segunda-feira, 27 de maio de 2019
O moço fuma? / crônica
Ela pede pra ele pedir um cigarro.
Ele vai.
-Ela pediu um cigarro.
-Você fuma?
- Eu não fumo.
-Nem um traguinho?
Volta, se sentindo uma chaminé.
Deita, medita. A esposa percebe sua cara de chaminé.
-Perguntaram se eu fumo.
-E por que você não respondeu que fuma, só pra não ter que dar explicação?
-Eu não fumo.
-Então começa !
Fim
domingo, 26 de maio de 2019
Escolhas
Na verdade a forma da folha
Surpreende a noite com estrelas.
Por isso o vento passa com
Ou sem fumaça o caminho.
Levamos nos nossos sonhos
O som do galo solitário com
Arcanjos e nuvens. Monstros
Nos assolam apenas no escuro.
Pode ser que essa seja a lembrança
De ser árvore, com formosas folhas
Verdes ou amarelas, vermelhas,
Cores que o arco iris guarda na alma.
Nós mesmos vemos o frio como
Um amigo que faz questão de não
Bater na porta, nem se pronunciar.
E escolhemos que assim fique sua entrada.
sábado, 25 de maio de 2019
Terry e o Fauno
Terry abre a porta e encontra um mundo mágico. Ele conhece um fauno.
Terry: que mundo estranho esse.
Fauno: por que achas isso?
Terry: faz muito frio, e o vento parece falar comigo.
Fauno: é porque ele é um ser vivo.
O Fauno e Terry estão tomando chá.
Terry: gostei da sua casa.
Fauno: foi de meu pai. Eu herdei. Agora é minha.
Terry: posso tomar mais chá?
Fauno: vou ver se tem mais biscoitos.
Terry de volta ao nosso mundo.
Terry: aquele fauno foi simpático. Que mundo estranho.
A topeira Topeira
Era uma vez uma topeira chamada Topeira.
Ela além de ser muito engraçada, era muito inteligente. Sempre que podia ela estava fazendo uma toca nova. Topeira era um tropeira muito trabalhadora. No sábado ela descansava, porque ela sabia que não fazia bem trabalhar nesse dia.
Topeira gostava muito de passear pela floresta e conversar com os outros animais. Ela soube pelo Sr. Coruja, que o prefeito Leão havia sido preso por corrupção. Ela ficou muito espantada com a notícia.
Topeira tinha um amigo fauno chamado Leopoldo. Ela gostava de ir tomar chá na casa de Leopoldo, e os dois viviam lendo a poesia que cada um escrevia.
Sempre que sentia fome, Topeira ia para o mercado dos elfos, e ali comprava salsicha, batata frita, pão doce, leite e café.
Ela gostava de comprar café porque quando recebia visitas, ela acendia seu cachimbo e ficava fumando enquanto a visita podia tomar uma ou duas xícaras de café ao seu lado.
A toca de Topeira era muito bonita. Tinha uma bela lareira, que sempre no inverno, deixava ela quentinha. Muitos quadros, porque Topeira gostava de pintar. E móveis bonitos.
Topeira vivia assim sua vida. Ela gostava de sossego e também de escrever.
Fim
O Caminho
O Caminho
Para onde vai esse caminho
Doce, verde, puro, estranho;
Em que céus estarão me levando
Nessas tochas de verdes ventos?
São olhos castanhos de ciclopes
Que estão me ferindo com flechas.
Ou são os braços do vento apenas
Abraçando o navio Luminoso com
Longas estrelas parecidas com
Caudas de dragões, dragões de fogo.
Para onde esses caminhos estão
Me levando se norte, ou sul, ou
Para o Reino das Fadas, para
Os bosques dos Centauros onde
Poderei tomar chá com Faunos
E lindas Ninfas de cabelos negros.
É preciso ir sem saber para onde,
Caminhando com o cajado das estrelas,
Olhando em silêncio as belas fontes
E recitando de cor os mais antigos poemas.
Para onde vai esse caminho
Doce, verde, puro, estranho;
Em que céus estarão me levando
Nessas tochas de verdes ventos?
São olhos castanhos de ciclopes
Que estão me ferindo com flechas.
Ou são os braços do vento apenas
Abraçando o navio Luminoso com
Longas estrelas parecidas com
Caudas de dragões, dragões de fogo.
Para onde esses caminhos estão
Me levando se norte, ou sul, ou
Para o Reino das Fadas, para
Os bosques dos Centauros onde
Poderei tomar chá com Faunos
E lindas Ninfas de cabelos negros.
É preciso ir sem saber para onde,
Caminhando com o cajado das estrelas,
Olhando em silêncio as belas fontes
E recitando de cor os mais antigos poemas.
Surdo / crônica
- Tá vendo aquela gostosa?
- Que árvore frondosa? Não to vendo nenhuma árvore frondosa.
- Caramba, olha lá, que carrão!
- Quem tá dirigindo o fuscão? Sei lá. Não vi Fusca nenhum passando por aqui.
- Que horas são?
- Não, não tenho nenhum irmão. Sou filho único.
- É verdade que você nasceu em Copacabana?
- Sim. Tive duas crianças. Minha esposa já faleceu.
- E quem cuida de você?
- Olheira?
- Chega de me responder baboseiras, surdo.
- Não, menino. Não me chamo Edmundo.
A arte de se afastar um pouco / crônica
As vezes temos que nos afastar para vermos melhor. Praticar a arte de se afastar é um dom. Se afastar não quer dizer se ausentar. Se ausentar pode ser uma eternidade. Se afastar para ver é um outro tipo de coisa.
É preciso se afastar para ver um problema, uma pessoa, um relacionamento. Para descobrir que papai Noel existia, eu tive que me afastar de presentes e todas baboseiras, só para descobrir que ele é real sim, no coração da pureza. Na imaginação.
As vezes se afastar para ver nos torna mais íntegros. Muito mais verdadeiros. Para ver a ilha, é preciso sair da ilha. Para ver a casa, é preciso sair da casa. Para ver o planeta foi preciso pousar na lua.
Mar / crônica
Olhava o mar pensando em alguma coisa. Na vida, no amor, na saudade. O mar estava ali, com suas ondas em ritmo de samba, tango, rock. O mar, pode sempre dançar alguma coisa.
Olhando o mar mil lembranças percorriam seus pensamentos. A saudade de casa, o poste de luz apagando no meio da noite, as estrelas.
O mar e o céu pareciam se cruzar. Pareciam uma coisa só. A areia, as pessoas, o vendedor de guloseimas, o vendedor de bolas de praia. E também as lindas gaivotas indo de um lado para o outro, como pipas. E também os pescadores, talvez profissionais, não tem como saber.
Parecia querer compreender Deus naquele ritmo. Olhou o céu, olhou o mar, as pessoas de um lado para o outro, e pela primeira vez notou Deus em silêncio. Sinceramente teve medo. Quem sabe no espaço Sideral os astronautas sentiram a mesma coisa que estava sentindo: ausência.
Mas era uma ausência de que? De Deus, do amor, das pessoas? Não, estava cercado de tudo. Por isso também sentia no peito o nada?
Olhava o mar com calma, olhava o mar como se fosse um peixe que acaba de sair das águas só para olhar seu lar. Olhava o mar pensando em alguma coisa. Por isso estava triste. Por isso estava feliz.
O silêncio / crônica
O silêncio
Sentar em silêncio é meditar. Algumas pessoas não gostam do silêncio. Preferem o barulho. O barulho absurdo que parece reconfortar suas almas atormentadas.
Imaginei certa vez se todos os seres humanos um dia ficassem em silêncio. Já imaginaram. Talvez assim Deus falaria. Talvez assim Deus se manifestaria a todos.
As pessoas temem o silêncio. Silêncio não significa ausência de som. Silêncio é música. É preciso escutar a musica do silêncio para se entender, se descobrir.
Como se faz isso? Sinceramente, não sei. Por isso estou sentado em silêncio. Silêncio. Esse som que atormenta uns, e conforta outros.
Sentar em silêncio é meditar. Algumas pessoas não gostam do silêncio. Preferem o barulho. O barulho absurdo que parece reconfortar suas almas atormentadas.
Imaginei certa vez se todos os seres humanos um dia ficassem em silêncio. Já imaginaram. Talvez assim Deus falaria. Talvez assim Deus se manifestaria a todos.
As pessoas temem o silêncio. Silêncio não significa ausência de som. Silêncio é música. É preciso escutar a musica do silêncio para se entender, se descobrir.
Como se faz isso? Sinceramente, não sei. Por isso estou sentado em silêncio. Silêncio. Esse som que atormenta uns, e conforta outros.
sexta-feira, 24 de maio de 2019
Cidade
Oh cidade arruinada,
Ruínas imensas de ti
Se exala como a
Lembrança esquecida
De uma miragem qualquer.
Oh cidade arruinada,
Em ti vejo as almas aflitas,
Os sonhos esquecidos
E os peregrinos sem malas.
Sem rumo vejo as colinas,
O céu pintado de azul
E a grama verde orvalhada.
Oh cidade arruinada,
Não existe nada perplexo
Nesse teu vazio de latas.
Reajuste do Destino
Volte a mim destino
Onde te perdi para aquele
Que fui um dia e já não sou,
E mesmo assim é frio o vento.
Passos distantes carregam
As estrelas que nos fere a
Imaginação com sonhos.
A casa tomba e a chuva dança.
Pelas Colinas elfos errantes
Cantam suas canções de noite.
A distante lua é fria, como o rabo
De um dragão cheio de ferrugem.
Nascemos com os pensamentos
Aflitos e com as canções asseguradas.
Eu te asseguro irmão, alcançaremos
O céu, e de lá veremos o infinito.
Que belo será cantar sem voz,
Escrever nas águas com lágrimas.
Descansar no chão sem terra,
No chão vazio, na imensidão.
Despertaremos como Adão e Eva,
Reclinados em uma árvore e a Luz
Sagrada irradiante em nossos olhos.
Descansa filho, esse foi o teu destino.
Sentimento
Senta e chora lágrimas de unicórnios
Nesse vento sinistro que vai
Em navios e nas mãos de belos
Sonetos que se perdem nas estradas.
A noite é uma voz sinistra,
Uma harpa que se encerra.
Com melancolia, a montanha se
Ergue pequena, mas bela.
As asas do cavalo voador,
Os sonhos das quimeras.
Nada que a moeda não tenha
Entalhado antes no mapa
Da imaginação das flores.
Senta e chora lágrimas de unicórnios.
Ao lado do meu quarto está a vida
Não estranho esses silêncios
-Neles residem em luz
A mais forte vibração do amor.
O filósofo / crônica
Pensava em querer ser filósofo. Era esse o intento de sua vida, e para isso se consagrou. Não irá ler nenhum, porque para ser filósofo, é preciso antes de mais nada, originalidade total.
Sentava de frente ao jardim público, onde inúmeras pessoas passavam. Sentava, fazia atuação de pensador.
- O que ele faz ali -uns perguntavam curiosos.
- É filósofo. -respondia outros. - Está pensando.
- Pensando em que? - queria saber o leiteiro curioso.
- Em tudo, em nada. - respondia o bibliotecário.
Depois fazia sua caminhada matinal. Lá vinha as perguntas. Tinha na ponta da lingua a resposta: "Só sei que nada sei". Pensava depois se isso seria um plágio da fraseologia mundial grega. Se estava pensando, estava funcionando. Afinal, era esse o sonho de sua vida.
Até que viu uma linda loira perto do banco onde sempre ia pensar. Não teve jeito. Se casaram e tiveram dois filhos.
De filósofo passou a ser funcionário público. Em cima da sua mesa dois livros abertos. Um era o Dicionário de Termos Complexos da Filosofia Moderno. O outro, já esqueci da memória.
A lua passa
Quando morrerem
Os meus olhos de pedra
No frio imenso da
Luz e da febre
Que meu nome
Possa fender o mar.
Não que isso seja
A ressurreição da
Minha inútil dor,
Embora alguém grite
Meu nome eu já não
Poderei escutar.
Quando eu me for
Não de amores
Que não derramem flores
No meu túmulo sem ar.
A vida regressa
Como sempre.
O relógio gira
E o vento passa.
E tudo canta
E tudo geme
E o vidro embaça
E a lua passa.
Uma canção
Quando o dia partir
Irei com o vento pelas léguas frias.
Em outros lugares o frio
Vai entrar como um sol de gelo.
Não será o fim
Quando o dia partir
Sem mim
Balada do dia que nasce
Esse é o dia que nasce,
esse mesmo, é o dia, My God, O God, and what a bright day, dia onde meus olhos perdidos
caminham por telhados e por nuvens frias.
Minhas casas cheias de luminosas aranhas,
small spiders,
vases and a light,
Far west
the cloud, the sun, the people
I do not want to hate, I do not want.
Os sinos estão voltando
para me buscar nessa névoa
e uma sestina canta com os rouxinóis
as baladas que o mar quer esquecer.
oh Oxford bells
do not sing for me
They do not exist for me.
I'm just a shadow.
E eu vou levando o dia anexado
no papel esse dia onde tenho que ser
escravizado por tolos pessoas Cinzentas
aí de mim, esse é o dia, e essa é a sua balada
porque ele nasce ele nasce vivo
dreams city dark haven wars
quinta-feira, 23 de maio de 2019
A Melhor Crônica
Tinha conseguido. Havia escrito a melhor Crônica da lingua portuguesa. Sentia algo por dentro do peito, uma espécie de sentimento de vencedor. Como tinha escrito à lápis, passou tudo a caneta. Depois, passou tudo para a máquina de escrever. E depois disso, passou tudo para o computador pessoal.
Finalmente conseguiu. Ele, que a tanto tempo tentava compor uma croniquinha. Nunca conseguia. Sempre saia um poema. A primeira vez que tentou, o cachorro comeu o papel. Não o papel puro. Juquinha, seu primo levado, tinha colocado no papel mel com café. Como Juquinha tinha apenas cinco anos, foi perdoado.
Agora ele estava contemplando sua crônica no seu caderno escolar. Ele seria o novo Fernando Veríssimo. Seria o mais novo consagrado Rubem Braga.
Foi dormir feliz da vida. Sabia que a professora iria dar dez por sua obra prima. O que ele não contou, foi com o atraso do relógio. No corre corre, esqueceu-se de por o caderno com a crônica escrita. Tomou zero.
Chegou em casa, sentou na frente do computador, leu a crônica do começo ao fim.
A mão perguntou :
- Por que estas cabisbaixo filho?
- Nada não mãe. É que a melhor Crônica a gente nunca esquece...
No avião / crônica
No avião
Sentado na poltrona com um livro na mão, as pernas tremendo. Passou a aeromoça.
- Com licença...
- Pois não, senhor?
- Vai demorar muito para o avião levantar vôo?
- Logo estaremos decolando senhor. Posso lhe oferecer algo?
Agradeceu, mais não quis nada. Olhou para o lado, viu que a poltrona estava vaga.
- Com licença, aeromoça...
- Pois não?!
- A minha poltrona continua vaga. Por acaso quem a pagou não irá vir junto? Sou superticioso, entende...
- Algumas pessoas compram a passagem e não embarcam. Existe mil motivos. Posso lhe oferecer algo?
Novamente agradeceu. Dessa vez pediu desculpas pelo incomodo. Virou a pagina do livro, para acalmar um pouco a ansiedade. Era um manual de sobrevivência. Pegou os fones de ouvido, passou a ouvir jazz. Deu o último aviso para embarcarem.
O homem levanta, pega sua mala, guarda os fones no bolso e o livro. A aeromoça vê a cena, chega perto.
- Já iremos levantar vôo. Pode apertar os cintos.
- Sinto muito, moça. Lembrei que tenho medo de voar de avião.
E desceu para fora, sem nenhuma explicação.
Sentado na poltrona com um livro na mão, as pernas tremendo. Passou a aeromoça.
- Com licença...
- Pois não, senhor?
- Vai demorar muito para o avião levantar vôo?
- Logo estaremos decolando senhor. Posso lhe oferecer algo?
Agradeceu, mais não quis nada. Olhou para o lado, viu que a poltrona estava vaga.
- Com licença, aeromoça...
- Pois não?!
- A minha poltrona continua vaga. Por acaso quem a pagou não irá vir junto? Sou superticioso, entende...
- Algumas pessoas compram a passagem e não embarcam. Existe mil motivos. Posso lhe oferecer algo?
Novamente agradeceu. Dessa vez pediu desculpas pelo incomodo. Virou a pagina do livro, para acalmar um pouco a ansiedade. Era um manual de sobrevivência. Pegou os fones de ouvido, passou a ouvir jazz. Deu o último aviso para embarcarem.
O homem levanta, pega sua mala, guarda os fones no bolso e o livro. A aeromoça vê a cena, chega perto.
- Já iremos levantar vôo. Pode apertar os cintos.
- Sinto muito, moça. Lembrei que tenho medo de voar de avião.
E desceu para fora, sem nenhuma explicação.
Canções de Nelly Sachs
Existe coisas que
Realmente não entendo
Como por exemplo
Ao mandar um manuscrito
Inúmeros fantasmas tentaram
Me impedir que isso fosse feito.
Não acredito em dádivas
Só em sofrimento.
De todas as acusações que tive
Todas foram sinistras todas foram
Humanas todas foram contra mim
Coração perdoa não perdoa perdoa
Tentaremos decifrar o que há no
Vento coração perdoa perdoa perdoa.
Nas asas das dores que senti
Me perdoa irmão meu me perdoa
Me perdoa senhores Senhor me perdoa
Sim perdão e o que é isso o que é
Meus olhos minhas mãos
Só Nelly Sachs entenderia agora
Minha voz de burro não sair com
O som do violino que me faz ser
Arcanjo querubim anjo sem asas
Anjo sem voz anjo que não perdoa.
Ditado que me deito na terra
Faço orações por gente que não presta
Merecemos tudo certo merecemos nada
Com que grito vão despertar as armas?
Acusações de roubo de fala acusações
Não perdoo não perdoo não perdoo
Nelly Sachs me entenderia mais me
Diria com as mãos em riste: perdoa.
O Coração Gelado
No meio da grama verdejante
Dos galhos e dos sonhos,
Do baú dos faunos e ninfas
Adormecido no rio o coração gelado
Embebedado de vinho algodão e trigo,
Mel do sofrimento que abre as janelas.
Entra o vento por esses becos,
Os mortos vivos galopam na linha,
As árvores sem nome entre si tagarelam,
E o Coração Gelado tudo isso conserva.
Nos sonhos adormece gnomos e fadas,
Elfos constroem imensas cidades
De fogo, lágrimas e milagres.
Dorme o Coração Gelado como
Um belo cisne construído no barco.
Nem a visão das coisas celestes
Pode destruir esse apocalipse programado
Que arde, adormece e fere
O imenso Coração Gelado.
Mendacium, puer Ego sum regina prædictas Fatales
Deita, menino
Sou a rainha das fadas.
Por entre rios e estradas
Vi seus olhos de sonhos.
Deita, menino
No meu colo de folhas,
Nos meus cabelos de brisa,
Nos meus pensamentos de vento.
Sonha e canta canções perdidas,
Chora lamentos de velhos faunos.
Sofre na floresta a chuva do vento.
Deita, menino,
Deita nos meus braços.
Sou a rainha das fadas,
Tenho nos braços rosas e cravos,
Espinhos de amores tenho no peito,
Sou como o tronco do velho Salgueiro,
Cantarei cantigas para você ninar no rio.
Dorme comigo, venha menino,
Deita nas águas perfumadas
Dos ares que são vento e mel.
Deita menino
Sou a rainha das fadas.
Espacial
Existe entre mim e você
Milhões de anos-luzes de
Vagas distâncias, onde a
Memória não é como o
Oceano líquido, balançando
Pelos corpos, esse instrumento
Divino que existe até a inexistência.
Planetas que se movem
Lentamente em rotação
Seguindo o ritmo de uma
Estrela azul, vermelha, amarela.
O vazio cósmico imenso como
A cauda de uma fênix,
Imenso, como a clava de um
Gigante feito de gelo que usa
Botas muito largas e fedidas
De tanto trabalhar no campo.
Vazio, essa palavra zen, esse
Espaço que existe entre mim
E você, onde nossos nomes
Não existem, onde os nossos
Corpos são como lendas, imagino,
E o nosso futuro não nos pertence.
Afinidade angelical
Nós que sonhamos verde,
no ritmo das coisas oceânicas,
pratarias, objetos que o mar
não consegue expor nas suas
largas costas de cetáceo.
Já há esperança dentro de
todas as esperanças de
cores que a noite não pode
resumir em músicas.
Delírio de quem um dia
tentou ser feliz entre
planetas e querubins,
árvores e rochas,
sorrisos, tinta, canções.
segunda-feira, 20 de maio de 2019
Regresso do campo
Sob o céu a lua imóvel
As estrelas a brilhar,
Ofuscantes nuvens passam
E as lágrimas a tombar.
De noite o escuro forma
Suas lanças de misterios.
As casas se acendem.
Meu cachimbo vou fumar.
Pelos campos quero ir
Quando o sol voltar.
Para casa regressar,
Ela está a me esperar.
Aqui
aqui esta meu coração
eu escuto a voz de Cristo
nele existe um Salgueiro
e a ponta da esperança
coração, furia, dor
batalha onde vejo
o leao do amor e o apocalipse
irek abrir a porta partirei
que Deus me guie pela vida
para sempre, oh Deus, Senhor
para sempre
Vocês
Para mim que olho pela janela
Onde árvores mortas descansam
Na suavidade da névoa que se
Eleva meus olhos também amam.
Para mim essas coisas fazem
Parte do Livro Misterioso do
Destino, onde tudo já está escrito.
Por mim mesmo eu também amo
Esse mistério, que não é nada
A não ser algo que a alma se
Esqueceu de desvendar e que
Simplesmente devemos recordar.
Quaresmal
terras
Olhai os sinos, esses sinos
Divinos, quase completos,
Abraçados a asas de fogo,
Abrasados por esse motivo.
Escutai os sinos, escutai
Faz tantos anos que aquela
Igreja rústica emperrada em
Nossas almas se revela.
Eu senti o Fogo, a chama
Imperecível do destino
A qual não me foi negado
Por morri, mais eis me aqui vivo.
Navegadores do planeta
Buscai nas estrelas a resposta?
Terras frias, desertos imensos,
Tudo é questão de memória.
Deixai
Oh divina tristeza das coisas,
Nesse movimentado mundo
Onde dormem olhos esquecidos
E já não existe Montanhas.
De mim não deixaram que
O porto brilhasse como estrela.
E a alma gelada escorreu
Por esse mundo de tristezas.
Plenitude há no amor sem fim
Rebanhos de canções, serenatas
Onde o amor transborda infinito
Como a luz brilhante no capim.
Descansamos por pouco tempo,
Antes que volte o vento e frio
No telhado das nossas casas:
Lembre-se, é tempo de se plantar
Lágrimas
Canção para os que não tem destino
Oh mundo sombrio dos meus olhos,
Longo mundo, onde nossos pensamentos
Já não são nada, nem sequer vento,
E nossas palavras se perderam
No ódio do fogo e no frio das mãos
Daqueles mortos que não estão mais
Na esperança.
Pode ser que a dor nos una,
E uma lança de aço nos
Separe com feridas.
Pulsando pela noite fria
Nossos corações se
Camuflam de esperança,
Quando não há mais esperança
Para nós, os faunos, centauros,
Caminhantes do Reino das Fadas,
Aquele mundo onde nossas mãos
Não se cortam, e nossos pés
Repousam humidos
Na grama cheia de minhocas.
Aí de mim, porque o mar geme
Suas ondas, e o céu é distante
E frio como uma lâmina.
Aí de nós, que somos
Companheiros desse
Destino roto e misterioso.
A Lontra Mágica
Olhai, olhai, a lontra mágica
Em cima dos muros da sua
Casinha feita de tijolo e água
Peluda e alegre, falante e cantante.
Olhai, olhai, a lontra mágica,
Que pede conselhos ao mago
Que subiu na lua para beber
Cerveja com o papai Noel.
Olhai e olhai que ela é
Brincalhona quando
Meche os bigodes
(Que lontra mandona!).
Centauro
Centauro
Centauro na colina
Subindo em lento passo.
Pelas gramas verdes
Segue seu caminho
Onde o céu azulado
Exibe formas de sinos.
Centauro na colina
Galopante vê o sol.
Corre pelo vento
Descansa no amor.
Centauro na colina
Lê as estrelas do céu.
Compõe versos na luz da lareira.
Descansa confortável, na colina serena.
Centauro na colina
Subindo em lento passo.
Pelas gramas verdes
Segue seu caminho
Onde o céu azulado
Exibe formas de sinos.
Centauro na colina
Galopante vê o sol.
Corre pelo vento
Descansa no amor.
Centauro na colina
Lê as estrelas do céu.
Compõe versos na luz da lareira.
Descansa confortável, na colina serena.
Amantarte, a criatura
Lá fora a noite brilha suave como a harpa de um estranho Amantarte, que adormecido nos cristais das colinas procura explicação para tudo o que é vida.
Bico de papagaio, olhos de gavião, lá fora a noite brilha, e o vento é um gato fujão.
Vamos, que vamos, sempre vamos,
Grita para a lua o Amantarte espertalhão.
De cristal são seus olhos, de fogo seu coração,
sua língua é um história de muitos anos, talvez mil, até mesmo uma canção.
Lá fora, sempre lá fora, nas aventuras que
não estão nos livros, e que temos que contar.
Lá fora, oh ho, oh ho, onde o mundo é triste,
e os elfos não cantam, onde os sonhos se apagam, e os anões marcham para procurar o ouro dos dragões de outrora.
Amantarte tudo sabe, tudo viu, mais agora
que a noite brilha lá fora, ele sente o vento,
ele esquenta a lareira, ele sente muito frio.
Canção
Bom dia estrelinha
A tarde já vem
A noite é fria
E a chuva também.
Bom dia estrelinha
O dia chegou
A noite se foi
O sol já raiou.
Bom dia estrelinha
Ao mar vamos, além
Que o dia não tarde
A chuva já já vem.
domingo, 19 de maio de 2019
Balada de Tom Folha--Verde
Nas flores sombrias
Onde a rama cresce
E o musgo é profundo
Lá vive Tom Folha-Verde
O amigo de todos os
Seres, pássaros e lontras
Lhe falam na sua língua
Misteriosa e mística.
Lá vem o velho
Tom Folha--Verde
Fumando seu cachimbo
Usando suas botas reluzentes.
Sua barba é branca
Outrora castanha
Brilhava como ouro
Tom Folha--Verde não é bobo.
Tom fuma um cachimbo nada fedorento
Ele é bom amigo
E toca violino no sereno.
Lá vem o velho
Tom Folha--Verde
O nosso camarada
Cruzando o rio Dormente
Com as mãos cheias de peixe.
De onde ele vem,
Ninguém nunca soube.
Pra onde ele vai,
Ninguém nunca sabe.
Tom Folha--Verde caminha
Pula, sorri, canta,
Escreve poesia
E conversa com as plantas.
Quando vai chover
Tom Folha--Verde não
Fica triste jamais.
Ele mora numa cabana
Feita no velho Salgueiro
Perto do rio Brandobrás.
Mesmo que a chuva não
Pare de cair, nem o vento de chiar,
Tom Folha--Verde desce o rio
Para com a driade Cervejinha
Conversar.
Camarada, amigo das brasas,
Esse é Tom Folha--Verde
E ninguém disso se
Engana.
Fim do mundo
Pelo fim do mundo
Foram as ilhas tão belas
Oh voz outonal das elfas
Quando o arco era profundo.
Dourado bosque rebrilhava
Com estrelas baças e pálidas
E pelas vozes do infinito estava
O vento frio das chaves altas.
Quem viu o milagre do fim do mundo,
Aquele porto eterno e profundo
Onde nenhum ser podia passar
Antes que o nosso amor
Intacto como as belas paisagens
Surgisse em duelo com a lua alva.
A Viagem de Badoo, o cachorrinho, para o céu
Na cidade tão antiga
Quando nas runas ainda se lia,
Existia um cachorrinho
Aventureiro e Guerreiro.
Seu nome era Badoo,
Ele era branco e preto.
Gostava de cantar bem alto,
E de ficar sentado em casa, escrevendo.
Badoo em um dia bem frio
Olhou para cima, mais não latiu.
Viu a lua bem brilhante e cheia,
E então ele pensou: nunca viajei
Para o céu na minha vida.
E então, vou fazer isso. Não tenho saída.
Badoo conhecia muitos
Gnominhos da cidade.
Eles emprestaram uma
Mala mágica e disseram:
- Badoo: boa-viagem!
O cachorrinho então pediu carona
Para um mago de cajado de fogo.
E lá se foi para o céu
Em cima de uma gaivota branca.
Chegando no céu, o cachorrinho Badoo
Viu muitas coisas interessantes:
Estrelas jogando xadrez umas com as outras,
O sol brilhando, arrogante,
Viu os elfos voando em
Belas libélulas amarelas,
Viu também os gigantes
Com botas imensas, bem grandes.
Quando chegou na lua
Badoo conversou com
Peregrin, um dragão de gelo.
Badoo recitou um poema de amor
Que fez Peregrin tossir.
Badoo achou isso bem deselegante,
Mas o dragão era bem grande.
E ficou isso por assim, enfim...
Quando Badoo ficou cansado
Decidiu voltar para casa.
Onde sentou olhando a lua
Compondo versos e músicas.
E quando chegou na terra,
Badoo não se fez de rogado.
Foi devolver a mala,
Depois dormiu, descansado.
quinta-feira, 16 de maio de 2019
Série
Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem
Caminho de Gólgota
Leitura da Torah Sagrada
Discussão no Sinédrio
Acredita em mim, coração!
Mirando belos montes,
Montes, montes, montes, montes,
O pequeno menino sentado
No rochedo do mar intranquilo
Olha as árvores e chora.
Lágrimas te escorrem da cara,
E já não são caracóis nem anjos.
São pimentas e canas que lhe dessem
O rosto amorenado pelo sol.
Borboletas e insetos cantam
A morte e a transparente vida.
O vento é um frio carrasco
E as sementes não são divinas.
Montes, montes, montes, montes,
Embalam a beleza da cega colina.
A cidade pequena e distante
Fervilha seus pecados de cobre.
Mulheres como folhas de fogo
E homens sem limões de bondade.
Montes, montes, montes, montes,
Pelo céu a figura rota de Walt Whitman
Escrevendo seus poemas em forma de areia,
A lua cheia como um cristal sem vida
Carrega saudades dos sábios mouros.
Pelo frio da vida vai levando
O menino em forma de anjo.
Antigamente ele foi apenas um espectro.
Hoje sua silhueta arde e esquece o destino.
O frio vem de longe como uma navalha,
E os arcanjos cantam com o menino
Pelos montes, montes, montes...
A ninfa do bosque
A ninfa do bosque
Caminha livremente
Entre as flores tão belas
E a luz iridescente.
Cabelos tão negros,
Tez tão morena,
A ninfa sorri ao sol
Cantando para a lua cheia.
O bosque reflete
Sua luz de árvores
No sorriso da ninfa
Que dança com os elfos.
A ninfa do bosque
Passeia com os faunos
As estrelas se ocultam
E o sol dorme cansado.
A ninfa do bosque
Canta com os pássaros
E na primavera, a ninfa
Do bosque brilha ainda mais bela.
As montanhas dos gigantes frios
As montanhas dos gigantes frios
Em muitos nortes, além de nossos olhos,
Adormecem os imensos seres, gigantes,
Barbudos e fortes com imensos cajados,
Martelos carregam no bolso como nós
Fazemos com moedas de centavos.
Os gigantes frios em suas montanhas,
Cheias de gelo, adormecidas,
Quando acordam há terremoto,
Vem a ventania, vozes de gigantes
Sal gritos imensos, são berros de corneta.
As montanhas dos gigantes frios,
Tomai cuidado viajante do leste,
Pois ali sob uma luz particular,
A qualquer momento um gigante
Pode erguer a cabeça sobre a crista de gelo.
A dríade do rio sereno
A dríade do rio sereno
Pelas águas serenas flutua,
As folhas que caem são barcos,
As estrelas distantes são vaga-lumes.
A dríade conhece o rio sereno,
Assim como as mechas
Brilhantes dos seus cabelos
Tão negros como a noite fria.
O fauno que a ama
Espera ela emergir do rio,
Começa a tocar sua flauta,
E dança baladas antigas de outrora.
A dríade do rio sereno
Caminha nas águas de vento
Com seus seios de cereja
E seus cabelos de escuridão.
Descansa nas águas perfumadas
Lá nas profundezas ocultas.
Sonhando com nuvens e pão de mel
Doces preferidos seus!
Nova miragem
Os espelhos são
Como esses cabelos negros
Os espelhos são
Como as pirâmides do Egito
Os espelhos são
Mortos como a vida
Os espelhos são
Misteriosos como
O caminho de Santiago
Os espelhos são
Portais sagrados
Onde os olhos de Deus
Observa as almas aflitas
Os espelhos são
O pátio canalizado
Do infinito
Os espelhos são
O porto final
Os espelhos são
O nosso destino.
Lua
A lua é um espelho
Sem véus de estrela
Baila no céu a lua
Essa linda cigana
De onde vem a lua
Que o sol não a beija ?
O mar esbraveja com
Arcos e flechas
E a lua se deita
Sem coberta de cobres
O rio
Doce Rio, sereno
Onde descansa o vento.
Doce Rio, imenso,
Onde dança e dorme o vento.
Cadê seus olhos, coração,
Seus olhos de catavento?
Doce Rio, sereno, sereno
Onde descansa o vento.
terça-feira, 14 de maio de 2019
Solbatur
Solbatur
Ele desceu do céu com
Seu navio de diamante prateado.
O sol queimou seu rosto e fagulhas
De uma Batalha antiga deixou suas mãos
Vermelhas como. lava quente e ardida.
Solbatur foi guiado pelos Elfos,
Ainda na floresta quando a noite escura
Tingia seus olhos de dores e tristezas.
Ele viu a luz brilhante das estrelas
E lembrou de sua casa feita de fagulhas.
Sua espada era dourada, cortante
Feita de pele de dragão,
Sua bainha era azulada feita de
Pedras de diamantes dadas pelo rei
Anão Barbacuing.
Sim, ele enfrentou perigos
Muito antigos: o Dragão Tenebroso
Foi o seu adversário, o príncipe dos montes Argos, tentou mata-lo.
Ele habitou o sol e ali forjou
Os cetros dos antigos reis de Outrora,
Quando a aurora era bela e os dias eram felizes.
O Guerreiro Tartaruga
O Guerreiro Tartaruga
Ele veio de navio
Pelas colinas do céu distante,
Usando manta (e barba) muito branca.
Seu navio era prateado,
longo como o suspiro
Do vento dos cinco
Cantos do OceanoExtremo
Perto do mar do céu.
Sua manta coberta de invocações místicas.
Belo navio nomeado Pérola,
Quantos Portos Cinzentos não cruzou
Sua madeira de arco e flecha?
Suas velas tecidas de prata pura,
A proa formada como uma tartaruga
E muita luz sobre seus estandartes.
Gwyn Criban, era o seu nome quando
Era um jovem marinho percorrendo
O Mundo Plano, em muitas batalhas
Lutou usando
seu arco feito de chifre de minotauro,
suas flechas prateadas do Oeste;
de prata era sua espada, Cortadora,
sua bainha de calcedônia;
seu capacete, sobre o peito de esmeralda.
na forma de uma de águia imponente.
Quando desceu pelas Portas Divinas
Ele enfrentou sozinho o Troll Angalon.
Arrancou a mão direita da fera,
Que pediu clemência, e ofertou a ele
Um escudo de prata, feito com casca
Da última tartaruga gigante que cuspia fogo.
O Dragão Tenebroso ousou enfrentar
Seu navio de prateados arcos.
O Dragão Oiro foi junto para vingar
A morte de seu pai pela espada Cortadora.
A escuridão das florestas do mundo agora se foi, e nasceu as desgraças dos Homens, e o choro dos Elfos quando Gwyn Criban esmagou
A cabeça de Tenebroso contra o Palácio de Luzbeira, e arremessou o dragão Oiro pelas Colinas Cinzentas.
Nada mais se sabe sobre o assunto,
Pois não cantaram mais quando
Gwyn Criban viajou para sempre
Para as Terras do Fim do Mundo.
Ele veio de navio
Pelas colinas do céu distante,
Usando manta (e barba) muito branca.
Seu navio era prateado,
longo como o suspiro
Do vento dos cinco
Cantos do OceanoExtremo
Perto do mar do céu.
Sua manta coberta de invocações místicas.
Belo navio nomeado Pérola,
Quantos Portos Cinzentos não cruzou
Sua madeira de arco e flecha?
Suas velas tecidas de prata pura,
A proa formada como uma tartaruga
E muita luz sobre seus estandartes.
Gwyn Criban, era o seu nome quando
Era um jovem marinho percorrendo
O Mundo Plano, em muitas batalhas
Lutou usando
seu arco feito de chifre de minotauro,
suas flechas prateadas do Oeste;
de prata era sua espada, Cortadora,
sua bainha de calcedônia;
seu capacete, sobre o peito de esmeralda.
na forma de uma de águia imponente.
Quando desceu pelas Portas Divinas
Ele enfrentou sozinho o Troll Angalon.
Arrancou a mão direita da fera,
Que pediu clemência, e ofertou a ele
Um escudo de prata, feito com casca
Da última tartaruga gigante que cuspia fogo.
O Dragão Tenebroso ousou enfrentar
Seu navio de prateados arcos.
O Dragão Oiro foi junto para vingar
A morte de seu pai pela espada Cortadora.
A escuridão das florestas do mundo agora se foi, e nasceu as desgraças dos Homens, e o choro dos Elfos quando Gwyn Criban esmagou
A cabeça de Tenebroso contra o Palácio de Luzbeira, e arremessou o dragão Oiro pelas Colinas Cinzentas.
Nada mais se sabe sobre o assunto,
Pois não cantaram mais quando
Gwyn Criban viajou para sempre
Para as Terras do Fim do Mundo.
O porto
Onde foi parar o meu sorriso
De leite quente e de morno sol?
Em que rua escalei o mar sem
Mãos que jamais dormem de
Estrelas jornais cobre cimento.
E para quê essas canas, povo?
Para dar lucro ao maldito patrão?
E assim sonham os querubins
Com um mundo justo, e riem
Quando sonham com o porto divino
Esse lugar que é o Éden e o Paraíso.
domingo, 12 de maio de 2019
tróia
-relembrando atlântida-
Eu tive um mundo nas
Minhas mãos,
E sem nenhum motivo
Ele foi destruído pela
Impaciência da natureza.
Duro são os sonhos
E qualquer pensamento
Humano não passa de
Ilusão, certifico
As miragens e o tempo
Que esfarela o destino
Dos guerreiros cinzentos.
De tudo isso não
Restará lembrança,
Seja tróia seja atlântida
O muro do esquecimento
Será o nosso coração
Sem destino.
sábado, 11 de maio de 2019
DA GUERRA DA IRA
DA GUERRA DA IRA
Conta-se que Morgrë ao ver o Esplendor e a Beleza dos presentes que seus irmãos, os outros Imortais, tinham recebido do Único Unigry, seu coração se encheu de ira, e a maldade habitou o seu Espírito. Então, ele planejou roubar todos os presentes da Sala Celeste, e começou no seu interior a se declarar como Senhor de Todos os Seres.
Lilian, a Imortal que podia ler os pensamentos do Espírito-interior, relatou essas coisas para Miriel, que ciente disso foi confrontar Morgrë.
Desesperado por terem revelado seus planos, Morgrë tentou, com uma faca de fogo, apunhalar Miriel pelas costas.
Miriel conseguiu acertar um soco no rosto de Morgrë, e seu nariz foi quebrado.
Então Miriel disse a ele: "Ninguém te deu autoridade para reinar sobre o Mundo-plano. E nunca te dará, pois os teus pensamentos estão corrompidos, e seus propósitos já não são justos. Peça um novo coração ao Unigry, e você terá Paz".
Mas Morgrë não queria paz, então ele fugiu para o Mundo-plano por uma passagem que ele dizia ser o único a conhecer. O que era mentira, pois foi por ali que ao Norte de Ard-galon os elfos dourados passaram a habitar o mundo.
No lado leste Morgrë forjou nas Montanhas Cinzas os dragões e criou das pedras os trolls. Eles foram feitos para serem seus guerreiros, porque ele desejava guerra com todos os seres vivos mais do que qualquer coisa. Além de querer se vingar de Miriel.
Com esse exército, Morgrë enfrentou os primeiros elfos e os primeiros homens, e nessa batalha foi derrotado, e novamente fugiu para o lado leste, onde construiu uma Torre para habitar, e ali criou orcks e goblins, e cruzando esses dois seres repugnantes, ele criou os terríveis mirorcks.
Os elfos do norte e os homens do sul já estavam cientes de que Morgrë queria reinar sobre eles, e transformar a todos em escravos.
Então pediram ajuda para os Imortais, que deram sabedoria para eles formarem espadas e lanças, escudos e machados, arcos e flechas, e malhas de metal.
Somente os anões não queriam se envolver nessas intrigas, pois todos sabem que eles são um povo de comerciantes, e que seus pensamentos e atos só desejam obter riquezas em ouro e em pedras preciosas como diamantes. Muito semelhantes aos dragões, pois dizem que Morgrë criou as serpentes de fogo com sangue anão, numa espécies de ritual negro. Disso não se tem nada, a não ser relatos.
Morgrë queria reinar sobre todos os povos da Terra-plana, e ordenou que Olho-gelado, um dragão que cuspia fumaça negra e veneno da boca, matasse o Rei Girith, o primeiro líder dos homens mortais, senhores dos cavalos do sul.
Então o dragão fez isso, preparando uma emboscada quando o Rei Girith passeava tranquilamente pelos campos, ele foi envenenado pelo bafo da boca de Olho-gelado.
O filho mais velho de Girith, o príncipe Edhiel, se tornou rei, subindo ao trono com dezesseis anos de idade. Ele jurou vingança contra os dragões.
Então os elfos contaram a ele quem estava por trás desse acontecimento e o coração de Edhiel se encheu de dor e ele chorou livremente pelos bosques, e nunca mais confiou nos Imortais, e prometeu se vingar de Morgrë.
Foi depois dessas coisas que Morgrë ordenou que seu exército perverso começasse a atacar o Reino dos Elfos ao Norte, e o Reino dos Homens do Sul. E esse foi o início da Guerra da Ira, onde muitas canções contam que elfos e homens morreram e lutaram lado-a-lado, e a vitória parecia estar nas mãos de Morgrë.
Os orcs e os trolls matavam sem distinção de idade, e os dragões queimavam povoados e florestas inteiras. Foi então que outros povos vieram em auxílio dos Elfos e dos Homens. Do sul vieram os anões das colinas, com imensos martelos e pesados machados de cobre, e eles apunhalavam os trolls e os dragões, e ali o jovem anão Belegar arrancou a cabeça de Olho-gelado e a ofereceu depois da batalha para o Rei Edhiel, como forma de aliança entre os anões e os homens.
Ao norte os centauros ajudavam os elfos, e houve alegria no campo de batalha, porque os centauros são mais sábios e mais ferozes que os elfos, e eles odeiam os orcs até os dias de hoje.
O Rei Elfo Aerin consultou o líder dos centauros que se chamava Kanonh para onde deveria expulsar os orcs e os goblins, e Kanonh aconselhou que os elfos e centauros deveriam chegar até o sul, e juntos com os homens e os anões marcharem em um ataque contra a Torre de Morgrë. E assim foi feito.
Mas Morgrë já não estava mais ali, pois ele tinha muitos esconderijos. E foi graças a essa inesperada aliança de povos que os trolls, orcs, dragões e goblins foram rechaçados para suas cavernas escuras, e teve fim a Guerra da Ira.
-aqui termina o relato do Centauro Talath Nienor, que está contido no livro dos Contos do Leste.
Conta-se que Morgrë ao ver o Esplendor e a Beleza dos presentes que seus irmãos, os outros Imortais, tinham recebido do Único Unigry, seu coração se encheu de ira, e a maldade habitou o seu Espírito. Então, ele planejou roubar todos os presentes da Sala Celeste, e começou no seu interior a se declarar como Senhor de Todos os Seres.
Lilian, a Imortal que podia ler os pensamentos do Espírito-interior, relatou essas coisas para Miriel, que ciente disso foi confrontar Morgrë.
Desesperado por terem revelado seus planos, Morgrë tentou, com uma faca de fogo, apunhalar Miriel pelas costas.
Miriel conseguiu acertar um soco no rosto de Morgrë, e seu nariz foi quebrado.
Então Miriel disse a ele: "Ninguém te deu autoridade para reinar sobre o Mundo-plano. E nunca te dará, pois os teus pensamentos estão corrompidos, e seus propósitos já não são justos. Peça um novo coração ao Unigry, e você terá Paz".
Mas Morgrë não queria paz, então ele fugiu para o Mundo-plano por uma passagem que ele dizia ser o único a conhecer. O que era mentira, pois foi por ali que ao Norte de Ard-galon os elfos dourados passaram a habitar o mundo.
No lado leste Morgrë forjou nas Montanhas Cinzas os dragões e criou das pedras os trolls. Eles foram feitos para serem seus guerreiros, porque ele desejava guerra com todos os seres vivos mais do que qualquer coisa. Além de querer se vingar de Miriel.
Com esse exército, Morgrë enfrentou os primeiros elfos e os primeiros homens, e nessa batalha foi derrotado, e novamente fugiu para o lado leste, onde construiu uma Torre para habitar, e ali criou orcks e goblins, e cruzando esses dois seres repugnantes, ele criou os terríveis mirorcks.
Os elfos do norte e os homens do sul já estavam cientes de que Morgrë queria reinar sobre eles, e transformar a todos em escravos.
Então pediram ajuda para os Imortais, que deram sabedoria para eles formarem espadas e lanças, escudos e machados, arcos e flechas, e malhas de metal.
Somente os anões não queriam se envolver nessas intrigas, pois todos sabem que eles são um povo de comerciantes, e que seus pensamentos e atos só desejam obter riquezas em ouro e em pedras preciosas como diamantes. Muito semelhantes aos dragões, pois dizem que Morgrë criou as serpentes de fogo com sangue anão, numa espécies de ritual negro. Disso não se tem nada, a não ser relatos.
Morgrë queria reinar sobre todos os povos da Terra-plana, e ordenou que Olho-gelado, um dragão que cuspia fumaça negra e veneno da boca, matasse o Rei Girith, o primeiro líder dos homens mortais, senhores dos cavalos do sul.
Então o dragão fez isso, preparando uma emboscada quando o Rei Girith passeava tranquilamente pelos campos, ele foi envenenado pelo bafo da boca de Olho-gelado.
O filho mais velho de Girith, o príncipe Edhiel, se tornou rei, subindo ao trono com dezesseis anos de idade. Ele jurou vingança contra os dragões.
Então os elfos contaram a ele quem estava por trás desse acontecimento e o coração de Edhiel se encheu de dor e ele chorou livremente pelos bosques, e nunca mais confiou nos Imortais, e prometeu se vingar de Morgrë.
Foi depois dessas coisas que Morgrë ordenou que seu exército perverso começasse a atacar o Reino dos Elfos ao Norte, e o Reino dos Homens do Sul. E esse foi o início da Guerra da Ira, onde muitas canções contam que elfos e homens morreram e lutaram lado-a-lado, e a vitória parecia estar nas mãos de Morgrë.
Os orcs e os trolls matavam sem distinção de idade, e os dragões queimavam povoados e florestas inteiras. Foi então que outros povos vieram em auxílio dos Elfos e dos Homens. Do sul vieram os anões das colinas, com imensos martelos e pesados machados de cobre, e eles apunhalavam os trolls e os dragões, e ali o jovem anão Belegar arrancou a cabeça de Olho-gelado e a ofereceu depois da batalha para o Rei Edhiel, como forma de aliança entre os anões e os homens.
Ao norte os centauros ajudavam os elfos, e houve alegria no campo de batalha, porque os centauros são mais sábios e mais ferozes que os elfos, e eles odeiam os orcs até os dias de hoje.
O Rei Elfo Aerin consultou o líder dos centauros que se chamava Kanonh para onde deveria expulsar os orcs e os goblins, e Kanonh aconselhou que os elfos e centauros deveriam chegar até o sul, e juntos com os homens e os anões marcharem em um ataque contra a Torre de Morgrë. E assim foi feito.
Mas Morgrë já não estava mais ali, pois ele tinha muitos esconderijos. E foi graças a essa inesperada aliança de povos que os trolls, orcs, dragões e goblins foram rechaçados para suas cavernas escuras, e teve fim a Guerra da Ira.
-aqui termina o relato do Centauro Talath Nienor, que está contido no livro dos Contos do Leste.
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