa, eu me recordo quando você me conhe...

_ Aff... Por favor, não comece a falar dos meus cabelos morenos.

_ Não era isso, eu não ia citar os seus belos... Eles são lindos de qualquer jeito: morenos, loiros, cinzas, azuis... Você sabe que eu te amo não sabe?

_ Sinceramente não sei. Espero que me ame!

_ Você é muito desconfiada Isabelle... Você parece sua mãe. Agora sei porque seu pai se separou dela... Desconfiança acaba com tudo, e você deveria saber disso.

_ Poupe-me disso... Eu tenho motivos e você não tem. Estou errada no que?

_ De achar que eu te traio. Ou que eu te traí.

_ Eu não puxei esse assunto até agora meu amor.

_ Mais eu já puxei ele porque você sempre joga isso: "VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO NÃO ESTÁ?", e eu sempre me resigno: NÃO, NÃO ESTOU.

_ Olha... eu não toquei nesse assunto e você que começou: VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO NÃO ESTÁ? Se estiver, fale logo que é melhor!

_ NÃO Isabelle, eu NÃO ESTOU te traindo.

_ Certeza?

_ A mais absoluta!

_ Eu confio em você meu amor...

_ Mais não parece... a sua confiança é meio cínica Isabelle. Você tá me escondendo alguma coisa, quer me contar?

_ Não... não quero.

_ Entendi... bem, eu não me desespero por nada. Mais eu tenho meus motivos não tenho?

_ Todos. Os melhores e maiores possíveis. Você sabe muito bem que eu já fui espiã pra esse governo de merda... Antes, muito antes de te  conhecer... Mais eu não estou te escondendo nada. E se estivesse, eu nunca te contaria. É... ainda bem que você desconfia de mim. Se não desconfia-se eu mesmo desconfiaria por você...

_ Me dá um beijo Isabelle, eu não aguento vê-la com esses lábios carnudos se mexendo assim... Preciso senti-los.

SE BEIJAM.  

_ Amanhã te espero na praia... Agora tenho que sair.

_ Pra onde você vai Isabelle?

.......... silêncio.


_ Acho Isabelle muito enganadora. Ela consegue tudo o que ela quer... Ela consegue atuar muito bem na frente dos homens: é uma Matah Harah de primeiríssima classe. Não consigo entender o que ela faz com o Vitor... ele é tão... tão... tão... nada!

_ Deve ser que ele tenha algum segredo dela. Isso é o que eu creio. Mas talvez ela goste muito dele. Eles se conheceram na praia, eu estava junto com ele quando se conheceram. Ela se apresentou pra mim como se esnobando ele, e depois virou pra ele. Ela dava um bote de cada vez em nós dois. Não nego: ela me enfeitiçou e quando percebi que ela estava dando em cima dele, senti raiva e fiquei vermelho na hora... Mas ela conseguiu me acalmar... Não sei: Isabelle tem o que mulher nenhuma tem.

_ Sedutora!

_ Oh não... Ela tem algum veneno de víbora que encanta. É uma Femme fatale.

_ Vai me perdoa: eu não sei francês...

_ Uma fêmea fatal.

_ Puxa... Uma fêmea fatal em?!... E nós dois aqui, seduzidos por ela, atacando ela, discutindo sobre ela... E quem se deu melhor com ela, foi nosso bom e velho Vitor.
_Pois é!

_ É... parece que o destino é assim mesmo. Brilha p' ra alguns e pro resto é só...

_ MERDE.

RISOS.

_ E ai Vitor...

_ Vitor...

_ E ai... O que vocês dois estão fazendo prá cá?

_ Se esqueceu que vamos jogar volley na praia?

_ Hum... esqueci sim. Eu estava com a Isabelle... Ela não passou por aqui?

_ Não... ou não reparamos! Porque?

_ Esquece! Assuntos meus.

_ Ok então...

_ Ok...



_ Assassinaram ela... A sangue frio. Você não ficou sabendo?

_ Nossa, não fiquei. Ninguém me contou. Ando tão distante dessa realidade estranha... Você sabe que eu não ando mais com esse tipo de coisa!

_ Eu sei, mais imaginei que você soubesse de alguma coisa Isa. Poxa, ela foi assassinada a sangue frio, na mais bruta crueldade.

_ O que fizeram?

_ Jogaram o corpo num canal, depois de espancarem brutalmente

_ Poxa Suzy, eu não sabia disso. Eu não tive nada a ver com isso.

_ Não estou acusando você!

_ Eu sei, mais isso é uma coisa avassaladora. De uma crueldade imensa... Poxa Suzan, a ditadura acabou a tempos e isso ainda continua acontecendo?! A onde vamos parar?

_ Não sei... Só Deus sabe!




Sobre as conversas num dia de chuva


Sobre as conversas num dia de chuva

O termo não é literatura
Não é sobre isso:
A vida depende do dinheiro.
Envelhecer é o medo das
Ricas, aristocratas.
A conversa são sobre
As ninfetas: lindas
Nuas sobre o sol.
Isso é uma boa conversa.
Mas envelhecer ou morrer
Não deve ser tão ruim assim.
Quem pensa assim, além de
Mim?
As nuvens exageram no seu
Tenebroso animo: são três e pouco
E A ALEGRIA É TÃO PASSAGEIRA...

Um século de solidão (conto)


 Um século de solidão. Ou talvez fosse apenas um minuto de transpiração que ele tinha, depois de tanto tempo amordaçado pelas pessoas. Tido como um louco, o que já pensará em aceitar: sim, sou um louco. Sou um louco diante de tantos normais, de tantos seres fabricados... Meu Deus, sou apenas um louco em solidão. Dizia isso sem guardar mágoas nenhuma, talvez sabendo que mágoas são hipocrisias mentais. Vivia dizendo-se um mestre, um homem do cunho de Antônio Conselheiro. Talvez fosse, talvez não fosse. Isso não é metafísica discutida por ninguém. Contemplava as estrelas, porque antes contemplará as pessoas: humilharam-no, abafaram-no com insultos, entristeceram-lhe a alma. Mais jamais discordava delas. Apenas tossia, vivenciava e sentia tudo. Afinal, não lhe foi dado o dom ou o sentimento nefasto de atacar o outro, de arrancar-lhe lágrimas do vazio mental. Sabia disso.
 Por isso contemplava as estrelas, com o seu espírito destruído, mais com sua alma transbordando ternura, amor, carinho... Mais estava solitário, abandonado, e rodeado pela imensa solidão.  Talvez fosse isso o que queria, talvez fosse isso o que deram para ele de bom grado: o exílio diante da vida.
 Ele discordava, citando os mais variados filósofos antigos, das luzes e das trevas: Aryanè VollsBurg, russa que discutia a utilidade de se viver solitariamente em uma sociedade vazia e sem esperança. Dom Juan Jamones Santander, poeta e filósofo español, queimado pela Igreja Católica com a acusação sincera de ser um mago feiticeiro, um dos assassinos de Cristo (dizem, isso quem conta são os pequenos poetas da Catalunha, que antes de ser queimado, ele levantou suas mãos trêmulas e lentas e gritou: Que me perdoe senhor, Mais quem Merecia o fogo Eram eles).  E também o esquecido americano, Henry Balgol, traído durante os tempos de revolução de independência americana, diziam que os Homens são animais, e devem se comportar como tais pelo capitalismo. Mais com o humanismo didático e criativo da criação, poderiam se tornar seres bons e conviverem em paz eternamente. (Henry Balgol foi cruelmente assassinado pelos britânicos leais ao rei Jorge III).
 Os pensamentos de solidão desse homem triste, diante das estrelas, poderia ser um lamentoso e piedoso processo de dizermos: esse homem sofreu crueldades terríveis por parte das pessoas, mais ali estava, se aceitando como um louco, mais não se torturando.
 Ele olhou por um instantes o céu negro que se formava, e suspirou. Morrerá triste, sozinho e abandonado, mas morrerá feliz!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quantas vezes amor, te vi passar como o vento...


Quantas vezes amor, te vi passar como o vento
Invisível e rápida em sua solidão
Aflorada, apressada, ruidosa
Nos ruídos de sua pressa?

Tantas vezes... Muitas vezes
Como um solitário jato: andas
Na pressa de sua vida 
Sem degustar meus versos
Sem degusta minha voz que

Te ama por inteira.

Te fiz minha, Mais 
No amor puro da vida
Na pressa do seu corpo
Atravessas-te 
Na onda de uma palavra: amor...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

limpe-se com papel

A merda não é pintura/ o dedo não é pincel, não seja filho da puta: limpe-se com papel!

Deixa o pão na porta

O garçom deixa o pão na porta
A poesia vomita a política
Eu sou o menino com a capa invisível
Tão sozinho....
O mundo é cruel não é?
O mundo não é cruel por causa dos meninos maus?
A meu amor... se eu pudesse conquistar a Austrália
Só pra te abraçar...
Eu sou só o menino com a capa invisível...
O garçom, deixe o prato com pão na mesa,
Engasgado de tanta poelítica... Pobre do menino
Que é vazio de Krishnamurt...
Boy... Óh de Nós...
Deixe o pão na porta que você faz muito com isso...
Por favor, deixe de filosofar por um mundo melhor
Só deixe o pão na porta... estão vomitando
Poesia na Casa Eleitoral...
A cultura é subsidiada...
A arte... eu sou só o menino com a capa invisível
Mais deixe o pão na Porta por favor!

POETA y vAGO

Um exemplo de sonho:
Sobre as pernas das enfermeiras
Gostosas
Ou sobre
A cerveja gelada do comercial
Norte/Sul/Oste/Sudoeste-Americano
Apenas uma gota
de
C
h
u
V
A
Pos
Ta
Sobre os barris de esperança e desesperança
Que o grandioso presidente comunista Méxicano
Dá dé di dó du
Passa para os espanhóis.
Diante dissosobre as coisas
As casas dos cariocas ricos e dos adamantinenses Poderosos
Reina uma palavra: consciência demoníaca de sonhos Infrutíferos
E palavras vulgares como: P.S: XANA, BUCETA, CARALHO, PORRA,
MERDA, CU, ANOS, BUNDA, PINTO (ABREVIADO COMO PAU).
senhores e senhoras cavalheiros do sertão
Queiram notar que a poesia De João CABRAL
é uma faca. Queiram notar que sou um perdedor.
Sigam -----------------------------------------------------------------------------?
Até o sul.................................................................................................................
A morte aguarda a todos os filhos da puta que querem atravessar a fronteira Canadá EUA.
Estou correto Mr. Cummings?
A grandiorrorosa poesia do coração.
A máfia literária das companhias de letras, ou os sonhos de Homero trancafiados
Em um asfalto d' ouro em um bastão de merda, em uma palavra: Invejologia.
Uma nova palavra para as gargantas sustentadas dos poetas japoneses.
Ou toda A China contra o Chile
Ou todo os EUA, CONTRA OS AEU.
ONU: um breve apoio ao capitalismo e a invasão do Iraque.
SIC. SICULO OU SÉCULO VINTE E DOIS XXII
Um breve aceno de cabeça por sobre o navio latino-americano.
Elvis capotando com remédio.
O remédio de Literatura Borgiana.
Um remédio contra os falsos maias do mundo.
E VIVA A COCA-COLA
E A TROMBETA SOA, E DIVIDAMOS O MUNDO ENTRE
CEM ANOS DE SOLIDÃO - NOBEL LITERÁRIO
OU RAYUELA - MAGNÍFICO, ESPLÊNDIDO, ENCANTÁVEL, ATERRORIZANTE,
SENSUAL, DIVINO FANTÁSTICO, BÍBLICO, OSSO NA PEDRA.
e UM breve sentimento de ádeus, adeus. Por que tudo nesse mundo
Foi um imenso e imerso e reverso, Lírico lirismo de sabotagem nuclear.
Ou: a calcinha de uma travesti é uma calcinha de mulher.
Ou: os homo ssexuais tem todos os direitos de se separarem.
Ou: que ressuscitem  John Lenno (IMAGINE).
Palavra por palavra, resta a desesperança da esperança degenera lizada
Ou como dizia Elis: estou feliz.
E que se foda seu pai, sua mãe, e seus irmãos,
E que se foda você mesmo que ler essas linhas.
Por que o mundo é o mundo
E eu sou um breve e pequeno e um nada
Poeta Y vAGABUNDO.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Um suspiro cala o amor


Os olhos de uma puta
Negros feito a noite
Brilhando na chama do
Cafetão solitário.
Divino luar.
Uma briga na rua
Um abraço de saudade.
Um roubo de vocabulários.
E nos olhos de uma puta
Esses olhos são negros
Feito a noite
Um suspiro cala o amor.

Atenção filhos da pátria

Atenção filhos da pátria
Para o chamado certificado da nação
Escutem e peguem seus machados
Vamos caçar rins e corações.
Vamos lutar contra a tirania
Contra o poder...
Com armas - vê-los sangrar
Com armas - vê-los sangrar.
Até o fim dos seus antepassados
Decolados por misericórdia...
Com armas - vê-los sangrar
Com armas - vê-los sangrar.
Deixar que o berço esplêndido
Seja o lugar dos zumbis apedrejados...
Com armas - e vê-los sangrar
Com armas - e vê-los sangrar.
O mugido das vacas no campo
Serão o suor dos guerreiros
Para uma liberdade intensa
De quem morreu em silêncio.
Em frente filhos da pátria,
Irmãos de soldados da corrupção
Vamos vê-los mortos e derrotados...
É uma pena tudo isso ser um mero...
Etc... etc... etc...

Uma inscrição

Você é uma boa pessoa
Um lindo feio que nunca
Se olhou no espelho.
Você precisa chorar escondido
É tão amargo sofrer
Por ninguém...
Tudo é filosofia
Nessa imensa putaria.
Não sou o melhor
Nem o pior: Por favor
Ecce Homo.
Quando Gabo se encolhe
É um cigarro a menos...
Um rim novo pra um coitado...
Por favor, seja minha lady
Que serei seu leito...
Aqui jazz uma inscrição:
Morre um coração.

O senhor Nazi-Alemão (MÚSICA)

O senhor Nazi-Alemão
No Brasil
SS em sua inscrição
Os judeus são a razão.
E nada... nada... nada...
Está tudo bem: aqui é um
belo goodbye e nos roube bien mais.

pero no.
O senhor Nazi-Alemão
No Brasil
SS em sua inscrição
ele degolou uma canção
Ele fugiu de sua nação
Pra ñão morrer americanizado.
Que coisa: ele quis vir pra cá.
SS no Brasil
Um país sem fronteiras
Que coisa linda
Abrigar assassinos até hoje
Eu fico ruborizado
Quando te vejo de quatro
Mais SS é uma coisa que não tem mais
GOODBYE E NOS ROUBE BIEN MAIS.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

No céu...


É o seu rosto
Tão alto no céu.
É sua boca
Tão triste, sem mel.
Sua voz sangra
sozinha no ar.
Seus cabelos balançam
Imensos
Ondas d' i mar.
Você, seu corpo,
Sua mão parada:
A palavra amor
Triste, vazia
Imensa: intocada.
Lá você, distinta
Distante: foi melhor amante
Outrora.
Hoje é apenas
Redondilha falsa,
Soneto vago. Um
Poema triste, inapto.
Tão alto no céu
Seu sorriso e seu olhar:
É triste...E imenso...

Isso é amor, amor, amor...


Pode tentar se afastar
Isso se chama amor
Isso vai nos amarrar...
Não adianta tentar se afastar...
Isso é um sonho sem fim
Isso é destino pra mim
Isso é o que digo... é amor
Você vê a lua e sente-se contente
Você vê a estrada e está nela novamente...
Pequena menina linda, você não
Percebe que o meu coração é seu?
Quantas vezes vai ser preciso
Te chamar gritando?
Isso é amor profundo...
É muito agudo o som...
Por isso preste atenção
Na batida do coração...
Isso é amor, amor, amor....

domingo, 7 de outubro de 2012

A frente


Mesmo estando á frente
Entre as alturas breves
E infinitos de (leituras) bravuras
O pensamento que me leva para
O beco, pertence a outros
Que me punem por minha existência.
Essa palavra errante, errante
Como um bêbado amante
Ou um precioso diamante.
Não me console com palavras
Por que essas me consolaram sempre
Na calada da noite, no barulho da manhã,
No calor da tarde...
Mais nem queira me cobrir com coisas...
Esses seres não me entendem, não me entendo
E eu queria ser um golfinho livre sobre o mar...
Resta o sofrimento (?) e a lamentação(?)
(poupe-me, por que de idiotices estou farto).

Noite escura


É noite escura
No momento
Acende-se as estrelas
No firmamento
E a pátria amada
É um sonho de esquecimento...
Cada verso feito para ti
Ele ela
É um sonho de esquecimento
No firmamento.

sábado, 6 de outubro de 2012

Poesia de um homem


Poesia de um homem

Quero seu sorriso
doce
em voz digo
que o universo atravessa-me como uma lança
eterna.
Me perfura
e eu sorrio
sem nenhum rancor.
Sou aquele homem de pele clara e escura.
Sou o homem que segura a
adaga
e não fere a ninguém. Eu sou o que fui e o que serei... asseguro essas palavras.

Direi isso de novo!


Sobre o céu
(direi de novo
Isso
Até quando?)
Um anjo se esconde
Mais deve ser cruel
A vida de um poeta márginal.
Sobre os escombros
Do céu?
O lado leste do mar
O oceano inteiro carrega ondas
Que me levarão...
O sol se enterra para o oeste
E o meu hai-kay cai a leste.
É a vida... de sul até sudoeste.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Fragmentos. conto


Agosto, documento sem data (intencional).
De repente me faltou ar. Minha respiração começou a falhar, Arfei, arfei muito. E decidi sair pelas ruas escuras dessa cidade, para aproveitar os segundos de noite que me restava. Levei comigo um maço de cigarro, nunca fui acostumado a andar na rua sem um maço de cigarro em minha boca. Não é preferível dizer essas coisas assim logo de cara... de que sou um voluntário fumante, e por isso minha respiração falha de vez em quando, e me falta ar nos pulmões. Meu nome é Diogo Loriel, e durante todo dia fiquei preocupado com um assassinato que ocorreu, após três semanas da minha mudança para cá.
 É estranho... você anda nas ruas noturnas como se fosse um perigoso assassino, e no entanto, os verdadeiros assassinos estão aconchegados em suas casas e mansões, nas mais belas cidades do mundo, e são considerados heróis do povo. Sempre gostei muito da solidão, da escuridão e da penumbra da noite. Poderia até dizer que isso é algo que me deixa neurótico: eu odeio sair a luz do dia! Afinal, sou um morcego latino-americano. E faz uns dias que me enturmei com uns três poetas que conheci por aqui. Uns poetas estranhos, inteligentes, e acho... posso achar é claro, que até cultos.  Ficaram conversando comigo o dia inteiro... Primeiro conheci Liandro. Achei um nome horrível, mais depois me acostumei a chama-lo por ele. Acho até fantástico. Eu estava escrevendo minhas prosas horríveis de contista miserável, quando ele se aproximou e me cumprimentou: "Sou o poeta Liandro. Gostaria de ler o que você está escrevendo ai... aposto que é um conto..." e ele me deixou vermelhíssimo por dentro, porque tinha acertado.
 Tinha uma aparência horrível: uma jaqueta negra, esburacada, e fazia muito calor e ele estava com ela, como um roqueiro ou um playboy. Mais de playboy esse Zé Ninguém Não tinha nada. Tinha uns cabelos compridos, que o fazia parecer ou lembrar Mick Jagger, só que um Mick Jagger mais selvagem... então ele estava mais parecendo um mendigo do que Mick Jagger (talvez seja só impressão, é lógico).
  Me impressionou bastante com seus temas, suas teorias malucas sobre Elizabeth Bishop e seu racismo e amor sobre o Brasil; Nicanor Parra, que para ele era o bul-dog da poesia chilena; e Bolaño, que ele lera desde os doze anos, e era cultuado tanto por ele e Z.
 Descobri que Z, não era e nunca foi o "cabeça" do grupo. Havia outros poetas que se reuniam com eles, e discutiam poesia. Conheci Z nesse dia, e vi em um papel que ele deixará cair no chão, que seu nome simplesmente era, Zover.
 Nada latino, e nada bonito. E talvez só eu soubesse disso. Nunca disse nada para ninguém. Z me foi simpático, e me elogiou meus contos... Dizia que eu escrevia como um Faulkner tolo, imitando um Córtazar, mais que meus contos se limitavam a estorinhas da carochinha. Fiquei amiguíssimo de Z, embora ele e Liandro fossem sem dúvidas, os mais chegados. Ou amigos em si.
  Guiago era o menos chegado a mim. Se mostrava sempre estranho, mudando de humor constantemente. Ás vezes riamos e discutíamos calorosamente sobre a prosa lixo de Isabel Allendre, ou sobre as idiotices de uma Piñon. E nas outras ele virava um argunto defensor desses medíocres, e se mostrava seriamente alterado. Suava ou então deixava os olhos vermelhíssimos. E como se guardasse uma arma, ficava procurando algo no bolso, enquanto nos olhava. Depois olhava para a rua e relaxava. E então começava a rir: "Perdoem, eu preciso soltar os cachorros dos meus neurônios de vez em quando". Riamos todos. Eu forçava a risada. Não saberia lhe dizer o que havia acontecido com a pobre moça assassinada... Não estamparam o nome dela no jornal, pois o caso estava sigiloso. Depois de andar, fui comprar uma revista na banca, e fiquei sabendo do desaparecimento de uma amiga, Samantha. Bela poetisa. E escrevo essas linhas num momento duro de minha vida: Estou prestes a apagar a luz para ir sonhar.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Por quem amei

Mais uma manhã-noite qualquer...
A música dos beatles e suspira
O peito... Mais é uma pena
Não te ter aqui minha lady.
Eu vou ouvir sua voz no peito,
Na noite escura...
Ei, irmãos
ei irmãos tristes...
A vida é longa, longa, longa travessia
É uma longa travessia
Longa, longa, longa
E tem estada no meio
E fim...
É hoje que eu notei
Se eu amasse quem me amou
Não sofria por quem amei...
Isso é uma longa, longa travessia...