Imitação de Shakespeare
(sem sucesso)
-Deixe o copo na mesa.
-Não.
-Como se atreves a me questionar?
-Sua autoridade é vazia como um balão que se estoura.
-Como se chamas?
-Tenho todos os nomes.
-És um maldito, é isso o que eres.
-Chamai-me de maldito, e eu serei bendito.
-Não diga asneiras.
-Não entendes a poesia.
-Cala-te, não digas mais nada.
-Veja, o meu copo é uma mariposa, e voa.
-Tolice.
-Não entendes. O coração quer o que quer.
-Cala-te, infeliz. Eu sou o capital.
-Eu sou a esperança.
-Tolice. Quem inventou a esperança se não os religiosos tolos.
-Esse copo vale alguma coisa?
-Milhões?
(o copo se quebra)
-Minha vida se foi...
-És apenas um fantasma agora.
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