domingo, 24 de junho de 2018

Não quero silêncio



Não quero silêncio,
por favor,
direis: ficou louco,
ele que sempre gostou
de ficar só  ouvindo o vazio
e o ruído tranquilo dos rios.
É verdade.
Não estou só nisso.
Acontece que quanto
mais eu pedia silêncio
quanto mais eu grito
por silêncio, pelo sagrado
silêncio,
mais barulho a vida fazia
questão de dar ao meu redor.
Não é possível lutar com a vida,
não, não, não
não queira, minha amiga,
não queira, meu amigo,
brigar com a natureza.
Ela sempre irá vencer.
Sabemos disso, mais insistimos.
Não quero silêncio.
Mas se puderem ficar quietos
um pouco, enquanto escrevo,
e me amarem como sombras
me atacam com flechas negras,
juro, prometo, que irei agradecer.
E verdadeiramente agradeço.

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