domingo, 15 de setembro de 2019
O amor oculto das coisas
Paredes de limão nos meus sonhos,
ardentes janelas de laranja que se
fecham nos meus olhos de noites
profundas de foices e oceanos largos.
Abismos sinistros coram minhas
mãos como se fossem bananais.
A cidade iluminada de laranja
gera em minha alma dores insuportáveis.
Mãos de carvão coradas de sangue,
judeus carregando bodes para Abraão,
lirios jogados nas tumbas antigas
e velhos poemas que não cantamos mais.
Gregos e troianos se imolam na fúria,
enquanto eu componho um trovão.
Minha boca enche-se da água salgada
e o mar me aconselha a enamorar a rosa do porão.
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