quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
apócrifo manuscrito esquecido na gaveta de maiakóvski
As máquinas irão escrever, com os seus longos dedos de petróleo, romances tão grandes, que Homero, em sua infinita morte,
irá derreter de elogios nos jornais.
Os homens, já dirão os poetas tolos, não são importantes. Importante mesmo, diz o maliciosos burguês com face de porco e olhos de raposa, é o papel moeda, importante é o dinheiro. Esses seres de carne e osso são feitos para morrem e se curvarem diante das máquinas.
Cuidado. Lá vem os vermelhos.
O velho camponês foi roubado.
Lá vem os vermelhos.
O velho trabalhador foi roubado.
Lá vem os vermelhos.
Os jovens são mortos nas guerras.
Lá vem os vermelhos.
Tráfico é o crime capital para os palhaços.
Lá vem os vermelhos.
E as máquinas, com os seus longos dedos de petróleo, vão compondo o romance da humanidade. E já não resta humanidade. Onde estão todos? As máquinas são sonho. Ou os homens já não sonham?
Moscou.
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