domingo, 10 de junho de 2018
Versos para a minha morte
Minha morte, caríssima morte,
minha morte, de pedra e de luar.
Donde andas que vem ao meu
encontro com blusas azuladas?
Minha morte, belíssima morte,
de sangue duro, carne de estrela.
Donde andas que vens ao meu
lado como uma noiva sem dores?
Porque tu és a minha morte,
és minha fonte de escuro,
um tronco feito de marfim.
Não te venero porque não
respiro bem quando os elfos
tentam me flecharem com o amor.
Por isso quando eu já não existir
espero que o tempo continue
a sangrar, a sorrir, a ser, a existir.
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