domingo, 2 de setembro de 2018

Circunstâncias do amor


Pelo mar triste me aproximo,
e dentro do fogo há um rio no seu rosto,
nas suas mechas de rubras colinas.
De pão e areia és feita,
e seus lábios dentro de mim
acendem o graveto e o violino.
Por isso quando durmo acordado,
dentro do meu coração sombrio,
ali te faço, como uma maça,
para que tua boca me devore,
e para que o meu sangue
seja o mel e o vinho do amor.
Tu e eu somos
como o mar
com seus peixes,
somos como a terra e seus frutos,
labaredas de fogo,
cerejeira,
amoreira,
mangueira,
é o mar terrestre
que nos enche
e que nos puxa,
e que nos
une.

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