segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A anti-musa

Não há crepúsculos nem silêncio,
pois o teu rosto sei que perdi de vista na clara de setembro.
E nas palavras puras de um puro momento,
lembrei-me de canções tão amorosas quanto o teu silêncio amoroso...

A tua face é um soneto bem-escrito,
mais talvez pela falta do teu amor
as palavras tenham falta de açúcar e mel dourado.
Mas a canção vai soando até as chaminés esfumaçadas,
invadindo os prédios envelhecidos e as casas das cidades
esquecidas.

És a primeira e a última, és a musa do outono, a anti-musa!
És aquela que não pode ser nomeada diante das águas do mar bravio.
O teu nome eu lançarei dentro da minha canção, 
e sem espuma lembrarão de ti
em um ideograma, em um haikai amoroso,
e tu será para sempre

apenas uma
constelação desiluminada de tanto amor.

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