quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Vida...

 Ah, tão bom, tão doce,

como é livre estar perdido

e não ter rumo algum,

apenas ladrar feito um

cão procurando um paraíso

que já não existe...


Farpas de arames arrancam

minha alma, e meu coração

sente a angustia cristalina

dos dias sem solução.

Já disse adeus, e aqui

eis-me aqui de novo,

parado, triste, perplexo,

perdido...


É o mês de agosto,

e logo chegará o setembro gelado 

das minhas retinas fadigadas e cansadas

em que faço aniversário.

Quem sou eu? Diz-me, Gabriel, Max, Marx,

diz - me meu camarada,

quem é esse que possue cheio de dor

a minha alma assombrada?

Quantas


questões dignas de pena.

Para viver nesse mundo

cheio de dilemas e lastimas

basta abrir os jornais para gargalhar

e pensar que um demonio é quem

criou essa sociedade desumana.


Amiga poesia, deixa eu dizer

algumas coisas que já passaram.

Outros são melhores poetas,

até mesmo meu amigo Cainan

é melhor poeta do que eu.

Meus dedos só suspiram pelo mar.


Quem sabe ela se lembre de mim,

ou eu mesmo sou isso e quem sabe

assim como a cigarra que sai da terra humida

eu volte novamente a cantar!

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