sábado, 4 de junho de 2016

Eu não vou morrer rosa



Eu não vou morrer
rosa
sem as sombras
das tuas raízes 
sem a luz pura
do teu coração.
Não.
Eu não vou partir
pelo frio ou pelo fogo.
Não vou 
mais alto do que posso
com minhas asas
de pelicano
manso,
eu juro, amada minha,
que vivo para te amar
e que sigo e sigo
segurando a rocha e o vento,
segurando o dia e a poesia.
Eu não vou morrer
rosa
sem sonhar com teus
beijos puros de oceano.
Vê, eu toco com os meus
dedos sangrados de
folha e de verde mel
suas raízes secas e vivas
enterradas na terra.
Porque te amo e te amo,
ó rosa ó dia ó sombra ó luz.
Te amo e amo
na gota de orvalho pura do
cosmo
na raiz transbordante do meu
coração
de ferro e de
álcool, de lilás e
de algodão.

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