...
O melhor pregador é o coração; o melhor professor é o tempo; o melhor livro é o mundo; o melhor amigo é Deus.
Talmud
Assim é o trabalho
de um homem completamente infeliz.
Ele rege e faz o que o outro não quer fazer,
trabalhando pelo dinheiro que faz
sua alma e o seu corpo sobreviver.
Com os meus cabelos longos
que não são vermelhos nem negros
mais louros, amarronzados de tristeza,
vou caminhando todo o dia para me sentar
na frente do meu calvário e sobreviver.
Sempre a mesma frase eu escuto.
O mesmo bom-dia de sempre me vem a lembrança
as mesmas mágoas, as mesmas dores, as mesmas
incompreensões dos significados místicos de estar
sentado diante de uma tela sem aprender nada sobre a vida.
Quem me dera poder cortar os meus cabelos
sem danificar as pontas do lado
e usar o meu quipá sobre a cabeça
e caminhar como um judeu bem abençoado.
Meu Deus, que horrível entrelaçar-me
num meio cheio de cristãos dando-me
uma alma judaica bem no profundo do
meu pobre coração.
Como é duro, Senhor meu, dono da eternidade,
trabalhar numa gráfica que não ama os livros de verdade.
É esse o dom dessa sociedade? Escravizar-me?
Para isso nasci? Nasci eu para isso?
Não nasci para ser um nobre filho de Abraão, o hebreu?
Quem me dera
poder saltar meus campos levando o livro dos Salmos,
e ir os recitando para as árvores e os pássaros entediados.
Mais como Jó, aqui estou eu amaldiçoando o meu dia.
Senhor meu, explica-me, explica-me!
Nenhum comentário:
Postar um comentário