sábado, 25 de maio de 2019

Mar / crônica



Olhava o mar pensando em alguma coisa. Na vida, no amor, na saudade. O mar estava ali, com suas ondas em ritmo de samba, tango, rock. O mar, pode sempre dançar alguma coisa.

Olhando o mar mil lembranças percorriam seus pensamentos. A saudade de casa, o poste de luz apagando no meio da noite, as estrelas.

O mar e o céu pareciam se cruzar. Pareciam uma coisa só. A areia, as pessoas, o vendedor de guloseimas, o vendedor de bolas de praia. E também as lindas gaivotas indo de um lado para o outro, como pipas. E também os pescadores, talvez profissionais, não tem como saber.

Parecia querer compreender Deus naquele ritmo. Olhou o céu, olhou o mar, as pessoas de um lado para o outro, e pela primeira vez notou Deus em silêncio. Sinceramente teve medo. Quem sabe no espaço Sideral os astronautas sentiram a mesma coisa que estava sentindo: ausência.

Mas era uma ausência de que? De Deus, do amor, das pessoas? Não, estava cercado de tudo. Por isso também sentia no peito o nada?

Olhava o mar com calma, olhava o mar como se fosse um peixe que acaba de sair das águas só para olhar seu lar. Olhava o mar pensando em alguma coisa. Por isso estava triste. Por isso estava feliz.

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