Corpos finos, fios de vento
peles feitas de cimento
sombras altas, pés no chão
mãos tocando a solidão.
Giacometti, teu olhar
faz a forma caminhar
homens magros, quase nada
mas no nada — tudo está.
São varas de fogo,
são rios de ar,
esculturas que andam
no espaço do olhar.
Homens de luz,
mulheres também,
alongam o tempo,
não pesam ninguém.
Na rua do mundo
o bronze é canção,
Giacometti soprou
poesia ao chão.
E eu canto esse canto
que o vento traduz,
homens de sombra,
homens de luz.
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