A BRUXA QUE CONGELOU O AMOR
Ela caminhou pelos corações,
Mãos de gelo tocando o que ardia.
O riso morreu nas veias,
E a paixão tornou-se neve silenciosa.
Mesmo assim, um sopro de esperança
Fugia por entre os dedos da noite.
O AMOR PASSOU PELOS ASTROS
Entre planetas e cometas,
O amor voou sem peso,
Semeando luz nos buracos do espaço,
E mesmo distante, invisível,
Ele deixava rastros de calor
Nos corações que se esqueciam de olhar.
ELE CRIOU O MUNDO E O DESTRUIU
Com mãos de barro e fogo,
Ele moldou rios e montanhas,
Mas sua fúria, cega e silenciosa,
Fez o céu desabar sobre a terra,
E o homem despertou
No eco vazio de sua própria voz.
A PALAVRA ANTIGA ME DOMINOU
Sussurros do passado
Entraram pelos meus ouvidos e olhos.
Não havia escolha,
A palavra antiga me guiava,
E cada letra se tornou corrente,
Cada verso, prisão e liberdade ao mesmo tempo.
O OSSO DO ELFO QUE ACHEI
Branco, frio, e tão leve,
Guardava histórias de florestas distantes.
Ao tocá-lo, senti a eternidade,
O riso das folhas, o canto dos rios,
E um segredo antigo
Que não poderia pertencer a nenhum homem.
O FILOSOFO CHORA DIANTE DO MAR
As ondas trazem perguntas
E levam respostas que nunca chegam.
Ele dobra os joelhos na areia,
E entre sal e espuma,
Descobre que a verdade dói
Quando se revela sem piedade.
O FAUNO CANTANDO
Entre sombras de árvores antigas,
Ele sopra notas que crescem como raízes.
A música é selvagem, triste, bela,
E mesmo os animais param para ouvir,
Pois sabem que o tempo também dança
Quando o fauno encontra sua voz.
A MÚSICA QUE FINDOU
O último acorde se despede,
Ecoa nas paredes vazias da memória.
O silêncio não é ausência,
Mas um rio que leva embora o que fomos,
E deixa apenas lembranças
Que não se atrevem a falar.
A MORTE DIANTE DE DEUS
Ela curva a cabeça, paciente,
Não há medo, apenas dever.
E diante do olhar divino,
A morte se vê pequena,
Pois mesmo seu frio
É sombra do infinito.
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