Meus poemas não serão meus
Meus poemas não serão meus
porque serão feridos por outros olhos,
a vida me deu apenas um dom que
Deus quis me dar: escreve-los, e só.
Não são meus. São de todos, de
ninguém. A mim a escolha de ser
poeta me digladiou o ser enquanto
a escrita inspirava os rios e as silhuetas
do amor.
Não serão meus, nem os poemas,
nenhum verso, nenhuma estrofe,
mais pulsam de mim como peixes,
e saltam para a existência com o
suor da tinta de meus dedos de homem,
enquanto o frio anexa meus papéis,
enquanto queimo minhas lembranças,
enquanto componho o vento com as
minhas lágrimas de poeta de morte.
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