sim mar, eu tenho
saudades dela imensamente,
saudade de quem não
vê o amor nem a janela
o tempo passa mar
para mim como um vento,
o tempo passa ó meus livros
como uma história no tempo
e eu, eu mesmo, eu, magro
como uma gaivota, como um graveto
não sei bem se a nuvem que passa
me diz olá ou adeus
eu tenho saudades dela,
eu queria tocar-lhe o corpo de raiz
e sentir o perfume de mulher que
só ela tem
e carregá-la com o coração
até o céu estrelado e morto
da vida que me rodeia
como um poço profundo
sim, mar, eu não encontro
o rosto dela em minha fotografia,
nem o cheiro dela, nem o braço dela
me toca na escuridão do dia
por favor, mar, não volte nunca
sem trazer a resposta dela
até os meus ouvidos de terra
mar, porque eu choro tanto
se nem lágrimas tenho
para derramar por ela?
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