segunda-feira, 25 de junho de 2018

Artigo sobre o pensamento humano rodeado pela imposição da vida e suas vontades

Artigo sobre o pensamento humano rodeado pela imposição da vida e suas vontades 

O homem nunca pode encontrar a felicidade porque sua vontade é coexistir com a vida, e a vida nunca pode ser satisfeita. 
Quando algo  precisa ser desejado para ser preenchido como vontade, continuará o desejo ainda operando, em uma espécie de círculo vicioso, ou rio, onde se está  preso  apenas em uma satisfação passageira. Ou seja, melhor dizendo, essa suposta satisfação de uma vontade aparentemente satisfeita irá nos conduzir para um tédio terrível e um anseio de vir acabar suprindo essa vontade, satisfazendo-a; por isso perseguimos o que não temos, seja um carro, dinheiro, riquezas materiais, sem percebermos o que possuímos e darmos valores a tais e tais coisas, etc... Porque o desejo nos força apenas a desejar o que não possuímos. Isso como forma de escape, como fruto de fuga para se sair do tédio, essa ferida mortal que nos acompanha até a morte. 
 
O conhecimento pode apenas iluminar a compreensão dessas teorias, que em prática, podem nos nortear em um rumo moralmente elevado, já que   todo ato individual tem um propósito, e é impossível romper com tal prisão que caracteriza verdadeiramente a vida como um todo (completo). O sexo faz parte de tudo isso, já que a vida deseja por si mesma reproduzir-se, e conduz, tanto o macho  quanto a fêmea para  a reprodução, muitas  vezes de forma incontrolável (pelo menos, podemos averiguar isso na figura dos animais, em particular na figura dos cães, poes quando as fêmeas estão no cio, os cães macho as procuram por toda a parte). O desejo de reproduzir é irracionalizado, mais racionalizado pela sociedade como uma forma, fonte de prazer. Ora, não é a indústria do sexo um poderio grande que confirma minhas palavras? Se estou enganado, gostaria que me questionassem, embora muitos poucos filósofos dão interesse ao tema da vida, que em particular, para mim, não tem sentido, apenas existe como imposição da própria Vontade de si mesma. 

Isso me torna um pessimista sem esperança. Devo esse detalhe as leituras de Schopenahuer, embora, esse filosofo, nem sempre se mostrava um pessimista na descrição exata da palavra  ( pessoa que vê tudo pelo pior lado; quem sempre espera o pior de uma situação).

 A busca pela paz deve ser uma reconciliação com as forças da vontade. Não só uma negação. Negar a vida não significa que ela não se imponha ao individuo. 

Posso e sei que tenho um caracter alimentar de misantropo, mas acho que negar a vida em si mesma não impede de que continuemos existindo (é claro que forçosamente, já que a vida é uma imposição, não um pedido). Ou como diria mais uma vez Schopenhauer em meu auxílio: "vá bater nos túmulos e pergunte aos mortos se eles desejam retornar a esse mundo".  Íamos ter respostas negativas. E com toda certeza, algumas respostas positivas. 

A minha atitude para com a vida continua sendo em particular trágica. As forças que nos engendraram talvez sejam cômicas, mas na minha visão, o sofrimento humano é a prova de que nossa existência pode ser apenas um infeliz acaso. Posso estar errado. 

Contra a irracionalidade dos nossos dias, é essencial que larguemos a luta com os pregos e peguemos o martelo verdadeiro da filosofia para martelarmos e mudarmos com coerências verdadeiras essa vida sem sentido que nos molda, envolve, e nos obriga a existir. 

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