(a serenidade, serena)
Marly de Oliveira
O outono das espigas,
o sono, no meio do campo,
a linguagem dos dicionários,
a imensidão do cosmo.
O beijo suave no campo,
as ruas sem olhos na noite,
a morte na esquina das facas,
as colheres adormecidas nos pontos.
Só? Não existe nada para
cantar que não tenha sido cantado.
Por isso eu canto, e te canto,
e te amo, e te canto, e canto, e recanto.
Cecília Meirelles
Se é perdido o mar
que seja perdido que seja
se as mariposas vão voar
que voem para longe
de mim para longe do mar
se eu vou chorar escondido
que eu chore por ti, somente
por si, e por mais ninguém...
Gabriela Mistral
(desenhada no poema)
Recordo o chão de neve,
recordo o chão sem neve,
recordo as flautas,
recordo o som das igrejas,
eu, que amo os evangelhos,
eu sofrido por amor, eu,
nós dois, nós todos, nós
ninguém, o que somos?
deixe de questão, dá-me tua mão
e me amarás para sempre.
Adélia Prado
Como não rimá-la
com os prados que
posso ver da janela
adormecida da minha
humilde casa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário