domingo, 12 de fevereiro de 2017

Fábula das coisas


ou...modo de pensar... imitando os... andaluzes...

Tudo é um movimento,
me diz a mariposa apressada.
Tudo vem e passa,
me diz a onda agitada.
Sou e não sou nada,
grita o camaleão colorido.
Queimo aonde quero,
suspira o fogo ofendido.
Vou e depois retorno,
chora o vento do campo.
Me levanto antes do sol,
canta o galo cantador.
Minhas mágoas regam as flores,
diz a chuva irritada.
A morte é um suspiro breve,
medita o camponês sem dor.
Não devo nada a ninguém,
maldiz o dicionário ensinador.
Não é nada que possa ferir,
sente o pássaro atingido pelo raio.
A pedra no caminho inspira,
diz o poeta de óculos noturnos.
O amor é minha capa contra o touro,
tagarela o toureiro sem consolo.

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