Sempre gostei de escrever. Tenho pilhas e pilhas de rascunhos e manuscritos sobre os mais diversos assuntos. No entanto, nasci em uma terra completamente selvagem, onde a cultura e os escritores em si, são desprezados, tratados como sub-humanos, humilhados, como se o trabalho da escrita fosse apenas um passatempo.
Não me é nada indiferente essas observações, vindas de uma terra e de um povo que se formou sobre a base selvagem da escravidão de outros povos (os africanos etc) para sua economia, que além de ser uma economia campestre, é apenas servida a uma classe dominante que de nada aproveita a nação, a não ser roubá-la.
Dito isso, quero continuar o meu texto com o mesmo nível de informalidade que me é característico.
Gosto de mudar de assunto no meio da minha prosa, porque muitas vezes disseram para mim, que não faço ideia do que escrevo. É bem verdade. Não acredito que alguém saiba o motivo do seu "escrever", porque afinal, ninguém sabe o que fazemos vivos no plano existencial desse mundo. Certo? Talvez...
Moro numa cidade pequena e muito estranha. Não há editoras, televisões, estúdios de cinema, não há teatros de qualidade, não há investimentos artísticos, não há nada que gere a ARTE com letras maiúsculas, nem mesmo existe uma grandeza nos seus comerciantes, que estão sempre fadados a roubar muito, investir pouco, e glorificar seus atos de caridade como se fosse abençoados por Deus, e não pelo diabo, é claro, não se pode esperar grandes coisas de um povo que tem de sua característica a misera, o ódio, e a burrice entranhada em suas veias.
Dito essas coisas, me perguntaram o por quê de estar gravando vídeos, tentando ser cômico. Qual é a sua intenção, com isso, me perguntou uma admiradora. Eu gosto muito de receber cartas, e-mails-, interrogações, quando estou meditando, e pelo menos os meus leitores e seguidores esperam uma resposta clara sobre esses atos, onde eu falo de "como sou contra a religiões" etc... etc... etc...
A explicação não será tão mistica como eu gostaria. Trago nas minhas veias, metade de sangue negro, metade de sangue judaico. E muito me orgulha ter dos dois lados, tanto o materno, quanto o paterno, povos que foram escravizados, se libertaram da injustiça, e lutam por um mundo melhor (mesmo que o mundo dê a prova da sua selvageria a esses povos, a qual a minha mistura pertence).
Pois bem, sempre quis me divulgar midiaticamente, e sempre encontrei barreiras muito grandes na minha cidadezinha, onde a sorte geralmente está ao lado dos que manipulam as riquezas com seus atos característicos de maldades.
Quer dizer que eu não tive sorte em trabalhar em uma rádio, num jornal, ou em uma televisão?
Essa interrogação me deixa ledo, e mesmo com o meu texto cheio de anacronismos, gosto de falar que eu já trabalhei nesses meios de comunicação, e sai por causa da hipocrisia, maldade, selvageria, que esses capitalistas selvagem fazem questão de apresentarem ao individuo.
Trabalhei em uma gráfica editorial, e não tenho lembranças muito agradáveis do ambiente, embora eu tenha tido contato com pessoas muito boas, pelo menos duas delas, no máximo três, que me ensinaram muitas coisas que me faltavam, como medidas, como cálculos, como cobranças, etc.
O uso que faço do youtube, ou do facebook, é simplesmente para divulgar o meu material. Não tenho meios de me comunicar com novos comediantes, nem mesmo com os produtores, tudo me parece impedido, por essa maldade invisível e hipócrita que governa o mundo.
Sendo assim resolvi fazer alguns videos, divulgando os textos cômicos, que como judeu e como negro, gosto de fazer.
Recebi um bom retorno, e mesmo com opiniões negativas, deixo claro que a minha intenção sempre foi escrever coisas engraçadas, embora o meu site de poemas seja feito de assuntos sérios.
É com essa explicação que encerro o meu texto.
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