...vozes de cigano na madruga gelada e
estrelada... azul!
Sou um poeta cigano
de noites tristes e mal-dormidas.
Sou um poeta cigano
de luas partidas de vidro e aço.
Sou um poeta cigano
que vaga nu pelo vento crespo.
Meu coração de lata é
cheio de sofrimentos e ventos.
Sou um poeta cigano.
Minhas mãos seguram a espiga,
a noite fria me atormenta.
Sou um poeta cigano,
sem rumo e sem coração.
Algumas palavras me machucam
outras me alimentam.
Sou um poeta cigano,
estou nu, estou vestido.
Minha casa é aquele norte,
aquele norte frio e amargo.
A minha casa é o norte,
o norte triste e vago.
Minha casa de cigano
é no sul de minha alma.
Minha alma cheia de pedras,
minha alma de sul e vento.
Sou um poeta cigano
cheio de tintas e preces.
Cheio de canções e uvas.
Sou um poeta cigano
sem rumo e sem direção
vago com o meu coração.
Pois estou no caminho oeste
com palavras de mel e petróleo.
Sou um poeta cigano
esse é meu cantar.
Não se espante com o meu pranto.
Pois sou um poeta cigano.
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