Reflexões meditativas sobre a leitura de um livro de Schopenhauer
Ao invés de usar todas as suas forças para lutar pela felicidade, que é uma busca vã de sua manifestação individual, o ser próprio deve abominar a própria vida, da qual ele é inseparável.
Porque sabemos que a vida em si mesma está ligada ao sofrimento. O ser sofre.
Uma vida individual feliz no meio de um mundo de sofrimento é como a figura de um mendigo que sonha que é um rei.
Aquele que consegue entender este conhecimento, seja de forma intuitiva, ou reflexiva, deve exibir traços de ascetismos, ficar quieto, significa que não são sensíveis aos motivos, não estão preocupados com o seu bem-estar individual e aceitam o mal que os infligem com mais força, sem resistência.
Saúdam a pobreza, e não procuram escapes de fugas diante da figura da morte (exitus mortis).
A vida humana é uma luta incessante para se obter satisfação através do prazer, com fugas em festas, bebidas, entretenimentos, etc... o asceta quebra tudo isso.
Pouco importa seu dogmatismo religioso, já que seu modo de vida é o resultado do conhecimento intuitivo próprio de seu ser (sua natureza).
A negação da vontade de viver seria a representação de todas as obras externas dos exercícios religiosos supérfluos, para aqueles que tentam atingir a perfeição.
No entanto o apego ao otimismo logo esgota essa capacidade ascética do individuo, seja ele religioso, ou não, criando assim a perversidade de sua própria mente, ao lado da sua própria natureza, que é tentar se preencher, mesmo compreendendo que seu preenchimento completo só poderia vir da Força Suprema, que representamos na figura de Deus.
Seria o tudo preenchendo o nada. Um copo vazio pode ser enchido.
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