domingo, 29 de março de 2015

A ÚLTIMA MUSA




Ela foi a última musa que vi
percorrendo o céu e os infer'nos.
O rosto simbolizava a metáfora do
da vida, sem enigmas e sem mistérios.
Nos cabelos escuros havia uma lua
dourada e prateada, embelezando
suas melenas melancólicas...
Ela foi a última musa que vi.
Os pés na areia da praia
pareciam um sonho duradouro
e infinito, um sonho de amor profundo...
Ela foi a última musa que vi,
percorrendo o céu e os infer'nos.
Seu nome, se não me engano, era Beatriz. 


quarta-feira, 25 de março de 2015

Ode ao banco

Atravessador de 
pessoas,
engolidor
de depósito,
carrasco do
dinheiro ou
escondedouro de césar.

Quem és? Sou o banco!

Espere, o dinheiro
quando não cai do céu,
cai do bolso.

Não é assim que
vê os bancários.
Não despreze o dinheiro,
diz os salafrários. 

Por favor, espere
 sentado
o número do seu 
chamado.
Não está escrito 
na tua testa
"besta oficial"?

Prometo um dia
te abraçar

quando eu 
aprender
nas portas giratórias
o significado de
 'depositar'...

PARTE (A) - sobre a criação do poema

A REVELAÇÃO DO POEMA

O poema se revela
                     em silêncio.

Quase tímido, se abre,
                            mostrando-se em partes.

Revela o que quer revelar:
a coisa exposta no quadro do museu.

O poeta é simples cirurgião
que contempla a obra feita.

A obra está exposta no museu-palavra, no museu-livro,

...e se veste a roupa que faltava
o poema se movimenta como peixe...



O NASCIMENTO DO POEMA

Quase um poema
me nasce; ai, se o coração falasse.
Se nascesse de parto natural
o poema riria.

O coração ri, na sua pergunta dúbia:
como seria a risada da poesia?

Não há risada 
no nascimento de nada.
Como planta o poema cresce.
Tinta, quase semente no papel.




O ENGENDRAR DO POEMA

o poema não quer nascer;
ele está dentro do ser, engasgado.
ele precisa nascer, tomando forma
para crescer aos lados.

o poema não quer nascer;
ele quer se criar, se conhecer.
a cada golpe suave do martelo/tinta
sobre o papel branco, suas cicatrizes

gritam: estou aqui, vindo, diz sem engasgo.

o poema não quer nascer;
ele se faz como que forçado.
não sabe se sente ou não-sente.

e vai o poema se engendrando, como árvore crescendo.... 

domingo, 22 de março de 2015

Não será outro sonho quando acordares...

Não será outro sonho quando acordares... 
***
Por que dormes? 
Dormes o sono que não sabes...
*** 
A vida não é definitiva como a mudança. 
***
Mudaste, como o vento, de direção. 
***
Por que dormes? 
Dormes o sono que não sabes...
*** 
E amas tudo que te enganas... Por isso cantas.
*** 
Não, não será outro sonho quando acordares...

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(photo: ILUSTRATIVA )

terça-feira, 17 de março de 2015

O capitão apaixonado


Das profundezas físicas dos seus olhos azuis-castanhos
Uma amora e uma estrela dançam na escuridão d' um estanho.
Não és a última nem és a primeira: tu apenas dança suavemente,
Como se a brisa do vento impulsionasse os teus beijos.

Todas as palavras mágicas do dicionário não traduzem essa chama:
Tu és aquela que ama as nuvens da tempestade que se aproxima de dia.
Ouço sua voz suavemente percorrendo meus sonhos: 
Duas alianças pratas na porta simbolizam o que não sabemos.
Os teus olhos profundos são a riqueza que o oriente me trouxe.
Apenas tu e não outra, trouxe-me um continente inteiro.
E nos teus lábios cheios de amores, encontro o idioma misterioso
Que um dia uniu o Ocidente até ao Oriente, d' um navio
Percorrendo ondas e oceanos tenebrosos, levando
O capitão apaixonado para descansar nos braços tão amados!

outro por


sábado, 7 de março de 2015

BONITO COMO O SOL

não; eu não vi o seu rosto; 
ele era belo; bonito como o sol; 
mais espere: será que quando 
eu mirava a lua; sim; alguns pássaros cantavam;
espere; não era o seu rosto;
não; era o rosto do amor;
um rosto dourado e misterioso;
não; eu não vi o seu rosto; e ele
era belo; bonito como o sol;

era apenas


*
eu jamais
saberei o
que era
*
mais aquilo
escondido 
em nós
*
não era teu
nem era meu
*
era apenas
tu e eu 
amor meu

quarta-feira, 4 de março de 2015

sorriso de borboleta

Eu amo
o seu sorriso de borboleta
voando
até meus olhos
para me
encantar

Agora desta vez

Agora desta vez, 
deixa-me feliz. 
Não tenho passado por lugar algum. 
Estou em todas as partes.  
Dessa vez sou feliz. 
Pelos cinco continentes sigo como um pássaro, 
andando com o coração em chamas. 
Ando, sonho e escrevo versos. O que posso mais fazer? Sou feliz e sigo!

terça-feira, 3 de março de 2015

Aonde nos leva o caminho?

Aonde nos leva o caminho?
Se é que há algum caminho....

Caminhante, não há caminho se não fizeres o caminho.

E qual é o caminho?

O caminh'o é simples: olhe, depois de um lanche
em um bar, um papo n'uma biblioteca, um sorvete degustado
Vemos o caminho.

O caminho é aque'le mesmo. 

Nós negamos o caminho. Quem é o caminho? 

O caminho é a verdade e a vida. Mais a vida e a verdade
só podem ser o caminho quando a vida se acaba, e a verdade se esvai.

E continuamos de novo: Aonde nos leva o caminho? Se é que há caminho...
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(foto: ILUSTRATIVA)

Aos olhos de Deus - LETRA

Aos olhos de Deus nós
Aos olhos de Deus nós somos
Aos olhos de Deus

Querida nós
Aos olhos de Deus nós
Aos olhos de Deus nós somos
Aos olhos de Deus

Amigo
Aos olhos de Deus nós
Aos olhos de Deus nós somos
Aos olhos de Deus

Como grãos de areia a caminhar!

Uma canção para a natureza


A natureza
me rodeia.
Silêncio: can-
tarei o verde
junto com as
cigarras cinzentas.

As cigarras, junta-
mente com os
pássaros,
cantam.

Cantarei
   junto
    deles.
        Psiu: vem
             cantar
             comigo
             vem
        amar

                comigo.

A natureza
me rodeia.
Silêncio: can-
tarei o verde
junto com as

cigarras cinzentas.

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