terça-feira, 7 de junho de 2016

saudade


sim mar, eu tenho
saudades dela imensamente,
saudade de quem não
vê o amor nem a janela

o tempo passa mar
para mim como um vento,
o tempo passa ó meus livros
como uma história no tempo

e eu, eu mesmo, eu, magro
como uma gaivota, como um graveto
não sei bem se a nuvem que passa
me diz olá ou adeus

eu tenho saudades dela,
eu queria tocar-lhe o corpo de raiz
sentir o perfume de mulher que
só ela tem

e carregá-la com o coração
até o céu estrelado e morto
da vida que me rodeia
como um poço profundo

sim, mar, eu não encontro
o rosto dela em minha fotografia,
nem o cheiro dela, nem o braço dela
me toca na escuridão do dia

por favor, mar, não volte nunca
sem trazer a resposta dela
até os meus ouvidos de terra

mar, porque eu choro tanto
se nem lágrimas tenho
para derramar por ela?

Nenhum comentário:

Postar um comentário