De ossos de pedra, a Sombra a mata urdiu;
Por ramos retorcidos, a luz jamais vazou.
Lá errantes os Éldar em pranto sutil,
Nas águas do Tempo que lento escorreu.
São almas sem porto que a Terra segura,
Na teia de Treva, na floresta escura.
Lá jaz a memória de um brilho que cessou,
Do verde vibrante no verão que finda.
A esperança é fria, o caminho findou,
Pois o Sol é um fogo que a Visão inibe.
Se o raio rubro rasgar o nevoeiro,
O corpo fantasma se desfaz em poeira.
Gritam os Espíritos por brisa e por céu,
Clamam ao Vento que passa e não ouve.
Seu dom é a penumbra, seu sinal é o véu,
Pois a claridade seus restos remove.
Por frondes de azeviche, a ânsia se arrasta,
Presos à Floresta, uma sina nefasta.
Nenhum grito liberta do verde cativeiro,
Nenhuma espada rompe o limite fatal.
O Sol que nasce no Oriente primeiro
É o muro de chamas, a barreira real.
E assim vagam, desfeitos, no sono profundo,
Os Espíritos-Prisioneiros deste mundo.
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