sábado, 30 de agosto de 2014

sem título

quem está Comigo
e quem Não está
o Mundo é isso
E quem Fica sabe
Quem não Sabe finge
por enquanto é rima
é poço de versos em
forma de águia e argila
imaginação a mil
feito fumaça ou 
raio que cai no chão
cabrum, faz barulhão barulho
algum dia vou explicar
um dia quem comigoestánãoficaestando
esse instante passa feitobatucada de macumba
mais o meu poema é todo o meu ser que se esvai
feito sombra 影 (Kage)
ou desejo 欲望 (Yokubō)
ou pássaro 鸟 (Niǎo)
ou sol 太阳 (Tàiyáng)

juro que explico tudo
assim que se acabar
assim que se não existir
assim que se não haver
como uma criança chorando
um um velho saudoso da juventude
quando eu não existir mais
eu juro que eu serei 



Fěn
em
fim
tumba

porenquanto

Com a cabeça a mil
explodindo versos
em forma de mariposas
descanso no olhar de
uma donzela de um sol
um sol triste e amargo e
firme de tijolos como
uma casa sobrenatural
com barulhos telefone apito

vou abrindo esse ser
abrindo osso com osso
abrindo com faca faca com faca
abrindo com dente dente por dente
abrindo com fechadura
chave alicate
abrindo com
compassos de pressa
como um quero-quero
protegendo seu filho no
campo verde de futebol
onde só o sol pode brilhar
para as formigas vermelhas
e negras
dos olhares humanos

isso é um trem
e vai indo como uma bomba
para o fim do começo
e para o começo do fim
com pressa
essa essa essa essa
pressa pressa pressa pressa
chegando a beira da imaginação
e da loucura verdadeira e da
realidade inalcançável de se
matar pulando da lua para flutuar
no ar feito uma pluma de pomba cigana
ai, quem me dera, explodir em mil versos
para ser apenas tinta no papel
e desistir de querer tudo que o mundo oferece:
amor, um dia seu significado será explicado

porenquanto
és só um anjo
dançando

- sem título -

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Antes

o último

verso


mundo



sol


é um pássaro

voando

太陽

prenúncio

prenúncio 
meu provérbio 
meu prévio inverso 
meu verso certo que é 
incerto meu decerto inverso 
verso prenúncio meu verso verbo imperfeito

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

gosto de você

gosto de você
como um corvo
ou talvez um rio
passando pelo 
indo rumo
a bandeira
da cidade é
quadrado cubo
mar vai indo
a bailarina nua
tem cheiro de
banana república
centrolatinamericana
quem diria que paz no
mundo seria guerra
entenda quem lê
antes que o profeta daniel
nos condene por blasfêmias
e capitalistas saibam que eu amo you.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Balada antissonante



Se o vento viesse frio
talvez ela disse-se
a ele: volte para o
inferno.

Só o luar é que pode
sentir tristeza,
mesmo com
luz.

E diante da lua,
poderíamos cantar versos,
antes de mandarmos uns
aos outros para o inferno:
é que tu me amas...

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Seria um sonho

para Joaquim Ataide

Seria um sonho.
Seria um sonho a dança.
Seria um sonho a dança do sofrimento.
Seria um sonho a dança do sofrimento do maluco.
Seria um sonho a dança do sofrimento do maluco enfermo.
Seria um sonho a dança do sofrimento do maluco enfermo de dentro.

Seria um riso.
Seria um riso de absinto.
Seria um riso de absinto do menino.
Seria um riso de absinto do menino esquecido.
Seria um riso de absinto do menino esquecido dentro.
Seria um riso de absinto do menino esquecido dentro do abrigo.
Seria um riso de absinto do menino esquecido dentro do abrigo como feto.

Seria uma lágrima.
Seria uma lágrima escorrendo.
Seria uma lágrima escorrendo por dentro.
Seria uma lágrima escorrendo por dentro do seio.
Seria uma lágrima escorrendo por dentro do seio por fora.
Seria uma lágrima escorrendo por dentro do seio por fora e por dentro.
Seria
Quem 
Sabe
Apenas
Mais 
Um 
Sonho
!

Não espere por mim (música)

Não espere por mim
Eu volto quando a chuva descer
Não espere por mim
Eu volto quando a chuva descer
Eu quero ir pelo céu
Como uma mosca perdida
Eu quero ir pelo mar
Como um dia findando
Eu quero ir pelo espaço
Até o fim da vida eu espero
Que você não queira mais nada
Não espere por mim
Eu volto quando a chuva descer
Não espere por mim
Eu volto quando a chuva descer
Na melodia do meu coração
Bate uma música apenas
Uma melodia só uma estrela
Bate o espaço inteiro o universo
Bate o meu ser Bate o meu inverso
Eu volto quando a chuva descer
Escrevo uma carta com amor e frescura
Eu volto quando a chuva descer
Quem vai salvar o mundo inteiro da loucura?
Agora que eu sou o que eu não esperava
Já não encontro belas palavras
Escrevo no quarto triste sem ninguém
Espero que um dia eu conheça outro alguém que...
Espere eu voltar...
Apenas...
Quando a chuva...
Descer....

domingo, 10 de agosto de 2014

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

morte do poema

o poema / quando se faz / faz / nasce / nascente / nascedouro /
 matadouro / o ponto do / final / o fim / do poema

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Se busquei ao seu rosto de vidro

Se busquei ao seu rosto de vidro
no reflexo apagado da lua,
que estava nas fontes imaginárias
do meu pensamento vagabundo, então

me resigno com carinho na tua lembrança.

de repente

de repente me lembro de você
negra como a sombra
branca como a neve
viva como tudo
morta como nada

vou dizer para você...

vou dizer para você


belas palavras suaves


de



suspiros de amor




depois vou saltar




em teus lábios de vinho


e me embriagarei todo na sua


boquinha vermelha !