terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Lendo góngora no ano-novo


As madrugadas se findam em meus olhos coloridos
e choro lágrimas cinzentas em cada palavra.
Em ti e em mim cabem rios e oceanos e mares.
Posso criar montanhas que serão quebradas por gigantes.

As mãos frias e amargas do oceano não se quietam.
A chuva começa recomeça e se finda aplaudida
pelos grilos e pelos caramujos as estrelas aparecem.
Nua, a nuvem que se molha te rega com fogos.

Agora os brilhos invadem o céu anunciando o ano-novo.
O livro é uma reunião de poesias da memória lida.
Era o ano escolhido e o pequeno menino pisou
na terra recém dita nova: descobrimos a américa com os turcos.

Vamos observando os fogos-de-artifícios sendo lançados.
Os cães morrem de medo, os gatos ficam assustados.
Daremos um novo calendário para cada povo, para cada região.
Em silêncio gritaremos as palavras. Silêncio, o poeta canta em espanhol.

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