sábado, 1 de setembro de 2018

artigo



Particularmente seria um mal-estar tentar descrever a atual situação de catástrofe iminente que assola a humanidade contemporanea com palavras meigas, que cheguem a tocar os espíritos (ou pessoas) com almas boas, se é que possa existir nesse planeta decadente tais pessoas, onde pesa uma sociedade desumana e miserável, como a dessa humanidade, cega e irracional. 
Assim como a vontade que rege a existencia humana, pelo menos no meu ponto de vista, é cega e irracional, há um porém que me deixa com os cabelos eriçados, já que é a questão da razão que pulsa em seres como nós, os humanos, por assim dizer por falta de palavras melhores.
Ora, se essa Vontade com maiscula, conforme diria com toda certeza e absoluta razão Schopenhauer, é cega e irracional, também tem em si mesma a razão como fonte de base para a sustentação natural da vida, ou seja, na natureza não há nada irracional ou ilógico, nem racional nem lógico, e sim semplesmente tem o que deve ter por si mesma, ou existir porque existe. Não é difícil entender isso numa linguagem acessível, e nem é preciso explicar tais coisas com termos cultos ou diferenciados.

A indiferença da vida gera o o sofrimento do individuo? Ou o sofrimento é apenas em si mesmo, assim como a dor, um sinal de que o individuo, o ser, o objeto pensante, continua a viver. 
A dor e  o sofrimento seriam um sinal de vida. Curioso, já que fazemos de tudo para fugir do tédio, da solidão, e de qualquer coisa que possa machucar tanto o nosso corpo carnal, quanto o nosso interior (as dores do coração, da mente, etc). Fugir de qualquer dor é ter medo da dor. Ter medo da dor é ter medo da vida. Porque vida não está ligada somente a prazer, e sim ao sofrimento. Essa base se encontra, aqui no ocidente, muitas vezes interligadas com o cristianismo, embora de fato de um jeito incorreto e meio difícil de se apreender. As religiões orientais são fundamentadas nisso. Lembrando que o cristianismo nasce em uma região oriental, em comparação ao ocidente que o aceitou como oficialidade social. 
Seria então com base no pensamento limitado o sofrimento um acontecimento positivo? Seria a felicidade um suborno infeliz da vida que é negativo para o individuo, e que seu sentido é apenas uma ilusória condição ?
São questões muito boas de ficar pensando em algum dia quente de verão, ou no frio. Sempre gosto de lembrar o provérbio "o fim da alegria é o começo da tristeza", sempre acrescenntando o resumo do outro lado "o fim da tristeza é o começo da alegria". Posso estar enganado afinal. O fim da alegria pode ser alegria e o fim da tristeza mais tristeza, não tenho como saber disso, apenas medito com base nas leituras que já fiz e que ando fazendo. 

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