Poente
Poente, não me fira o mar dos olhos,
nem o crepúsculo doente, não, não seja
amargo, nem poesia, não seja como as
mariposas que me beijam e voam para
longe da sala do meu peito carnudo,
não, poenta, poenta frio, melancólico,
não me encha de morte, nem de dor,
nem de lembranças enquanto o sol
esse grande disco escuro recheie a
terra do oriente com tesouros válidos,
poente, poente, tu és uma palavra
sorridente como o milho, como o pequeno
objecto que perdi na frente do mar, o mar
que são os meus olhos, o meu coração de
vidro, seja lá o que seja tudo isso, poente
descansa na noite nos versos que te inspira
a crescer como um carvalho em minhas canções
de docente melodia de aprendiz.
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