segunda-feira, 15 de setembro de 2025

FOLHA VERDE CANTA



Nas copas erguidas da floresta sem fim

ergue-se a voz de Folha Verde,

filho do orvalho e da raiz profunda,

que canta aos ventos da alvorada.

Ele pergunta às estrelas:

“O que repousa além do Mar do Leste?

Que terras dormem na névoa azul?

Que monstros guardam as margens do abismo?”

E o canto corre pelos ramos,

ressoa nas asas dos pássaros,

faz estremecer as águas dos rios,

como se o mundo respondesse em segredo.

Mas Folha Verde não se cala:

seu coração é feito de vela e chama,

não de sombra ou de repouso.

O bosque o abriga,

mas o horizonte o chama.

Ó elfo do anseio,

teu canto é promessa de jornada:

quando deixares a coroa das árvores

e pisares a espuma do mar,

enfrentarás trevas e criaturas sem nome,

mas levarás contigo

a esperança de teu povo

e a memória do cântico eterno.

E mesmo que não regressem teus passos,

o eco de tua voz ficará na floresta,

como vento entre folhas verdes,

a cantar para sempre

que nenhum limite aprisiona

aquele que sonha descobrir o mundo.



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