terça-feira, 17 de setembro de 2019

A moura dos belos olhos


Moura dos olhos belos,
abertos como dois sóis,
em ilhas e em nuvens~
vejo flores e lençóis.

Moura que beleza é 
essa que carregas
nas cinturas de prata,
nos seios de areia,
nas nádegas de ouro,
na buceta de negra.
Moura dos olhos belos,
fonte és do sol e da luz,
fruta em que carrega a
voz dos antigos astros.

Moura, coroada de luz,
posso ver os planetas
beijando sua boca escura,
e vejo no vermelho dos

seus lábios de amora
uma canção e uma doçura.

Moura, que vês além de 
mim, que sou um cigano
sem cavalos ou touros?
Para mim és a mulher

mais perfeita da vida.

Moura, encantada, que
dorme dentro da espanha,
na areia e no deserto,
vejo planetas e sonhos

no amor azul do deserto
onde durmo e te recordo.



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