Pelas margens de um rio vai um judeu,
suas mãos estão pálidas,
segurando uma estrela,
seus olhos cantam mágoas,
e suas lágrimas são serenas.
O judeu segura nas mãos
as espigas dos filhos das nuvens.
Seus passos vão carregados
de nações que gritam, gritam,
enquanto o judeu chora em cima do muro,
uma tempestade de facas cai
pelo lado esquerdo do seu rosto molhado.
Outro judeu aparece, e outro e mais outros,
e juntos conversam,
e cada um negocia o que carrega no bolso:
um, vende uma fotografia que fala,
o outro, um relógio feito de ouro,
e o outro, uma nuvem de algodão.
O rio aplaude quando sua circuncisão
é completada pelo fauno que canta,
e as lindas ninfinhas consolam o judeu
com canções antigas da babilônia tombada.
O rio, com suas barbas judaicas,
carrega um chapéu feito de couro,
enquanto o judeu, silencioso e enigmático,
sai cantando alegre
por cima dos muros sem grades do outro
mundo.
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