sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

1º cena: a água dialogando com a terra



Água: Solidões marinhas me impulsam
A derramar-me em todas as bocas.
Sou salgada na espuma, sou doce
Nos caminhos mais ofuscantes.

Terra: Se querem me ter plantam
Suas cobiçadas árvores em minhas entranhas.
Pedra, laços dos meus olhos frios e amarronzados.
Minha roupa é verde, tomo banho com o orvalho.
Engulo as águas da tempestade,
Os seres me pisam, porque sou a frieza dos passos.

Água: Sem nada, sem nada,
Porque tudo o que tenho é ser transparente
Como um espelho: labirinto de ventos.
Labirintos de ventos e pensamentos inconclusos.
Anjos de petróleos trafegam em minhas asas.
Os seres me querem, porque escorro das fontes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário