domingo, 24 de junho de 2018

Querem me encontrar


Querem me encontrar
mas onde estou?
vagando por esses
campos sentado
na janela olhando
as estrelas chorando
sorrindo barganhando
cuspindo no chão.
Me dão convites,
me chama, celebram,
nenhum porta está aberta,
não há porém nem onde
e posso até me desesperar
conforme ordena o jogo da vida
mas no fundo nada significa
e aqui estamos.
Venha aqui, ela me convida,
vem cá, ele me chama,
são múmias petricadas
nas próprias misérias,
eu também tenho minhas
misérias, minhas misérias
são tolstoi, são doistoivsky,
são suassuna, são neruda,
são whitman, por isso os
convites estão na mesa.
Não, me perdoem.
Se querem me encontrar
abre a porta, estou ali
inchado como um sapo-cururu
cheio de frio, porque leio manuel bandeira.

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