Nas copas erguidas da floresta sem fim
ergue-se a voz de Folha Verde,
filho do orvalho e da raiz profunda,
que canta aos ventos da alvorada.
Ele pergunta às estrelas:
“O que repousa além do Mar do Leste?
Que terras dormem na névoa azul?
Que monstros guardam as margens do abismo?”
E o canto corre pelos ramos,
ressoa nas asas dos pássaros,
faz estremecer as águas dos rios,
como se o mundo respondesse em segredo.
Mas Folha Verde não se cala:
seu coração é feito de vela e chama,
não de sombra ou de repouso.
O bosque o abriga,
mas o horizonte o chama.
Ó elfo do anseio,
teu canto é promessa de jornada:
quando deixares a coroa das árvores
e pisares a espuma do mar,
enfrentarás trevas e criaturas sem nome,
mas levarás contigo
a esperança de teu povo
e a memória do cântico eterno.
E mesmo que não regressem teus passos,
o eco de tua voz ficará na floresta,
como vento entre folhas verdes,
a cantar para sempre
que nenhum limite aprisiona
aquele que sonha descobrir o mundo.
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