quinta-feira, 28 de setembro de 2017
A praia
A areia é sombria, a areia do mar,
branca, claridade física, pequenas
porcentagens de caracóis nas entranhas
lisas e finas dos pequenos grãos.
O mar, com sua solidão imensa,
as gaivotas de asas claras ouvem
o vento, o vento noturno, percorrendo
a madeira, o chão, os navios encalhados
e as baleias tristes de violeta.
Do outro lado da vida podemos ver
pequenas ilhas em forma de canivetes.
Pequenas ilhas são como pequenos
besouros de cor azul, pequenos restos
de cólera, silhueta do lixo e do dente.
A areia corta o chão, talvez,
mas as espumosas ondas cheias de mel
embranquecem o mar com restos
silenciosos de guelras, caudas de
peixes misteriosos, braços de polvos,
anzóis, coisas marinhas submergidas
do mistério do mar, da vida, do oceano.
A areia é sombria, as nuvens colhem
os olhos como duas mariposas de navalha.
Do outro lado um adeus corta o meu coração,
e novamente a praia se torna silencio e natureza.
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