sexta-feira, 22 de junho de 2018

Reflexões meditativas sobre a leitura de um livro de Schopenhauer

Reflexões meditativas sobre a leitura de um livro de  Schopenhauer 

Aquele que vê a vida além da individualização social,  compreende que o sofrimento em geral é sua vontade de ver o sofrimento em toda parte.

 Ao invés de usar todas as suas forças para lutar pela felicidade, que é uma busca vã de sua manifestação individual, o ser próprio deve abominar a própria vida, da qual ele é inseparável.
Porque sabemos que a vida em si mesma está ligada ao sofrimento. O ser sofre.

 Uma vida individual feliz no meio de um mundo de sofrimento é como a figura de um mendigo que sonha que é um rei.

Aquele que consegue entender este conhecimento, seja de forma intuitiva, ou reflexiva, deve exibir traços de ascetismos, ficar quieto, significa que não são sensíveis aos motivos, não estão preocupados com o seu bem-estar individual e aceitam o mal que os infligem com mais força, sem resistência.

 Saúdam a pobreza, e não procuram escapes de fugas diante da figura da morte (exitus mortis).

A vida humana é uma luta incessante para se obter satisfação através do prazer, com fugas em festas, bebidas, entretenimentos, etc... o asceta quebra tudo isso. 

Pouco importa seu dogmatismo religioso, já que seu modo de vida é o resultado do conhecimento intuitivo próprio de seu ser (sua natureza).

A negação da vontade de viver seria a representação de todas as obras externas dos exercícios religiosos supérfluos, para aqueles que tentam atingir a perfeição.

No entanto o apego ao otimismo logo esgota essa capacidade ascética do individuo, seja ele religioso, ou não,  criando assim a perversidade de sua própria mente, ao lado da sua própria natureza, que é tentar se preencher, mesmo compreendendo que seu preenchimento completo só poderia vir da Força Suprema, que representamos na figura de Deus.

Seria o tudo preenchendo o nada. Um copo vazio pode ser enchido.

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