terça-feira, 12 de agosto de 2025

A DECADÊNCIA AMERICANA CHEGA


Chegam com o sorriso branco,

polido como prata roubada,

com a mão estendida

e a outra mão cheia de pólvora.


Trazem promessas como bandeiras,

dobradas sobre cadáveres,

e chamam isso de paz.


Vendemos café, sangue e cobre,

eles compram tudo com moedas

cunhadas no suor das minas

que eles mesmos drenaram.


Chamam-nos de irmãos,

mas vigiam nossas portas,

contam nossos passos,

e colocam seu nome sobre nossas águas

como quem marca gado.


Erguem estátuas da liberdade

enquanto acorrentam povos

sob tratados invisíveis.


O perfume de suas palavras

não encobre o cheiro de óleo,

nem o fedor das guerras que semeiam

com luvas de seda.


Nós, filhos da terra,

escutamos o tambor dos Andes,

o rugido do Amazonas,

o grito das favelas.

Sabemos que a decadência deles

é feita de ouro sujo,

e que um império apodrece

começando pelo coração.




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