terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Escrevo para que me ames

Escrevo para que me ames

Escrevo sem saber
para quem ou para que
lua ou sol ou estrela ou
sonho ou delírio juvenil.

Escrevo para que me ames
ainda que não me ames mais...

A minha fidelidade quebrou
o espelho dos meus sussurros.
Por isso não vi os teus olhos
me olhando por cima do muro.

Escrevo para que me ames
ainda que não me ames mais...

Queria deixar o teu nome pálido
de serpente ou de foca em minhas
linhas denegridas de fel e mel.
Seu nome é o nome que não posso nomear;

Escrevo para que me ames
ainda que não me ames mais...

Sua silhueta de carpinteira sua
poesia suave sua pose de amor
sua figura de pintura sua feminilidade
extrema me encantou os sentidos.

Não posso ir sem te ver uma última
vez nesse mundo tão cretino.
Não posso partir sem ver os teus 
lábios carnudos de foice aguda.

Escrevo para que me ames
ainda que não me ames mais...

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