domingo, 2 de setembro de 2018

Versos sentado


Onde estava a lua
com o seu branco serafinico
espantando as vespas
na noite escura?
Ao invés de vespas
temos gotas de chuvas,
risadas, converseiras,
carros indo e vindo,
e cerveja brisando
nossa cabeça de
espantalhos mortos.
A noite escura é um
véu calcário para os meus olhos,
sinistro é ver
que entre o
nada e o tudo
existe um muro,
uma loja de carros,
uma igreja,
cadeiras,
e a água correndo
para cair no bueiro
sujo e úmido.
Dai-me uma explicação,
qualquer que seja,
que seja um tigre,
uma raposa, um tatu,
dai-me qualquer coisa
que explique esse
barulho, esse silencio.
Se não tiver nada,
não fiquem bravo comigo,
sou a única pessoa de verdade
a por essa cidade no mapa.
E para quê? Para que haja
apenas a saudade, e o presente.

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