A BELEZA DA ABSTRAÇÃO
por chain bloom
A sensualidade dentro do meu trabalho começou por causa da verdadeira obsessão que eu tive e tenho pela abstração. O polo do figurativo não é negado dentro de uma arte abstrata. Ninguém consegue ser a "natureza", embora eu não negue a influência de Pollock no meu início juvenil, rompo com ele que usou essa frase de ser a natureza, porque a base de toda arte verdadeiramente abstrata depende da vida, ou seja, do próprio Criador, e digo isso sem nenhuma restrição, pois a natureza como disse Paul Klee é o atelier do próprio Deus.
A intenção de uma imagem abstrata é dar a conhecer um mundo novo, interior, mesmo assim o objeto da pintura sempre deve ser mantido. Romper com o objeto não é negar o objeto em si. Veja bem, uma tela só feita de cor verde poderia representar um gramado, uma folha, um animal de coloração esverdeada para o artista que o fez, ou talvez não signifique nada.
Criar um estilo pictórico totalmente novo sempre foi o meu objetivo sem nunca perder os antigos mestres de vista. Confesso que sou mais interessado nos artistas modernos do que nos acadêmicos mais antigos. Compreendo com muita facilidade um quadro de Klee, Miró, Cícero Dias, Picasso, Kandinsky, Rothko, mas, quando sou tentado a observar uma tela de Ingres ou Da Vinci, minha mente se restringe, e não consigo entender suas fotografias, embora consiga sempre admirá-las, embora em matéria de academicismo sou apenas apreciador do inigualável Goya e do supremo Velazquez.
O estilo assimétrico característico das minhas figuras nascem da observação constante entre esses dois polos, abstração e figuração. A perfeição ou o belo ou a representação de uma foto em termos de tinta jamais representou para mim uma aplicação em busca da verdade da arte.
Primeiro iniciei meu caminho me perguntando o que era a cor. Assim investiguei Matisse e Chagall com minucioso interesse. A cor perdeu para mim a importância, porque eu a vislumbrei dentro da minha alma em uma visão extremamente epifânica. Traçei um percurso experimental com meu próprio trabalho, caracterizado por um profundo antiacademicismo, pela geometrização espontânea e livre e pela fragmentação de minhas figuras.
Primeiro iniciei meu caminho me perguntando o que era a cor. Assim investiguei Matisse e Chagall com minucioso interesse. A cor perdeu para mim a importância, porque eu a vislumbrei dentro da minha alma em uma visão extremamente epifânica. Traçei um percurso experimental com meu próprio trabalho, caracterizado por um profundo antiacademicismo, pela geometrização espontânea e livre e pela fragmentação de minhas figuras.
Eu poderia ser chamado de pintor Cubista, se não fosse a Abstração a porta de entrada no meu mundo da arte. Veja: uma vez expus uma tela em que podia se ver com perfeição a figura de um cavalo correndo pelo campo. Observei algumas pessoas olhando a tela, e como elas não sabiam que eu era o pintor, ouvi o comentário de uma delas dizendo assim: "-É muito bonito esse desenho, ele é abstrato!"
Essa afirmação congelou os meus ossos. Oras, se ali estava uma figura de um cavalo completamente reconhecível, como esse comentário saiu da boca de um espectador, que nem sequer conhecia ou conhece a minha trajetória artística, que é misteriosa e silenciosa, e dada a momentos de experimentações e mudanças intensas?
Então poderíamos me definir como um Cubista-abstrato ou um Africanista de verdade, pois uso esse termo porque a arte da África e a arte tribal das Américas sempre me inspiraram e eu não posso negar suas influências dentro de meu trabalho.
Espero que com isso as pessoas possam entender um pouco dos meus motivos eróticos abstratos. Seja qual for a intenção daqueles que lerem esse texto, que eu o faço com toda minha força no apogeu da minha abstração sincera.
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